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06/11/2006 - 23h45

Se pudesse, decretaria crescimento por medida provisória, diz Lula

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FELIPE NEVES
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na noite desta segunda-feira, que, se pudesse, determinaria um forte crescimento econômico do país por meio de uma Medida Provisória.

A afirmação foi uma resposta irônica ao pedido feito pelo empresário Jorge Gerdau, dono das siderúrgicas Gerdau, que, antes do discurso de Lula disse que o país deveria crescer em um patamar mínimo de 5% ao ano e que o ideal seria algo entre 6% e 7%.

"Se eu pudesse decretar o crescimento de 7%, eu faria por medida provisória, para o [senador Romeu] Tuma e para o [senador Aloizio] Mercadante votarem", respondeu Lula, em tom de ironia. Os dois participaram de um evento em São Paulo promovido pela revista "Carta Capital", que premiou as empresas mais admiradas do país.

"É preciso definir e dizer com toda a clareza que nós temos que buscar um crescimento de, no mínimo, 5% do PIB [Produto Interno Bruto] ao ano, preferencialmente eu diria um número entre 6% e 7% ao ano", havia dito minutos antes Gerdau, que discursou representando a classe empresarial.

Apesar da aparente troca de farpas, o empresário é cotado para assumir um ministério no segundo mandato do presidente reeleito. Seu nome aparece como um possível substituto de Luiz Fernando Furlan no Desenvolvimento.

Sem mágica

O petista fez questão de ressaltar que não existe "mágica" para a política econômica e que tem certeza de que país está no caminho certo para um crescimento sustentado, a longo prazo. "Toda vez que se tentou inventar alguma mágica, o país quebrou em alguns meses", disse.

A uma platéia de empresários, Lula defendeu suas escolhas na área econômica porque com elas, explicou, além de conseguir estabilizar o país, pôde alimentar projetos sociais para a população mais carente.

O presidente negou que queira dividir o país entre ricos e pobres. "O que eu quero é repartir o pão produzido de forma mais justa", argumentou.

Crise com a imprensa

Lula voltou a atacar a postura da imprensa com relação ao seu governo e também durante a campanha eleitoral.

Ao elogiar a postura editorial de "Carta Capital", que declaradamente o apóia, Lula disse que às vezes a "humanidade vive momentos de hipocrisia". Um destes teria sido a disputa presidencial, em que, para o petista, a maior parte da mídia era contra sua candidatura.

Vitorioso, Lula aproveitou para ir à forra. Em sua opinião, a conclusão a que se pode chegar é que "neste país, existe mais povo do que formadores de opinião."

Para ele, sua vitória mostrou que o povo aprendeu a distinguir entre a verdade e a mentira. "Eles [povo] perceberam que estavam tentando tirar alguma coisa que eles tinham conquistado, sintetizada em uma palavra: cidadania."

Lula chegou até a insinuar que alguns veículos são irresponsáveis. "Para mim, a liberdade tem que ser plena. Mas a liberdade plena exige responsabilidade, exige seriedade", afirmou Lula que, mais adiante, ironizou: "A imprensa sempre foi muito generosa comigo. Não posso reclamar."

Além de Lula e Gerdau e dos senadores Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PFL), também participaram do evento figuras como o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), Fernando Haddad (Educação) e Marina Silva (Meio Ambiente), o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, entre outras lideranças.

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