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30/10/2006 - 15h45

Após eleição, partidos discutem mudanças e estratégias para 2007

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da Folha Online

Passado o segundo turno da eleição presidencial, os partidos começam a se reunir para discutir problemas internos e o plano de ação para 2007. O PT, por exemplo, depois de reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convocou para esta terça-feira, em Brasília, uma reunião de sua Executiva Nacional para discutir o futuro do partido.

Além do PT, outros dois partidos --que apoiaram Geraldo Alckmin (PSDB)-- também convocaram reuniões de suas Executivas: o PFL e o PPS.

Entre os temas que o PT deve discutir está a chamada "refundação do partido". Ou seja, o PT quer reduzir o tamanho da "ala paulista" --que teve membros envolvidos em escândalos como o do mensalão e dossiê-- e abrir espaço para os grupos em ascenção de Jorge Vianna (AC), Jaques Wagner (BA), Tarso Genro (RS), entre outros.

Na pauta petista, além do cenário pós-eleitoral, também está a situação da diretoria. Há pouco mais de um mês, antes do primeiro turno da eleição, o então presidente do partido Ricardo Berzoini anunciou sua licença por tempo indeterminado para prestar esclarecimentos à Polícia Federal e à sociedade sobre o episódio do dossiê.

Eleito em 2005 para um mandato de três anos na presidência do partido, Berzoini se licenciou do cargo após ser acusado de envolvimento com a compra do dossiê contra os tucanos. Como foi eleito, Berzoini é quem decidirá se irá ou não retomar seu posto e quando.

Fontes do partido dizem que se ficar comprovado o envolvimento dele com o dossiegate, Berzoini será forçado a sair, o que irá antecipar a discussão sobre a sucessão no PT.

Em seu lugar, assumiu Marco Aurélio Garcia. Apesar dos elogios que recebeu da cúpula petista por sua atuação, ele reiteradamente vem insistindo em sua intenção de não permanecer no cargo. Ontem mesmo, após registrar seu voto, ele disse que "o PT tem quadros com muito mais qualidade para ocupar essas funções".

Garcia reassumiu hoje o cargo de assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República. Ele havia se licenciado para coordenar a campanha de Lula --neste caso, também substituindo Berzoini.

Em 2007, o PT volta a se reunir em congresso, quando deve entrar em pauta a proposta de refundação do partido, sugerida pelo ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) como forma de resgatar a imagem da legenda abalada com os escândalos envolvendo seus membros.

PFL

Segundo o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o encontro vai definir as diretrizes da oposição que o partido vai fazer ao governo de Lula. Ele disse que o PFL vai cobrar de Lula a apresentação das propostas de reformas política e tributária, como prometido na campanha petista.

O partido também vai discutir o cenário pós-eleitoral. O PFL perdeu espaço em regiões em que historicamente foi predominante, como, por exemplo, o Estado da Bahia. Ali, o petista Jaques Wagner foi eleito no primeiro turno, desbancando o pefelista Paulo Souto.

Outro tema a ser discutido é a punição da candidata derrotada ao governo do Maranhão, Roseana Sarney, que declarou seu apoio a Lula, enquanto o PFL estava coligado ao PSDB na candidatura Alckmin.

O próprio Bornhausen já deu a entender que ela deve ser expulsa do partido por infidelidade partidária. Segundo ele, no mínimo, um processo disciplinar deve ser aberto contra a filha do ex-presidente José Sarney.

A sucessão também deve estar na pauta. O senador desistiu de disputar eleição neste ano e, sem mandato eletivo a partir de 2007, não pretende continuar no comando da legenda. Segundo interlocutores, o pefelista vai se afastar para permitir a renovação no partido.

Nos bastidores, Bornhausen trabalha para fazer o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), seu sucessor, o que abriria espaço para o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) --deputado mais votado da Bahia-- assumir a liderança da bancada do PFL na Câmara a partir de 2007. A arrumação colocaria um ponto final na divergência entre o grupo de Bornhausen e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).

PPS

No caso do PPS, a pauta principal será a fusão com o PHS e o PMN, para ultrapassar a cláusula de barreira. A decisão ainda precisa ser referendada pelas instâncias dos três partidos.

Se confirmada a união, o novo partido passaria a se chamar PMD, Partido da Mobilização Democrática, como informou à Folha Online o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE).

A junção garantiria a superação da cláusula de barreira já que, unidos, os partidos conseguiram 5,5% dos votos nacionais para a Câmara dos Deputados. Ao todo o novo partido teria 27 deputados federais e um senador.

Outro assunto deve ser a expulsão do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi. Assim como Roseana, ele será punido por apoiar a candidatura do presidente Lula.

Segundo a direção do PPS, a decisão de abrir o processo de expulsão de Maggi foi tomada depois que o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso, Antônio Bitar, não aceitou a desfiliação do governador.

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