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27/10/2006 - 23h26

Segundo bloco de debate é marcado por ironias e acusações

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da Folha Online

O segundo bloco do debate entre os presidenciáveis na TV Globo seguiu à proposta de os candidatos responderem às questões de eleitores presentes no estúdio da emissora. Os assuntos debatidos foram desemprego, meio ambiente, segurança pública e transporte. Lula usou muita ironia, enquanto o tucano tentou acusar o presidente de omissão.

Segundo Lula, sua gestão gerou sete milhões de empregos, mas isso ainda não é suficiente. "O desemprego tem diminuído não na conta que a gente quer", disse. "É pouco, mas é muito mais do que foi gerado nos últimos 20 anos."

O tucano rebateu dizendo que "o Brasil está perdendo oportunidades" de crescer e gerar empregos no "melhor cenário internacional dos últimos 70 anos". "Quando o Lula entrou, tinha oito milhões de desempregados. Agora tem nove milhões", afirmou o tucano.

Alckmin alegou que esse assunto era "coisa séria" porque o fato de o Brasil não crescer afeta a vida das pessoas.

"Lamentavelmente, Alckmin, você não está falando coisa séria", disse Lula olhando nos olhos do adversário. Segundo o presidente, do ponto de vista econômico, sua gestão melhorou o país em comparação ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Dizer que o Brasil piorou é remar contra a maré", disse.

Privatização da Amazônia

Quando o assunto era meio ambiente, Alckmin acusou Lula de tentar privatizar a Amazônia. O tucano se referia a uma lei que prevê concessões de exploração da floresta. "É quase que a privatização da Amazônia", cutucou Alckmin.

Lula respondeu dizendo que tratava-se de um projeto de lei aprovado pelo Congresso, inclusive por membros da oposição, entre eles o PSDB e o PFL.

Alckmin, então, disse que no governo Lula houve o maior desmatamento da história do país. "Ele acha que está tudo uma maravilha. Teve recorde de desmatamento da Amazônia."

O presidente, então, apelou para a ironia para responder. "Você parece que não leu o jornal hoje", disse, em referência à notícia de que um levantamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) demonstra que houve queda no desmatamento.

Segurança

O tucano tentou atribuir a culpa pela violência no país ao governo federal. Segundo ele, a origem dos problemas é o tráfico de droga. "Vem tudo de fora. Isso é falta de polícia de fronteira", disse.

O petista também usou da ironia para falar sobre segurança. Em primeiro, ele criticou a repetição de seu adversário. "Esse é o quarto debate que eu faço, e não muda. Não adianta. É sempre a mesma coisa", afirmou Lula, que elogiou o trabalho da Polícia Federal.

Alckmin, então, disse que a segurança pública será sua prioridade, aproveitando para alfinetar Lula. "Eu não vou jogar a culpa nos outros, não vou culpar o passado."

Lula não aliviou: "A perfeição da polícia de São Paulo resultou no PCC (Primeiro Comando da Capital)", afirmou o presidente, que ainda criticou o tucano por causa da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor).

Transporte

Na questão do transporte, a postura de Alckmin foi a mesma: tentou atribuir ao presidente a culpa pelos problemas nos Estados. Segundo ele, "governo federal não pode se ausentar".

"Nós vimos no governo do Lula o metrô parado", disse Alckmin, mencionando Fortaleza, Recife e Salvador. "Eu vou investir no transporte de alta capacidade", acrescentou.

Lula, então partiu para cima --literalmente-- de Alckmin. Cara a cara com seu adversário, o petista disse que, quando assumiu o governo, teve que cortar R$ 24 bilhões que estavam no orçamento, mas não existiam. "Eu nunca entendi o que aquilo significava", afirmou alfinetando a gestão FHC.

Alckmin limitou-se a responder: "Impressionante como ele não assume responsabilidades."

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