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01/11/2006 - 16h06

PT prejudica governo "por burrice e incompetência", diz Kennedy Alencar

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da Folha Online

O jornalista Kennedy Alencar, 39, repórter especial da Sucursal de Brasília e colunista da Folha Online, afirmou nesta quarta-feira que "por burrice e incompetência" o PT continua criando dificuldades ao presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. Participaram do chat mais de 600 pessoas.

Na opinião de Alencar, Lula "acertou o tom" ao pedir um grande entendimento nacional para o segundo mandato em seu primeiro pronunciamento oficial depois da reeleição. No entanto, explica o jornalista, os ataques de seu partido tanto à imprensa como à política econômica podem prejudicá-lo.

"Mais uma vez, por burrice, incompetência e o viés autoritário e anacrônico de algumas correntes, o PT cria mais problemas para o governo", disse Alencar.

Para o colunista, o país pode esperar do segundo mandato de Lula o "aprofundamento de alguns programas sociais", mas, do ponto vista econômico, ele acredita que "haverá uma mudança mais de discurso do que de prática."

Alencar disse ainda que o entendimento nacional proposto por Lula "seria fundamental para o país avançar mais rapidamente". "Se houver o acerto de uma agenda comum, não é preciso aliança nem governo de coalizão, poderiam aprovar no Congresso muita coisa que um certo 'centro conservador' rejeita", disse.

Escândalos

Segundo o jornalista, a tendência é que existam novos escândalos de corrupção no governo, que é "uma máquina enorme, com muita gente, muitos interesses". "É natural que apareçam novos casos", disse.

Assim, em sua opinião, as crises do primeiro mandato podem até levar a uma banalização da corrupção no país. "Como no primeiro mandato Lula já se desgastou muito nessa área, a influência do mensalão e do dossiegate, creio, será tornar ainda mais custosa a aparição de um caso de corrupção."

O jornalista rechaçou a teoria petista de que a imprensa tenha culpa pelas crises tanto envolvendo membros do governo como do PT.

"Nenhum dos escândalos teve origem na imprensa. Vieram todos de aliados ou de membros do PT. Se a imprensa erra, e ela erra, sim, é algo que deve e merece ser criticado. No entanto, hostilizá-la e julgá-la responsável pela crise é um equívoco. O presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, deveria propor uma auto-reflexão não só à mídia, mas, sobretudo, ao seu partido", disse.

Mito

Alencar classificou de "mito" a influência que supostamente os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci ainda possam ter sobre o governo Lula.

"Dirceu tem força no PT, e luta para tentar provar inocência na Justiça. Não tem energia para influenciar o governo. Palocci deixou boa herança econômica. Creio que será um deputado federal de destaque, com idéias corretas, a meu ver, sobre economia", afirmou.

O jornalista também respondeu a questões sobre a um possível impeachment. Para ele, é bem difícil que aconteça porque, além de ter uma imagem forte junto à população, "não há prova de envolvimento do presidente com crime de responsabilidade ou crime eleitoral."

"Depois de uma crise tremenda em 16 meses, o Lula ter se reelegido como se reelegeu foi grande demonstração de força. Obviamente, não deve confundir isso com perdão de desvios éticos, mas entender que, apesar deles, a maioria da população aprovou a gestão econômica e social", disse.

Resultado das eleições

Na opinião de Alencar, o grande vencedor destas eleições foi justamente o presidente Lula. O PT também se fortaleceu por ter conseguido eleger "governadores importantes, como Jaques Wagner na Bahia e Marcelo Déda em Sergipe".

Já o PFL "perdeu bastante", opinou, enquanto o "PSDB perdeu por um lado, mas elegeu [José] Serra e Aécio [Neves], nomes que, aos olhos de hoje e na minha opinião, despontam como os mais fortes presidenciáveis para 2010."

O jornalista também comentou o fato de Geraldo Alckmin ter obtido menos votos no segundo turno do que na primeira votação. Para ele, mais do que um movimento ideológico em prol do tucano, "Lula recebeu um voto de castigo".

"Parte do eleitorado quis forçar um segundo turno. Essa parcela ficou contrariada com a ausência dele no debate da Globo, não gostou da foto do dinheiro do dossiê. Creio que havia um sentimento mais de rejeição ao Lula naquele momento do que de desejo de eleger o Alckmin", disse.

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