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09/11/2006
-
09h02
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula diretamente a sua maioria parlamentar no Congresso com expedientes que lembram o "Centrão" da Assembléia Nacional Constituinte de 1987-1988.
O eixo do "centrão de Lula" deve ser o PMDB. Terá, à direita, aliados do primeiro mandato enfraquecidos com a crise do mensalão, como PP, PL e PTB. O PT permanece com força no campo da esquerda do "centrão", mas terá que dividir o estrelato também com legendas de esquerda que cresceram politicamente, como o PSB.
"A meu ver, não haverá na base parlamentar nenhuma diferença significativa, a não ser o aumento da presença do PMDB e, conseqüentemente, a redução de postos do PT", afirma o cientista político Leôncio Martins Rodrigues.
Diferentemente do primeiro mandato, no qual abandonou gradativamente o contato com os Estados, desta vez Lula trabalha para assegurar o apoio de pelo menos 17 dos 27 futuros governadores. Eles serão vitais para o sucesso da articulação, e em troca deverão ganhar apoio a seus pleitos e verbas federais.
O PDT, surpresa eleitoral em outubro com dois governadores eleitos, também está sendo atraído para a coalizão.
Isolado, o PT continuará a resistir ao inchaço. Lula costuma dizer que o partido é "complicado", referindo-se a guerras internas e a um certo "purismo" em relação à entrada de novos quadros políticos, apesar do mensalão e do dossiegate.
Um exemplo da formatação do "centrão" foi dado ontem. Partiu do presidente o convite para que o governador reeleito de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), se filie ao PSB. Maggi apoiou Lula contra a orientação do PPS, que se aliou a Geraldo Alckmin (PSDB). O presidente do PSB e governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos, já franqueou ao petista liberdade para convidar políticos a integrar o partido. Espécie de terror dos ambientalistas, o "rei da soja" Maggi dificilmente seria aceito no PT.
O "centrão" pretende absorver governadores, senadores e deputados que sempre estão no "partido do governo", qualquer que seja o governo, pois dependem de cargos e verbas oficiais para a sobrevivência política.
As portas do PMDB também estão abertas a políticos que queiram integrar o "centrão do Lula", entre eles a senadora Roseana Sarney, que deixou o PFL. O pai dela, José Sarney, é um dos principais caciques do "centrão". Desde 1998, quando escreveu artigo em defesa da honra pessoal de Lula, o petista lhe é grato. Sarney apoiou Lula em 2002, quando o PMDB apoiou o tucano José Serra.
Antiga "persona non grata" nos meios petistas, o senador eleito Fernando Collor de Mello é outro exemplo de político conservador que integrará a base de apoio do petista. Collor só aceitou deixar o PRTB pelo PTB após ouvir do presidente deste partido, Roberto Jefferson, que a sigla não faria oposição ao presidente Lula.
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Leia o que já foi publicado sobre o segundo mandato de Lula
Leia cobertura completa das eleições 2006
Lula ensaia "novo centrão" e tenta levar Maggi para PSB
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula diretamente a sua maioria parlamentar no Congresso com expedientes que lembram o "Centrão" da Assembléia Nacional Constituinte de 1987-1988.
O eixo do "centrão de Lula" deve ser o PMDB. Terá, à direita, aliados do primeiro mandato enfraquecidos com a crise do mensalão, como PP, PL e PTB. O PT permanece com força no campo da esquerda do "centrão", mas terá que dividir o estrelato também com legendas de esquerda que cresceram politicamente, como o PSB.
"A meu ver, não haverá na base parlamentar nenhuma diferença significativa, a não ser o aumento da presença do PMDB e, conseqüentemente, a redução de postos do PT", afirma o cientista político Leôncio Martins Rodrigues.
Diferentemente do primeiro mandato, no qual abandonou gradativamente o contato com os Estados, desta vez Lula trabalha para assegurar o apoio de pelo menos 17 dos 27 futuros governadores. Eles serão vitais para o sucesso da articulação, e em troca deverão ganhar apoio a seus pleitos e verbas federais.
O PDT, surpresa eleitoral em outubro com dois governadores eleitos, também está sendo atraído para a coalizão.
Isolado, o PT continuará a resistir ao inchaço. Lula costuma dizer que o partido é "complicado", referindo-se a guerras internas e a um certo "purismo" em relação à entrada de novos quadros políticos, apesar do mensalão e do dossiegate.
Um exemplo da formatação do "centrão" foi dado ontem. Partiu do presidente o convite para que o governador reeleito de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), se filie ao PSB. Maggi apoiou Lula contra a orientação do PPS, que se aliou a Geraldo Alckmin (PSDB). O presidente do PSB e governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos, já franqueou ao petista liberdade para convidar políticos a integrar o partido. Espécie de terror dos ambientalistas, o "rei da soja" Maggi dificilmente seria aceito no PT.
O "centrão" pretende absorver governadores, senadores e deputados que sempre estão no "partido do governo", qualquer que seja o governo, pois dependem de cargos e verbas oficiais para a sobrevivência política.
As portas do PMDB também estão abertas a políticos que queiram integrar o "centrão do Lula", entre eles a senadora Roseana Sarney, que deixou o PFL. O pai dela, José Sarney, é um dos principais caciques do "centrão". Desde 1998, quando escreveu artigo em defesa da honra pessoal de Lula, o petista lhe é grato. Sarney apoiou Lula em 2002, quando o PMDB apoiou o tucano José Serra.
Antiga "persona non grata" nos meios petistas, o senador eleito Fernando Collor de Mello é outro exemplo de político conservador que integrará a base de apoio do petista. Collor só aceitou deixar o PRTB pelo PTB após ouvir do presidente deste partido, Roberto Jefferson, que a sigla não faria oposição ao presidente Lula.
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