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30/10/2006 - 21h14

Governador eleito de SC reclama de "discriminação" do governo federal

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THIAGO REIS
da Agência Folha

O governador eleito de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), 66, afirmou nesta segunda-feira que o governo Lula "optou pela direita" e que fará oposição ao presidente reeleito até que o Estado "deixe de ser discriminado".

Segundo ele, Lula terá de promover um pacto federativo se quiser governar e estancar a crise. Eleito para um segundo mandato consecutivo com 1.685.184 votos (52,7%), diz que bateu de vez a "direita de Esperidião Amin [PP]" --seu adversário, apoiado por Lula. Leia trechos da entrevista.

Folha - O sr. rompeu com o governo federal há dois anos. Como fica a relação no próximo mandato?

Luiz Henrique da Silveira - Não fui eu que rompi com o presidente, foi o PT que rompeu com o meu governo. Até porque nós estivemos juntos nas mesmas lutas: pelas Diretas, pela Constituinte, pela Anistia, pela revogação da lei de Segurança Nacional. Isto é, na luta contra o regime autoritário. Espero que o próximo governo não discrimine os Estados como Santa Catarina.

Folha - O sr. continuará fazendo oposição?

Luiz Henrique - A minha posição é muito clara. Eu já disse ao presidente [do PMDB] Michel Temer que devem ser estabelecidas algumas premissas para qualquer conversa. A primeira é o pacto federativo. É fundamental para que o presidente possa governar, para que a crise social se estanque e para fortalecer economicamente os municípios. É preciso também que ele promova a descentralização administrativa do país, porque se o Brasil continuar sendo administrado de Brasília não haverá nenhuma chance de mudarmos o rumo do país.

Folha - O sr. foi o único peemedebista do Sul a apoiar o tucano Geraldo Alckmin. Como fica esse jogo de forças?

Luiz Henrique - A região do Codesul [Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul], com a Yeda [Crusius, tucana, eleita governadora do RS], comigo e com o [André] Puccinelli [peemedebista, eleito governador de MS], ficou muito caracterizada por ter votado majoritariamente no Geraldo Alckmin e temos que ser fiéis a esses votos. Não haverá alteração nenhuma. O PT e o presidente Lula optaram pela direita em Santa Catarina, optaram por aqueles que tendiam ao regime autoritário.

Folha - Quais serão as reivindicações do Estado a Lula?

Luiz Henrique - O governo federal conhece de cor os pleitos do Estado, mas ele constituiu-se no governo da não-resposta. Simplesmente não responde. [Pedimos] que o governo federal deposite [dinheiro] no Fundo Social do Estado. Ele deposita em Mato Grosso do Sul, do Zeca do PT, e não o faz no nosso. E que nos dê o cadastro da CPMF, para nós combatermos a sonegação e aumentarmos a receita do ICMS. Se atendesse a essas duas já seria um bom caminho andado.

Folha - Que avaliação o sr. faz da reforma tributária?

Luiz Henrique - Para mim, o melhor projeto que existe é o do ex-ministro Roberto Campos (1917-2001), que reduz a quatro ou cinco tributos apenas, com base no imposto seletivo sobre combustíveis, telecomunicações, cigarros, bebidas, cobrado na fonte.

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