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04/11/2006 - 09h20

Economia local motiva doações nos Estados

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THIAGO REIS
da Agência Folha

Na maioria dos Estados onde a eleição foi definida já em primeiro turno, o governador que saiu vitorioso das urnas contou com o financiamento maciço para a campanha de grandes grupos que têm interesses econômicos locais.

É o que mostram as prestações de contas finais de campanha entregues ao TSE. Em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) recebeu da Tavares de Melo Açúcar e Álcool R$ 660 mil, em três parcelas. O grupo possui duas unidades produtoras no Estado, as usinas Passa Tempo e Maracaju.

O segundo maior investidor de sua campanha foi Eike Batista, ex-marido da modelo Luma de Oliveira, que doou R$ 400 mil. O empresário, dono do grupo EBX, enfrenta problemas ambientais para instalar uma siderúrgica em Corumbá (400 km de Campo Grande).

Batista também doou a Cid Gomes (PSB), no Ceará. Foram R$ 200 mil. O empresário detém uma termelétrica em Pecém (61 km de Fortaleza), que foi apelidada de "TermoLuma".

No Amazonas, Eduardo Braga (PMDB) recebeu apoio financeiro de indústrias da Zona Franca. A Gradiente puxa a lista de doadores, com R$ 750 mil. A Yamaha doou R$ 500 mil, e a Caloi, R$ 400 mil.

Empresas de eletroeletrônicos como Semp Toshiba, LG, Siemens, CCE, Sanyo, Tec Toy e Panasonic também fazem parte da lista.

As principais doações ao governador reeleito do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), são de empresas privadas que atuam no ramo do comércio exterior. A Cisa Trading cedeu R$ 1,5 milhão. A Cotia Trading deu R$ 500 mil. Ambas operam no porto de Vitória.

A Aracruz Celulose, constantemente em conflito com índios tupiniquins e guaranis pela disputa de uma área no Espírito Santo, doou R$ 200 mil ao peemedebista reeleito.

Bancos e engenharia

Já em Mato Grosso, o governador Blairo Maggi (PPS), que se manteve no cargo, contou com o auxílio da Nortox, que lhe deu R$ 500 mil.
No próprio site da empresa, que produz herbicidas e inseticidas, é reproduzida uma declaração do governador do PPS, dizendo que as obras de implantação da unidade em Rondonópolis (219 km de Cuiabá) "significam o início de um processo de mudança do modelo econômico sempre defendido pelos agricultores".

Muitas das doações aos governadores são feitas por bancos e empresas de engenharia. As construtoras também aparecem em quase todas as prestações de contas dos candidatos eleitos. No Piauí, onde Wellington Dias (PT) foi reeleito, e no Acre, onde Binho Marques (PT) se elegeu, elas encabeçam a lista de doadores. A Construtora Getel doou R$ 200 mil a Dias. A JM Terraplanagem Construção deu R$ 160 mil a Marques, que atraiu ainda doações de madeireiras.

Família

Em Roraima, a família Sodré Santoro, do suplente de senador e leiloeiro Luiz Fernando de Abreu (PTB), foi a que mais doou à campanha do governador Ottomar Pinto (PSDB): R$ 800 mil. O próprio governador deu, de seu próprio bolso, R$ 100 mil à campanha.

Em Minas Gerais, o governador Aécio Neves (PSDB), que teve uma receita de R$ 19 milhões, recebeu R$ 1 milhão de apenas uma empresa: a Urucum Mineração. Em compensação, em sua prestação de contas há mais de 20 páginas de doações que variam de R$ 1.000 a R$ 10 mil.

Na Bahia e em Sergipe, onde venceram os petistas Jaques Wagner e Marcelo Déda, o comitê financeiro nacional para presidente de Lula e o Diretório Nacional do PT foram os principais financiadores das campanhas. Doaram R$ 1,1 milhão e R$ 865 mil, respectivamente. Os governadores que foram eleitos no segundo turno têm até o dia 28 de novembro para prestar contas.

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