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22/11/2006
-
11h42
da Folha Online
A CPI dos Sanguessugas ouve hoje dois envolvidos no caso do suposto dossiê antitucano que seria comprado por integrantes do PT. Devem ser ouvidos o ex-secretário do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas e o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Veloso.
O depoimento de Veloso --acusado de envolvimento no caso do dossiê contra integrantes do PSDB-- já começou. Ele disse à CPI que sua função na operação de compra do dossiê era avaliar tecnicamente os documentos. "Participei intensamente das discussões sobre os documentos. Nada mais", disse.
Veloso teria ido a Cuiabá para analisar o dossiê, que teria sido arquitetado e vendido pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como chefe da "máfia das ambulâncias".
Bargas --que fazia parte da coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- teria oferecido o dossiê para a revista "Época".
Ontem, a CPI ouviu outros dois acusados de envolvimento com a compra do dossiê: Jorge Lorenzetti e Valdebran Padilha. Gedimar Passos, preso junto com Valdebran e R$ 1,7 milhão em São Paulo, alegou problemas de saúde para não comparecer à CPI. Seu depoimento foi adiado.
Valdebran afirmou que participou de quatro reuniões com Vedoin, Gedimar e Expedito, quando foi negociada a compra do dossiê. Mas garantiu que, em todos os encontros, atuou como simples observador. "Em momento algum eu intervi na negociação financeira. Eu não tive acesso à documentação [do dossiê], a única coisa que vi é que tinha um DVD junto com uma fita de vídeo", afirmou.
Ele reconheceu que foi a São Paulo participar do pagamento de R$ 1,7 milhão a Vedoin em troca do material contra candidatos tucanos.
Lorenzetti, ex-analista de risco e mídia do PT, isentou o presidente licenciado do partido, Ricardo Berzoini, de envolvimento na compra do dossiê antitucano. Lorenzetti assumiu a responsabilidade por autorizar a negociação do material com Vedoin.
Apesar de admitir as negociações de petistas com Vedoin, Lorenzetti negou que partido tenha autorizado o pagamento de R$ 1,7 milhão em troca do material.
Segundo o ex-analista do PT, a ordem era negociar o conteúdo do dossiê em troca de apoio jurídico aos Vedoin quando eles fossem tornar públicas as denúncias contra tucanos, sem qualquer quantia financeira.
"A assistência jurídica foi uma demanda deles. Nós iríamos disponibilizar advogados para reforçar a defesa jurídica. O nosso interesse era o sucesso da entrevista do Vedoin [às revistas Época e IstoÉ] e a entrega dos documentos à Polícia Federal", disse.
Conteúdo do dossiê
O ex-analista do PT disse que com base nas informações que recebeu de Gedimar Passos e Expedito Veloso as informações presentes no dossiê contra tucanos seriam 'consistentes'.
Apesar de não ter tido acesso ao conteúdo do dossiê, Lorenzetti disse que pelos relatos recebidos o material reunia cópias de cheques no valor de R$ 600 mil que seriam repassados a Abel Pereira (empresário apontado como elo entre o PSDB e a máfia dos sanguessugas) para pagar dívidas da campanha do tucano José Serra (PSDB) ao governo de São Paulo.
Lorenzetti disse que o dossiê também traz uma fita de vídeo com a imagem de Serra ao lado dos Vedoin, além de extratos bancários --o que reforçaria a tese de que os petistas teriam interesse na compra do material para prejudicar a campanha do tucano em São Paulo.
Com Agência Câmara
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Expedito Veloso diz à CPI que sua função era avaliar tecnicamente documentos
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A CPI dos Sanguessugas ouve hoje dois envolvidos no caso do suposto dossiê antitucano que seria comprado por integrantes do PT. Devem ser ouvidos o ex-secretário do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas e o ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil Expedito Veloso.
O depoimento de Veloso --acusado de envolvimento no caso do dossiê contra integrantes do PSDB-- já começou. Ele disse à CPI que sua função na operação de compra do dossiê era avaliar tecnicamente os documentos. "Participei intensamente das discussões sobre os documentos. Nada mais", disse.
Veloso teria ido a Cuiabá para analisar o dossiê, que teria sido arquitetado e vendido pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como chefe da "máfia das ambulâncias".
Bargas --que fazia parte da coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- teria oferecido o dossiê para a revista "Época".
Ontem, a CPI ouviu outros dois acusados de envolvimento com a compra do dossiê: Jorge Lorenzetti e Valdebran Padilha. Gedimar Passos, preso junto com Valdebran e R$ 1,7 milhão em São Paulo, alegou problemas de saúde para não comparecer à CPI. Seu depoimento foi adiado.
Valdebran afirmou que participou de quatro reuniões com Vedoin, Gedimar e Expedito, quando foi negociada a compra do dossiê. Mas garantiu que, em todos os encontros, atuou como simples observador. "Em momento algum eu intervi na negociação financeira. Eu não tive acesso à documentação [do dossiê], a única coisa que vi é que tinha um DVD junto com uma fita de vídeo", afirmou.
Ele reconheceu que foi a São Paulo participar do pagamento de R$ 1,7 milhão a Vedoin em troca do material contra candidatos tucanos.
Lorenzetti, ex-analista de risco e mídia do PT, isentou o presidente licenciado do partido, Ricardo Berzoini, de envolvimento na compra do dossiê antitucano. Lorenzetti assumiu a responsabilidade por autorizar a negociação do material com Vedoin.
Apesar de admitir as negociações de petistas com Vedoin, Lorenzetti negou que partido tenha autorizado o pagamento de R$ 1,7 milhão em troca do material.
Segundo o ex-analista do PT, a ordem era negociar o conteúdo do dossiê em troca de apoio jurídico aos Vedoin quando eles fossem tornar públicas as denúncias contra tucanos, sem qualquer quantia financeira.
"A assistência jurídica foi uma demanda deles. Nós iríamos disponibilizar advogados para reforçar a defesa jurídica. O nosso interesse era o sucesso da entrevista do Vedoin [às revistas Época e IstoÉ] e a entrega dos documentos à Polícia Federal", disse.
Conteúdo do dossiê
O ex-analista do PT disse que com base nas informações que recebeu de Gedimar Passos e Expedito Veloso as informações presentes no dossiê contra tucanos seriam 'consistentes'.
Apesar de não ter tido acesso ao conteúdo do dossiê, Lorenzetti disse que pelos relatos recebidos o material reunia cópias de cheques no valor de R$ 600 mil que seriam repassados a Abel Pereira (empresário apontado como elo entre o PSDB e a máfia dos sanguessugas) para pagar dívidas da campanha do tucano José Serra (PSDB) ao governo de São Paulo.
Lorenzetti disse que o dossiê também traz uma fita de vídeo com a imagem de Serra ao lado dos Vedoin, além de extratos bancários --o que reforçaria a tese de que os petistas teriam interesse na compra do material para prejudicar a campanha do tucano em São Paulo.
Com Agência Câmara
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