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27/10/2006 - 20h08

Diferença menor entre candidatos deixa campanha tensa no RS

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Depois de um primeiro turno caracterizado pela falta de fatos políticos fortes e de um começo de segundo turno com Yeda Crusius (PSDB) já sendo dada como virtual governadora, as eleições no Rio Grande do Sul chegam ao final sob forte acirramento e nervosismo.

O motivo principal é o crescimento de Olívio Dutra (PT), que em três semanas diminuiu a diferença para Yeda em mais de 20 pontos.

O PSDB já trabalhava com pesquisas que mostravam essa tendência. O instituto Methodus, ontem, divulgou, na revista ''Voto", pesquisa que mostra Yeda 6,1 pontos à frente de Olívio.

No primeiro turno, o instituto foi o único dos que cobrem as eleições gaúchas a mostrar Yeda em primeiro lugar, o que acabou se confirmando.

A tendência, até então, era de Yeda nem sequer ir para o segundo turno, que seria, segundo os levantamentos anteriores, disputado entre o governador Germano Rigotto (PMDB) --líder nas pesquisas-- e Olívio.

Hoje, foi a vez de o CPCP (Centro de Pesquisas Correio do Povo) mostrar diferença de 7,7 pontos a favor de Yeda. O mesmo instituto, em levantamento realizado nos dias 10 de 11, mostrava Yeda 30,7 pontos à frente de Olívio. Ela tinha 61,7%. Ele, 31%.

A pesquisa de hoje, realizada entre quarta e quinta-feira, mostra o seguinte quadro: Yeda está na frente, com 49,9% (54,2% dos válidos). Olívio tem 42,2% (45,8% dos válidos). A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou menos. Foram ouvidos 3.000 eleitores em 130 municípios.

O levantamento está registrado no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) sob o número 63.044/2006.
Com esses novos índices, o nervosismo tomou conta da campanha. Nos programas de Yeda no horário eleitoral gratuito, ela chegou a questionar a amizade entre Olívio e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para relativizar o apoio que o provável segundo governo federal petista dará a um correligionário no Estado.

Debate

A disputa mostrou seu acirramento no debate promovido pela RBS-TV, ontem à noite. A troca de farpas foi quase que constante.

Yeda criticou Olívio pela desistência da Ford de instalar uma fábrica no Rio Grande do Sul. ''Assuma que mandou a Ford embora", disse a tucana.

Olívio respondeu dizendo que, como deputada federal, Yeda ''votou a favor das oligarquias da Bahia e de São Paulo".

A referência do petista é dirigida à medida provisória aprovada no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso para atrair empresas.

Tal determinação levou a Ford a deixar de se instalar no Rio Grande do Sul. Mediante benefícios fiscais de iniciativa do governo federal, a empresa optou pela Bahia.

Outro tema recorrente no segundo turno, o das privatizações, foi levantado novamente por Olívio, que acusou Yeda de apoiar a venda do patrimônio público. ''Em nosso governo [1999 a 2002], não vendemos nenhum parafuso do patrimônio público", disse o petista.

Yeda chegou a dizer que Olívio ''beirava a irresponsabilidade" ao falar em baixar impostos. ''Beira a irresponsabilidade falar em diminuir imposto em 1º de janeiro, em um momento em que não se tem dinheiro nem para pagar a folha [de salários]", disse a tucana.

Olívio repetiu no debate que pretende diminuir alíquotas do ICMS de alguns produtos assim que assumir. Por isso a reação da tucana.

Especial
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