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04/11/2006 - 09h32

Sanguessugas reeleitos gastam R$ 2,3 mi

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LETÍCIA SANDER
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Os únicos cinco deputados envolvidos no escândalo da máfia das ambulâncias que conquistaram um novo mandato arrecadaram, juntos, um terço do montante levantado pelos sete mensaleiros reeleitos.

Os cinco sanguessugas, que respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara, recolheram R$ 2,3 milhões. Já os sete mensaleiros fizeram caixa de R$ 6,5 milhões, segundo dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

No total, sete dos 12 mensaleiros que disputaram a eleição voltarão à Câmara. O índice de reprovação aos sanguessugas nas urnas foi maior: dos 50 que tentaram novo mandato, só cinco conseguiram. Desses 50, os dados de 12 estavam inacessíveis ontem no TSE.

O único sanguessuga que conseguiu superar a cifra de R$ 1 milhão na arrecadação foi o deputado Wellington Fagundes (PL), eleito em Mato Grosso, base da empresa Planam, da família Vedoin. Desse montante, a maior parte proveio de "recursos próprios", segundo a prestação de contas entregue à Justiça. Fagundes, veterinário e comerciante, nega envolvimento com o esquema. Nenhum outro candidato cujas contas a Folha teve acesso levantou mais de R$ 500 mil.

A segunda maior arrecadação entre os eleitos é a do deputado Pedro Henry (PP-MT), citado tanto no caso dos sanguessugas quanto no mensalão. Ele recolheu R$ 464 mil.

A maioria dos sanguessugas que disputaram a reeleição (37%) obteve arrecadação entre R$ 100 mil e R$ 500 mil, e outros 35% não conseguiram recolher R$ 100 mil.

Reinaldo Gripp (PL-RJ) foi quem fez o menor caixa: R$ 16,7 mil. Ele obteve apenas 0,30% dos votos na disputa, segundo o TSE. Amauri Gasques (PL-SP) arrecadou R$ 25 mil, valor considerado muito baixo para concorrer no maior colégio eleitoral do país. Na mesma linha, Irapuã Teixeira (PP-SP) conseguiu R$ 35,3 mil, e Elaine Costa (PTB-RJ), R$ 35,4 mil.

Os parlamentares admitem que o fato de terem sido arrolados no escândalo das ambulâncias próximo à eleição prejudicou a arrecadação. "O denuncismo deixou os empresários com medo", diz João Caldas (PL-AL), que arrecadou R$ 312 mil, mas não conseguiu se reeleger. Ele nega envolvimento com a máfia das ambulâncias.

Ildeo Araújo (PP-SP), que arrecadou R$ 52 mil, disse que as denúncias o inibiram de procurar empresários. "Não tinha como bater na porta de uma empresa e pedir ajuda saindo de uma calúnia dessas." Ele nega parte nas irregularidades.

Dos 72 parlamentares inicialmente citados na máfia dos sanguessugas, 50 disputaram a eleição. Destes, dois concorreram a deputado estadual, um disputou vaga no Senado e a senadora Serys Slhessarenko tentou o governo de Mato Grosso. A petista declarou ter captado R$ 435,5 mil. Também de Mato Grosso, a deputada Celcita Pinheiro (PFL) juntou R$ 456 mil, mas não se reelegeu. Érico Ribeiro (PP-RS), um dos maiores arrozeiros do país, disse ter recolhido R$ 361 mil. Não conseguiu novo mandato.

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