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24/11/2006
-
08h39
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Com base no cruzamento de ligações telefônicas e imagens do circuito interno de TV do hotel Íbis, em São Paulo, a CPI dos Sanguessugas encontrou fortes indícios do envolvimento dos ex-petistas Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda na compra do dossiê contra políticos tucanos. Lacerda conversou por telefone com Lorenzetti poucos minutos antes da prisão dos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com o dinheiro que seria usado na compra do dossiê.
Lacerda teria permanecido no hotel até poucos minutos antes da prisão de Gedimar e Valdebran, quando teria levado uma mala e duas sacolas com o dinheiro usado na compra do material antitucano.
As imagens mostram que Lacerda subiu no mesmo elevador que Gedimar e ficou alguns minutos em companhia do petista. Depois, mesmo estando no hotel, Lacerda telefonou para Gedimar --o que poderia configurar que o petista se reuniu com Valdebran logo depois.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da CPI, afirmou que há provas concretas do envolvimento dos dois ex-petistas na compra do dossiê.
"O cruzamento evidencia que o Lacerda e o Lorenzetti efetivamente sabiam do pagamento e do dinheiro do dossiê e tinha conhecimento da quantia que estava sendo paga", afirmou Sampaio.
Em depoimento à CPI nesta terça-feira, Lorenzetti negou qualquer participação na compra do dossiê. O petista disse ter autorizado Gedimar e Valdebran a negociarem o conteúdo do material com o empresário Luiz Antonio Vedoin somente em troca de ajuda jurídica, e não de dinheiro. Lacerda será ouvido pela CPI na próxima terça-feira.
O cruzamento também aponta intensa troca de telefonemas entre Valdebran e Lorenzetti no período das negociações. "Quando o Expedito Veloso [ex-diretor do Banco do Brasil] fala com o Valdebran, ele liga em seguida para o Lorenzetti, e depois liga novamente para o Valdebran. Ou seja: o Lorenzetti é quem dava o aval para as negociações", afirmou Sampaio.
Indiciamentos
Para Sampaio, já há elementos suficientes para a comissão pedir o indiciamento de Lacerda, Lorenzetti, Gedimar e Valdebran no relatório final da CPI. "Temos provas cabais para pedir o indiciamento de todos eles. Diante das imagens, não se nega o óbvio", afirmou.
O deputado disse que Lacerda não poderá negar a origem do dinheiro à comissão se as imagens do circuito interno do hotel mostram que ele permaneceu no local por quase uma hora antes de entregar o dinheiro.
"O Lacerda diz que não sabia de dinheiro. Mas como ele pode não ter visto o dinheiro se poucas horas depois Gedimar e Valdebran foram presos com o montante?", questionou Sampaio.
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Sub-relator da CPI diz ter provas que ligam Lorenzetti e Lacerda ao dossiegate
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da Folha Online, em Brasília
Com base no cruzamento de ligações telefônicas e imagens do circuito interno de TV do hotel Íbis, em São Paulo, a CPI dos Sanguessugas encontrou fortes indícios do envolvimento dos ex-petistas Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda na compra do dossiê contra políticos tucanos. Lacerda conversou por telefone com Lorenzetti poucos minutos antes da prisão dos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com o dinheiro que seria usado na compra do dossiê.
Lacerda teria permanecido no hotel até poucos minutos antes da prisão de Gedimar e Valdebran, quando teria levado uma mala e duas sacolas com o dinheiro usado na compra do material antitucano.
As imagens mostram que Lacerda subiu no mesmo elevador que Gedimar e ficou alguns minutos em companhia do petista. Depois, mesmo estando no hotel, Lacerda telefonou para Gedimar --o que poderia configurar que o petista se reuniu com Valdebran logo depois.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator da CPI, afirmou que há provas concretas do envolvimento dos dois ex-petistas na compra do dossiê.
"O cruzamento evidencia que o Lacerda e o Lorenzetti efetivamente sabiam do pagamento e do dinheiro do dossiê e tinha conhecimento da quantia que estava sendo paga", afirmou Sampaio.
Em depoimento à CPI nesta terça-feira, Lorenzetti negou qualquer participação na compra do dossiê. O petista disse ter autorizado Gedimar e Valdebran a negociarem o conteúdo do material com o empresário Luiz Antonio Vedoin somente em troca de ajuda jurídica, e não de dinheiro. Lacerda será ouvido pela CPI na próxima terça-feira.
O cruzamento também aponta intensa troca de telefonemas entre Valdebran e Lorenzetti no período das negociações. "Quando o Expedito Veloso [ex-diretor do Banco do Brasil] fala com o Valdebran, ele liga em seguida para o Lorenzetti, e depois liga novamente para o Valdebran. Ou seja: o Lorenzetti é quem dava o aval para as negociações", afirmou Sampaio.
Indiciamentos
Para Sampaio, já há elementos suficientes para a comissão pedir o indiciamento de Lacerda, Lorenzetti, Gedimar e Valdebran no relatório final da CPI. "Temos provas cabais para pedir o indiciamento de todos eles. Diante das imagens, não se nega o óbvio", afirmou.
O deputado disse que Lacerda não poderá negar a origem do dinheiro à comissão se as imagens do circuito interno do hotel mostram que ele permaneceu no local por quase uma hora antes de entregar o dinheiro.
"O Lacerda diz que não sabia de dinheiro. Mas como ele pode não ter visto o dinheiro se poucas horas depois Gedimar e Valdebran foram presos com o montante?", questionou Sampaio.
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