Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/11/2006 - 10h54

Duda Mendonça recebe alta de hospital em São Paulo

Publicidade

da Folha Online

O publicitário Duda Mendonça, que passou por uma cirurgia de revascularização do miocárdio, recebeu alta do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, nesta quinta-feira à tarde.

Segundo informações da assessoria do hospital, Duda pediu para que a imprensa não fosse avisada, para evitar tumulto na saída do local.

A cirurgia, realizada no dia 1º, foi indicada após diagnóstico de lesões de artérias coronárias sem lesão miocárdica ou infarto.

O publicitário esteve sob os cuidados do cardiologista Roberto Kalil Filho e do cirurgião cardiovascular Fábio Jatene.

Duda estava em Salvador quando começou a sentir fortes dores no peito. Levado a um hospital, ele passou por um cateterismo.

A opção de Duda e da família foi viajar para São Paulo para fazer a cirurgia. De acordo com o cardiologista Roberto Kalil, o publicitário não sofreu infarto pois não houve fechamento de artéria.

Fama

O publicitário, um dos principais "marqueteiros" do país para campanhas eleitorais, ganhou fama também por seu envolvimento com um dos principais escândalos políticos do país em anos recentes: o episódio do "mensalão".

Em agosto de 2005, Duda Mendonça admitiu à CPI dos Correios que foi pago pelo PT por serviços prestados na campanha de 2002 por meio de caixa dois. Segundo o depoimento de Duda à CPI, houve uma longa negociação com o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para receber os valores, da ordem de R$ 10 milhões. O PT protelava o pagamento. Até que se definiu pelos depósitos ilegais, por meio de caixa dois, na empresa offshore das Bahamas.

O depoimento do publicitário caiu como uma bomba no meio político. À época, chegou-se a especular que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva corria o risco de ser acusado de crime eleitoral. No limite, especularam juristas ouvidos pela Folha, Lula ainda poderia sofrer processo de impeachment e responder a ação penal por prevaricação.

Mensalão tucano

O nome de Duda Mendonça também apareceu nas investigações sobre a campanha ao governo de Minas de Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Ele teria ganho ganho R$ 3,8 milhões "por fora", também por meio de empréstimos do empresário Marcos Valério.

Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha, reconheceu que a campanha de Azeredo custou R$ 20 milhões, dos quais apenas R$ 8,5 milhões foram declarados à Justiça Eleitoral. Afirmou que o dinheiro do caixa dois teve origem em empréstimos obtidos por Valério no Banco Rural.

Mourão disse ainda que o pagamento de R$ 3,8 milhões a Duda Mendonça --o valor total do serviço foi de R$ 4,5 milhões-- foi feito de "maneira não-oficial" a pedido do publicitário. Afirmou que os repasses a Duda foram feitos, em espécie, por Valério.

Rinha de galo

Em outubro de 2004, durante as eleições municipais, Duda Mendonça, responsável pela campanha do PT em São Paulo, foi preso em flagrante na noite durante uma operação da Polícia Federal de repressão às rinhas de galo num sítio entre Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com a PF, mais de 200 pessoas estavam no local, entre elas o vereador reeleito no Rio pelo PT, Jorge Babu. Foram encontrados R$ 8.000 em dinheiro e vários cheques em branco. O ingresso para participar, nesta noite, custava R$ 50. O volume médio de apostas por luta é de R$ 50 mil.

No casarão, havia três arenas, duas pequenas e uma grande, além de viveiros. A polícia também recolheu placares e cerca de cem animais, alguns machucados.

Segundo o delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Antonio Carlos Rayol, da Delemaph (Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico), Duda Mendonça declarou ser sócio do local. O delegado disse que a operação foi motivada por denúncias de órgãos de defesa dos animais.

A prática é considerada crime ambiental e se enquadra no artigo 32 da legislação ambiental, que prevê pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

O artigo condena "o ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos".

De acordo com o delegado-substituto e chefe do setor de Inteligência da Polícia Federal, Lorenzo Pompilio da Hora, 45, Duda Mendonça poderá responder também por formação de quadrilha, conforme prevê o Código Penal.

Paraíba

O escândalo do "mensalão" e a rinha de galo não foram os últimos episódios obscuros em que o publicitário foi envolvido. No início deste ano, o Ministério Público Federal na Paraíba elaborou ação para investigar suposto contrato informal de R$ 800 mil entre a ex-prefeita de Campina Grande Cozete Barbosa (PT) e a agência de Duda. Segundo a ação, o dinheiro foi transferido dos cofres municipais à agência de propaganda, de março de 2003 a abril de 2004, sem que houvesse contrato formal.

A denúncia foi feita no ano passado pela ex-secretária das Finanças de Campina Grande Aleni Rodrigues de Oliveira. Segundo sua versão, esse contrato foi acertado no início de 2003 para serviços de mudança do logotipo da prefeitura e de assessoria para melhoria da imagem da prefeita.

Segundo a denunciante, o dinheiro para o pagamento saía dos cofres da prefeitura, em parcelas de R$ 80 mil. A Justiça chegou a bloquear os bens do publicitário, em uma decisão revogada mais tarde pelo Tribunal da Paraíba.

Na ocasião, a prefeita Cozete Barbosa declarou à Folha que "tudo foi pago dentro da legalidade". Segundo ela, "a história é falsa, a agência de Duda fez uma consultoria à empresa Criare [Propaganda] que era a empresa de comunicação da prefeitura".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Duda Mendonça
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página