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28/10/2006 - 09h09

Se for reeleito, Lula deverá ter o apoio aberto de 17 governadores

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Os segundos turnos amanhã em dez Estados, de acordo com as pesquisas de intenção de voto disponíveis, devem dar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma composição de apoios inédita em toda a sua história política.

Se for reeleito no domingo, o petista tomará posse em 2007 com o apoio aberto de pelo menos 17 governadores que também assumem o poder em 1º de janeiro. Esse grupo de governantes estará representando um eleitorado total de 62,2 milhões, quase a metade da população do Brasil (49,4% do total de eleitores registrados).

Em 2002, quando foi eleito presidente, Lula começou 2003 com o apoio declarado só de três governadores petistas em Estados pequenos (Jorge Viana, do Acre; Zeca do PT, de Mato Grosso do Sul, e Wellington Dias, do Piauí), cujo eleitorado somado equivalia a meros 3,2% do Brasil.

Alckmin

O contraste fica mais evidente quando se observa o mapa do Brasil que emergiu dos votos de Lula e de seu adversário, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), no primeiro turno da eleição presidencial, no início deste mês. Enquanto o candidato petista ficou com a parte de cima do país, o tucano dominou o Centro-Oeste, o Sul e o Sudeste.

O cenário fica completamente diferente no mapa do Brasil também colorido de vermelho (PT) e azul (PSDB) indicando a posição que cada governador eleito tem a respeito da disputa presidencial. Lula continua hegemônico no Norte e no Nordeste, mas agora avançou com vigor para a região Centro-Oeste e para o Sul.

A situação de Alckmin não pode ser considerada ruim, pois o presidenciável tucano tem o apoio de dez governadores que foram eleitos (ou são favoritos para vencer amanhã) em localidades populosas --totalizam 63,7 milhões de eleitores (50,6% do país).

Contraste

O cenário só piora para Alckmin quando são comparados os apoios que ele tem entre os futuros governadores (só a metade, em termos de eleitorado governado) e os que dispõe no momento (a imensa maioria).

Hoje, entre os atuais governadores, Lula tem como aliados 14 deles, mas que representam apenas 34,3 milhões de eleitores (27,3% do país). Alckmin fica com o restante do país.

A diferença a partir do novo quadro de governadores que tomam posse em 2007 se dará pelo fato de o PT e políticos aliados a Lula terem sido vitoriosos nas disputas estaduais de Estados com grandes eleitorados. É o caso da Bahia (quarto maior número de votantes do país), onde o próximo governador será Jaques Wagner (PT), ex-ministro de Lula (nas pastas do Trabalho e Emprego e Desenvolvimento Econômico e Social). Hoje, o solo baiano é reduto do PFL e pró-Alckmin.

Do ponto de vista eleitoral, é mais valioso na disputa presidencial ter o apoio de quem vai assumir o Estado do que daquele que saiu derrotado. Na Bahia, a campanha mais vigorosa é a de Jaques Wagner (pró-Lula) se comparada a do que do atual governador e derrotado nas urnas, Paulo Souto (PFL), que apoia os tucanos.

Outro caso a ser mencionado é o do Rio de Janeiro, cuja governadora atual, Rosinha Garotinho (PMDB) --mulher do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB)-- é hostil a Lula. Já o possível eleito amanhã segundo as pesquisas, Sérgio Cabral, é um lulista de primeira hora. Cabral também é do PMDB e ligado ao grupo de Rosinha, mas está totalmente afinado com o Palácio do Planalto.

Reeleição

Entre os 27 governadores, 19 deles tentaram se reeleger neste ano. Desses, nove tiveram sucesso no primeiro turno e quatro foram derrotados. Entres os outros seis, pelos menos cinco têm chances de vitória amanhã, segundo as pesquisas de intenção de voto. Nesse caso, o número total de reeleitos seria de 14, igualando um recorde histórico.

A reeleição passou a ser permitida em 1998, depois que uma emenda constitucional foi aprovada e promulgada em 1997. Nas eleições de 1998, 21 governadores tentaram mais um mandato, mas somente 14 tiveram sucesso.

Em 2002, como mais da metade dos governadores já não podia disputar a reeleição (só é permitida uma recondução consecutiva ao cargo), o número de concorrentes a mais um período no poder foi menor do que em 1998. Houve só 14 tentativas e nove vitórias.

A possibilidade de reeleição nem sempre é uma garantia de sucesso. Um caso curioso deste ano retrata essa situação. O autor da emenda da reeleição na década de 90 foi o então deputado federal José Mendonça Filho (PFL), hoje governador de Pernambuco e candidato à reeleição (Mendonça era vice do peemedebista Jarbas Vasconcelos, eleito em 1998 e reeleito em 2002). Segundo as pesquisas de opinião, contudo, Mendonça não terá sucesso. Seu adversário, Eduardo Campos (PSB), está com mais de 20 pontos de vantagem nas pesquisas de intenção de voto. Na última pesquisa Ibope, Campos tinha 60% dos votos, contra 33% de Mendonça.

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