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08/11/2006
-
15h59
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Os parlamentares do PSDB e PFL, esperados para endurecerem as perguntas contra o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) na CPI dos Sanguessugas, esvaziaram o depoimento do ex-ministro nesta manhã. Dos 32 membros do PSDB e do PFL que integram a CPI, entre titulares e suplentes, apenas quatro foram à comissão ouvir o relato de Costa sobre a suposta atuação da máfia das ambulâncias no Ministério da Saúde.
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), fez duras críticas ao esvaziamento da oposição. "Tivemos o teor oposicionista baixo, e isso se refletiu no andamento dos trabalhos. O contraditório se deu em um tom muito baixo. Se não tivemos um grande número de perguntas, a responsabilidade é de quem está fazendo corpo mole", disse.
O esvaziamento da CPI teria sido provocado por um acordo informal firmado entre parlamentares do governo e da oposição, já que ontem a comissão ouviu o ex-ministro Barjas Negri (PSDB). Os partidos teriam se unido para evitar constrangimentos aos ex-ministros na comissão.
Jungmann, no entanto, evitou especular sobre o "acordão" para beneficiar os ex-ministros. "Eu não tenho motivos para fazer insinuações, mas briga-se tanto por uma CPI que consegue um desempenho prodígio na primeira etapa dos trabalhos, depois se torna palco de disputa acirrada, e agora fica vazia. Será que a preocupação era somente pré-eleitoral?"
Inocência
Ao deixar a CPI, o ex-ministro Humberto Costa reiterou inocência nas denúncias sobre a máfia das ambulâncias. Costa afirmou esperar que o relatório final da comissão aponte sua inocência no episódio. "Quero que se faça Justiça. O meu nome foi usado indevidamente. Fui vítima de uma brutal campanha usada contra mim", afirmou.
Costa criticou a atual sistemática de liberação de verbas e convênios com base nas emendas parlamentares. O ex-ministro defendeu que o Congresso implante mecanismos capazes de coibir abusos nas emendas. Ele também disse esperar que o governo consiga obter avanços para criar um sistema nacional de auditorias nos ministérios para evitar fraudes como a conduzida pela máfia das ambulâncias.
"Nós não vamos conseguir jamais eliminar a corrupção no Estado brasileiro. O que faz a diferença é aprimorarmos o controle", disse.
Depoimento
No depoimento que durou mais de três horas à CPI, Costa admitiu ter se encontrado com o empresário Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, em fevereiro de 2003. O ex-ministro negou, no entanto, ter atuado em favor da empresa para a venda superfaturada de ambulâncias no período em que esteve no comando da pasta --entre janeiro de 2003 e julho de 2005.
Costa disse que a Planam cumpriu todas as exigências legais para conseguir firmar convênios com o governo federal para a venda de unidades móveis de saúde.
No encontro com Vedoin, o empresário teria negociado uma dívida de R$ 8 milhões do governo referente ao pagamento das ambulâncias. "Eu não sabia que o Vedoin estaria nessa reunião. E mesmo se tivesse pedido a liberação do dinheiro, possivelmente teríamos atendido, porque não havia nada de irregular na operação."
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Oposição esfria depoimento de Humberto Costa à CPI dos Sanguessugas
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da Folha Online, em Brasília
Os parlamentares do PSDB e PFL, esperados para endurecerem as perguntas contra o ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) na CPI dos Sanguessugas, esvaziaram o depoimento do ex-ministro nesta manhã. Dos 32 membros do PSDB e do PFL que integram a CPI, entre titulares e suplentes, apenas quatro foram à comissão ouvir o relato de Costa sobre a suposta atuação da máfia das ambulâncias no Ministério da Saúde.
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), fez duras críticas ao esvaziamento da oposição. "Tivemos o teor oposicionista baixo, e isso se refletiu no andamento dos trabalhos. O contraditório se deu em um tom muito baixo. Se não tivemos um grande número de perguntas, a responsabilidade é de quem está fazendo corpo mole", disse.
O esvaziamento da CPI teria sido provocado por um acordo informal firmado entre parlamentares do governo e da oposição, já que ontem a comissão ouviu o ex-ministro Barjas Negri (PSDB). Os partidos teriam se unido para evitar constrangimentos aos ex-ministros na comissão.
Jungmann, no entanto, evitou especular sobre o "acordão" para beneficiar os ex-ministros. "Eu não tenho motivos para fazer insinuações, mas briga-se tanto por uma CPI que consegue um desempenho prodígio na primeira etapa dos trabalhos, depois se torna palco de disputa acirrada, e agora fica vazia. Será que a preocupação era somente pré-eleitoral?"
Inocência
Ao deixar a CPI, o ex-ministro Humberto Costa reiterou inocência nas denúncias sobre a máfia das ambulâncias. Costa afirmou esperar que o relatório final da comissão aponte sua inocência no episódio. "Quero que se faça Justiça. O meu nome foi usado indevidamente. Fui vítima de uma brutal campanha usada contra mim", afirmou.
Costa criticou a atual sistemática de liberação de verbas e convênios com base nas emendas parlamentares. O ex-ministro defendeu que o Congresso implante mecanismos capazes de coibir abusos nas emendas. Ele também disse esperar que o governo consiga obter avanços para criar um sistema nacional de auditorias nos ministérios para evitar fraudes como a conduzida pela máfia das ambulâncias.
"Nós não vamos conseguir jamais eliminar a corrupção no Estado brasileiro. O que faz a diferença é aprimorarmos o controle", disse.
Depoimento
No depoimento que durou mais de três horas à CPI, Costa admitiu ter se encontrado com o empresário Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam, em fevereiro de 2003. O ex-ministro negou, no entanto, ter atuado em favor da empresa para a venda superfaturada de ambulâncias no período em que esteve no comando da pasta --entre janeiro de 2003 e julho de 2005.
Costa disse que a Planam cumpriu todas as exigências legais para conseguir firmar convênios com o governo federal para a venda de unidades móveis de saúde.
No encontro com Vedoin, o empresário teria negociado uma dívida de R$ 8 milhões do governo referente ao pagamento das ambulâncias. "Eu não sabia que o Vedoin estaria nessa reunião. E mesmo se tivesse pedido a liberação do dinheiro, possivelmente teríamos atendido, porque não havia nada de irregular na operação."
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