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12/11/2006 - 11h44

Pastas ligadas a movimentos sociais devem ficar com PT

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EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

No momento em que sinaliza a perda de espaço do PT em seu novo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou aos petistas que um grupo de ao menos cinco cargos "periféricos" de primeiro escalão serão mantidos de qualquer forma sob o comando do partido. São ministérios e secretarias ligadas a movimentos sociais.

Anteontem, reunido na Câmara, o PT prometeu disputar espaço político na Esplanada e que, no mínimo, quer manter a atual participação no primeiro escalão do segundo mandato de Lula. Hoje, dos 34 ministros, 16 são filiados ao PT.

Nas contas do Palácio do Planalto, pelo menos cinco deles estão num grupo informalmente conhecido como "porteira fechada", ou seja, que estão fora das articulações com outras siglas aliadas, como PMDB, PP e PSB. Serão de novo preenchidos por integrantes do PT.

No grupo estão dois ministérios (Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente) e três secretarias especiais (Direitos Humanos, Políticas para as Mulheres e Igualdade Racial).

Em conversas reservadas, o presidente avalia que ceder tais pastas para outros partidos seria como desvincular do PT a bandeira de determinados temas apontados como históricos de defesa do partido. Lula, inclusive, criou tais secretarias e não cedeu às pressões para extingui-las em troca do enxugamento na máquina.

Além disso, possui nesses ministérios e nessas secretarias especiais a possibilidade de acomodar algumas tendências da esquerda do partido, como é hoje o caso da DS (Democracia Socialista) no Ministério do Desenvolvimento Agrário, antes com Miguel Rossetto e agora com Guilherme Cassel.

No momento de formar o primeiro escalão do novo mandato, pesa ainda a favor da manutenção dos petistas a dívida de Lula com os movimentos sociais, que saíram às ruas para apoia-lo em meio à crise do mensalão, quando a oposição cogitava um processo de impeachment contra ele.

Na hipótese de entregar a pasta da reforma agrária, por exemplo, abriria o risco de descolar do Planalto a boa relação que tem com os sem-terra.

Nas conversas sobre o novo mandato, o Ministério das Cidades, hoje com o PP, aparece na lista de pedidos dos petistas.

Nos termos ouvidos pela Folha em conversas com integrantes do governo, além das "porteiras fechadas", há também aqueles ditos como da "cota pessoal" do presidente, onde o PT teria também prioridade. Entram nesse grupo Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Previdência, Educação, Relações Institucionais, Desenvolvimento Social, Secretaria Geral e Trabalho, todos hoje nas mãos de petistas.

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