23/11/2006 - 12h42

Cassol diz que não é "burro" de fazer oposição a Lula neste momento

ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

Oposicionistas que participam nesta quinta-feira da reunião de governadores aliados com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiram que é preferível contrariar seus partidos do que o governo. O governador reeleito de Rondônia, Ivo Cassol (MD), disse que seria "burrice" fazer oposição ao governo neste momento em que o seu Estado "não agüenta mais" os compromissos financeiros que tem a cumprir.

"Eu sou da oposição, mas seria burrice da minha parte fazer oposição ao governo federal. Não vou dar murro em ponta de faca, eu é que sou o governador e sei onde meu sapato aperta. Seria como um prefeito de interior fazer oposição ao meu governo", afirmou Cassol.

Além de Cassol, está na reunião Blairo Maggi (MT), também do oposicionista MD. Maggi apoiou Lula na campanha contrariando o seu partido. O governador chegou a ser expulso do então PPS --hoje MD--, mas o processo ainda não foi finalizado e ele continua a integrar a legenda de oposição, embora atue como aliado de Lula.

O governador reeleito do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), comentou que o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ter mais no seu horizonte a possibilidade da reeleição ajuda o diálogo com setores da oposição. "O fato de não poder haver reeleição abre um espaço que não tínhamos no primeiro governo de um entendimento maior em torno do governo. Uma distensão entre governo e oposição é extremamente necessária se a gente quiser destravar a agenda de reformas do país", observou.

Para Hartung, a decisão do PMDB de participar do governo Lula "já é um elemento deste novo tempo".

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