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24/10/2006
-
12h52
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O envio do relatório preliminar da Polícia Federal de Cuiabá à CPI dos Sanguessugas, nesta manhã, não foi suficiente para reduzir a disputa política entre parlamentares do governo e da oposição. O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), reagiu às críticas do presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), sobre a "politização" das investigações dentro da CPI.
Jungmann negou estar "a serviço" do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), como chegou a ser mencionado por Biscaia --que acusou parlamentares da CPI de estarem agindo como "assessores parlamentares" de Alckmin.
"Aqui não existe assessor algum. Querem desqualificar parlamentares, mas todo deputado tem direito a emitir a sua opinião. Não existe um corregedor aqui dentro, somos livres", rebateu.
O impasse teve início depois que Jungmann criticou a Justiça e a Polícia Federal de Cuiabá de estarem obstruindo as investigações da CPI ao retardarem o envio do relatório parcial sobre o dossiegate. Mesmo depois da chegada dos documentos, Jungmamm insistiu no discurso de que a PF e a Justiça estão retardando as investigações da CPI.
"Cinco dias para ter acesso a um relatório parcial e isso não é obstrução dos trabalhos?", questionou.
O vice-presidente disse que vai pedir que Biscaia estabeleça "regras claras" para o acesso de membros da CPI ao relatório parcial. Segundo Jungmann, todos os deputados têm direito a analisar o material sem restrições. "Essas limitações acabam criando dificuldades para o trabalho da CPI. Não podemos ter os trabalhos cerceados. Por que não disponibilizar o material com senhas? Tenho que vir todo o dia à CPI mendigar documentos?", ironizou.
Apesar do tom elevado, Jungmann disse não ser favorável à divisão política da CPI. 'Não faz sentido dividir a comissão. A luta política me lembra a ditadura, quando se dizia que fulano era subversivo', criticou.
Tom ameno
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI, tentou amenizar o clima político na comissão. Ele admitiu que a comissão está "rachada" atualmente, mas negou que as investigações sejam prejudicadas diante de tamanha divisão. "Eu acho que a CPI está dividida não de uma forma irreversível. É possível recuperá-la", disse.
Gabeira disse que Biscaia tem a prerrogativa de receber o relatório preliminar da PF para disponibilizá-lo aos outros membros da comissão somente depois de analisar parte do seu conteúdo. Ele também concordou que o presidente da CPI atue para evitar o uso eleitoreiro do material. "Eu acho razoável na reta final das eleições não utilizar esses dados eleitoralmente", afirmou.
Jungmann se reúne com Gabeira e com outros integrantes da CPI nesta tarde na tentativa de convencer Biscaia a realizar reunião administrativa nesta semana para discutir a votação de requerimentos de convocação de envolvidos no dossiegate. Biscaia já adiantou, no entanto, que a comissão só volta a se reunir na semana que vem para evitar disputas eleitorais antes do segundo turno.
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Impasse político divide parlamentares da CPI dos Sanguessugas
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da Folha Online, em Brasília
O envio do relatório preliminar da Polícia Federal de Cuiabá à CPI dos Sanguessugas, nesta manhã, não foi suficiente para reduzir a disputa política entre parlamentares do governo e da oposição. O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), reagiu às críticas do presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), sobre a "politização" das investigações dentro da CPI.
Jungmann negou estar "a serviço" do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), como chegou a ser mencionado por Biscaia --que acusou parlamentares da CPI de estarem agindo como "assessores parlamentares" de Alckmin.
"Aqui não existe assessor algum. Querem desqualificar parlamentares, mas todo deputado tem direito a emitir a sua opinião. Não existe um corregedor aqui dentro, somos livres", rebateu.
O impasse teve início depois que Jungmann criticou a Justiça e a Polícia Federal de Cuiabá de estarem obstruindo as investigações da CPI ao retardarem o envio do relatório parcial sobre o dossiegate. Mesmo depois da chegada dos documentos, Jungmamm insistiu no discurso de que a PF e a Justiça estão retardando as investigações da CPI.
"Cinco dias para ter acesso a um relatório parcial e isso não é obstrução dos trabalhos?", questionou.
O vice-presidente disse que vai pedir que Biscaia estabeleça "regras claras" para o acesso de membros da CPI ao relatório parcial. Segundo Jungmann, todos os deputados têm direito a analisar o material sem restrições. "Essas limitações acabam criando dificuldades para o trabalho da CPI. Não podemos ter os trabalhos cerceados. Por que não disponibilizar o material com senhas? Tenho que vir todo o dia à CPI mendigar documentos?", ironizou.
Apesar do tom elevado, Jungmann disse não ser favorável à divisão política da CPI. 'Não faz sentido dividir a comissão. A luta política me lembra a ditadura, quando se dizia que fulano era subversivo', criticou.
Tom ameno
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI, tentou amenizar o clima político na comissão. Ele admitiu que a comissão está "rachada" atualmente, mas negou que as investigações sejam prejudicadas diante de tamanha divisão. "Eu acho que a CPI está dividida não de uma forma irreversível. É possível recuperá-la", disse.
Gabeira disse que Biscaia tem a prerrogativa de receber o relatório preliminar da PF para disponibilizá-lo aos outros membros da comissão somente depois de analisar parte do seu conteúdo. Ele também concordou que o presidente da CPI atue para evitar o uso eleitoreiro do material. "Eu acho razoável na reta final das eleições não utilizar esses dados eleitoralmente", afirmou.
Jungmann se reúne com Gabeira e com outros integrantes da CPI nesta tarde na tentativa de convencer Biscaia a realizar reunião administrativa nesta semana para discutir a votação de requerimentos de convocação de envolvidos no dossiegate. Biscaia já adiantou, no entanto, que a comissão só volta a se reunir na semana que vem para evitar disputas eleitorais antes do segundo turno.
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