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27/11/2006
-
11h23
da Folha Online
O delegado da Polícia Federal Diógenes Curado entrega hoje para a Justiça Federal de Cuiabá o relatório parcial das investigações sobre a compra de um suposto dossiê antitucano por integrantes do PT. No relatório, Curado deve pedir mais 30 dias de prazo para concluir o inquérito do dossiegate.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira, a PF e o Ministério Público federal esperam contar com ajuda da CPI dos Sanguessugas. As duas instituições avaliam que os suspeitos combinaram versões para proteger o presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, e evitar que a origem do dinheiro para a compra do dossiê antitucano seja esclarecida. A parceria com a CPI poderia derrubar a estratégia.
O relatório parcial da PF será analisado pelo juiz da 3ª Vara Federal de Cuiabá, Jefferson Schneider. Se ele concordar com a prorrogação do inquérito, a PF deve iniciar uma nova fase de investigação. Nesta nova fase, deverão ser ouvidos José de Filippi Júnior e José Giácomo Baccarin --tesoureiros das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), respectivamente.
O caso dossiê
A 15 dias das eleições, a PF apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Gedimar, advogado e ex-policial federal, trabalhava no comitê da campanha à reeleição de Lula. Valdebran Padilha, que era filiado ao PT do Mato Grosso, seria o contato entre Vedoin e o partido.
Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.
O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.
Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.
Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações. Mais tarde, por meio de seus advogados, Gedimar recuou nas declarações e disse que foi induzido pela PF a dar o citar o nome de Freud.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.
Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.
O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.
Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.
Com Folha de S.Paulo
Leia mais
Entenda o caso do dossiê
Saiba mais sobre o dossiê
Especial
Leia a cobertura completa sobre a preparação do segundo mandato de Lula
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PF vai pedir para prorrogar por 30 dias as investigações do dossiê
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O delegado da Polícia Federal Diógenes Curado entrega hoje para a Justiça Federal de Cuiabá o relatório parcial das investigações sobre a compra de um suposto dossiê antitucano por integrantes do PT. No relatório, Curado deve pedir mais 30 dias de prazo para concluir o inquérito do dossiegate.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira, a PF e o Ministério Público federal esperam contar com ajuda da CPI dos Sanguessugas. As duas instituições avaliam que os suspeitos combinaram versões para proteger o presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, e evitar que a origem do dinheiro para a compra do dossiê antitucano seja esclarecida. A parceria com a CPI poderia derrubar a estratégia.
O relatório parcial da PF será analisado pelo juiz da 3ª Vara Federal de Cuiabá, Jefferson Schneider. Se ele concordar com a prorrogação do inquérito, a PF deve iniciar uma nova fase de investigação. Nesta nova fase, deverão ser ouvidos José de Filippi Júnior e José Giácomo Baccarin --tesoureiros das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), respectivamente.
O caso dossiê
A 15 dias das eleições, a PF apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.
O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Gedimar, advogado e ex-policial federal, trabalhava no comitê da campanha à reeleição de Lula. Valdebran Padilha, que era filiado ao PT do Mato Grosso, seria o contato entre Vedoin e o partido.
Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.
O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.
Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi "contratado pela Executiva Nacional do PT" para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.
Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome "Froud ou Freud". Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações. Mais tarde, por meio de seus advogados, Gedimar recuou nas declarações e disse que foi induzido pela PF a dar o citar o nome de Freud.
Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista "Época" para oferecer o dossiê.
Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.
O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada "Expedito". Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.
Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na "IstoÉ" contra Serra.
Com Folha de S.Paulo
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