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29/10/2006
-
10h52
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
Se reeleito neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai buscar uma nova relação com os partidos que apóiam seu governo. A interlocutores, Lula tem afirmado que não quer mais negociar no varejo com os partidos, estratégia que lhe custou no primeiro mandato escândalos como o do mensalão. O presidente também definiu que PL, PTB e PP terão que definir novos interlocutores se quiserem participar do seu eventual segundo governo.
Pessoas próximas revelam que o presidente não quer negociar a composição do seu segundo mandato, se reeleito, com pessoas "marcadas" por escândalos. Se aceitar negociar cargos com Valdemar Costa Neto (PL), Roberto Jefferson (PTB) e José Janene (PP) --todos os personagens do escândalo do mensalão--, Lula estaria de pronto contaminando o seu segundo governo.
O presidente já teria mandado recados para esses partidos e avisado que podem ficar fora de um segundo governo se não definirem novos interlocutores. O assunto, porém, ainda é tratado nos bastidores porque Lula não quer esperar o resultado das urnas. A Folha Online apurou que, se reeleito, essa posição será explicada por Lula a partir desta segunda-feira. O presidente tem afirmado que não quer um ministério de "curriolas", mas de pessoas respaldadas pelos partidos.
PT
O PT também terá que se ajustar. O presidente não quer mais a permanência de Ricardo Berzoini (SP) no comando da legenda. Interlocutores do presidente dizem que "se Berzoini tiver a humildade de dar um mergulho será melhor para ele, que ficará no partido sem ser incomodado, mas se colocar a cabeça para fora d'água será afundado".
Berzoini é acusado de participar da compra do dossiê contra políticos tucanos. Lula considera que foi este episódio levou a eleição para o segundo turno.
Aos que lhe cobram satisfação ao partido, o presidente tem afirmado que se for reeleito será pelos seus próprios méritos e não pelo PT, "que só lhe causou problemas". A "onda vermelha" que marcou a eleição de 2002 não se repetiu agora e Lula está certo de que os governadores que o partido e aliados conseguiram eleger tiveram a sua ajuda.
O presidente também tem o respaldo da maioria dos eleitos pelo PT para a Câmara. Nas contas de um petista, dos 83 novos deputados do partido, 60 são da corrente majoritária da qual Lula pertence. A ala mais radical perdeu espaço, o que deve fazer com que o presidente, num segundo mandato, tenha menos problemas com o PT do que no primeiro.
PMDB
A regra de negociar com os partidos e não com interlocutores também deve ser aplicada ao PMDB. O Planalto já montou uma estratégia para ter o apoio da legenda que passa por tentar cooptar o presidente nacional da sigla, deputado Michel Temer (SP), ou, se não for possível, miná-lo.
Caso não consiga uma aliança com Temer, o Planalto --sob o comando de Lula--, vai interferir no PMDB para destituí-lo da presidência do partido. Neste caso, trabalhará para substituí-lo por um aliado, possivelmente o senador Renan Calheiros (AL). Segundo um interlocutor, o presidente não quer mais o apoio de parte do PMDB e ter a outra parcela criando problemas para o seu governo.
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da Folha Online, em Brasília
Se reeleito neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai buscar uma nova relação com os partidos que apóiam seu governo. A interlocutores, Lula tem afirmado que não quer mais negociar no varejo com os partidos, estratégia que lhe custou no primeiro mandato escândalos como o do mensalão. O presidente também definiu que PL, PTB e PP terão que definir novos interlocutores se quiserem participar do seu eventual segundo governo.
Pessoas próximas revelam que o presidente não quer negociar a composição do seu segundo mandato, se reeleito, com pessoas "marcadas" por escândalos. Se aceitar negociar cargos com Valdemar Costa Neto (PL), Roberto Jefferson (PTB) e José Janene (PP) --todos os personagens do escândalo do mensalão--, Lula estaria de pronto contaminando o seu segundo governo.
O presidente já teria mandado recados para esses partidos e avisado que podem ficar fora de um segundo governo se não definirem novos interlocutores. O assunto, porém, ainda é tratado nos bastidores porque Lula não quer esperar o resultado das urnas. A Folha Online apurou que, se reeleito, essa posição será explicada por Lula a partir desta segunda-feira. O presidente tem afirmado que não quer um ministério de "curriolas", mas de pessoas respaldadas pelos partidos.
PT
O PT também terá que se ajustar. O presidente não quer mais a permanência de Ricardo Berzoini (SP) no comando da legenda. Interlocutores do presidente dizem que "se Berzoini tiver a humildade de dar um mergulho será melhor para ele, que ficará no partido sem ser incomodado, mas se colocar a cabeça para fora d'água será afundado".
Berzoini é acusado de participar da compra do dossiê contra políticos tucanos. Lula considera que foi este episódio levou a eleição para o segundo turno.
Aos que lhe cobram satisfação ao partido, o presidente tem afirmado que se for reeleito será pelos seus próprios méritos e não pelo PT, "que só lhe causou problemas". A "onda vermelha" que marcou a eleição de 2002 não se repetiu agora e Lula está certo de que os governadores que o partido e aliados conseguiram eleger tiveram a sua ajuda.
O presidente também tem o respaldo da maioria dos eleitos pelo PT para a Câmara. Nas contas de um petista, dos 83 novos deputados do partido, 60 são da corrente majoritária da qual Lula pertence. A ala mais radical perdeu espaço, o que deve fazer com que o presidente, num segundo mandato, tenha menos problemas com o PT do que no primeiro.
PMDB
A regra de negociar com os partidos e não com interlocutores também deve ser aplicada ao PMDB. O Planalto já montou uma estratégia para ter o apoio da legenda que passa por tentar cooptar o presidente nacional da sigla, deputado Michel Temer (SP), ou, se não for possível, miná-lo.
Caso não consiga uma aliança com Temer, o Planalto --sob o comando de Lula--, vai interferir no PMDB para destituí-lo da presidência do partido. Neste caso, trabalhará para substituí-lo por um aliado, possivelmente o senador Renan Calheiros (AL). Segundo um interlocutor, o presidente não quer mais o apoio de parte do PMDB e ter a outra parcela criando problemas para o seu governo.
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