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28/11/2006
-
20h48
da Folha Online, em Brasília
O ex-policial federal Gedimar Passos se recusou hoje a dizer para a CPI dos Sanguessugas o nome de quem o orientou a receber o dinheiro que seria usado na compra do suposto dossiê antitucano por integrantes do PT. Ex-funcionário do extinto núcleo de inteligência do PT, Gedimar foi preso pela Polícia Federal com o ex-petista Valdebran Padilha. Com os dois, foi encontrado R$ 1,75 milhão --dinheiro que seria supostamente usado para comprar o dossiê.
Gedimar disse que foi orientado por alguém a se hospedar no hotel Ibis e a receber duas sacolas de alguém chamado André.
Questionado sobre quem havia dado as orientações para se hospedar no hotel e receber as sacolas, Gedimar disse que não poderia responder. "Eu já estou com a corda no pescoço e não posso agora puxar a corda."
Gedimar disse ainda que foi maltratado pela Polícia Federal no período em que ficou detido. Ele é acusado de participação no esquema de tentativa de compra de um suposto dossiê antitucano por integrantes do PT.
Para a CPI, Gedimar disse que ficou 13 horas "em uma cela de castigo, com água até a canela". Ele afirmou que não foi preso pela Polícia Federal, mas por um policial civil --a quem chamou de "ganso" (gíria para informante).
No relatório parcial, a PF indicia Gedimar por supressão de documentos. O relatório foi entregue ontem para a Justiça Federal.
A Polícia Federal em Cuiabá informou desconhecer que o ex-policial tenha sido torturado enquanto esteve preso lá.
A PF informou que Gedimar passou por um exame de corpo de delito antes de ser solto e que eventuais torturas seriam detectadas pelo IML (Instituto Médico Legal).
Em São Paulo, onde Gedimar ficou detido antes de ser transferido para Cuiabá, a PF informou que a denúncia de tortura física estava "descartada" e que a "tortura psicológica" não seria "crível" para um ex-policial e advogado.
Vedoin
Gedimar confirmou hoje à CPI dos Sanguessugas que teve encontros com Luiz e Darci Vedoin, principais acusados no esquema da máfia das ambulâncias, para tratar de documentos "seriam de interesse da campanha nacional do PT, de acordo com os Vedoin".
Ele negou, no entanto, que tenha ido aos encontros para tratar de valores financeiros. "Não fui para comprar documentos; fui para analisá-los", afirmou ele.
Gedimar ainda confirmou que os encontros, entre agosto e setembro, tiveram a participação de Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, e o empresário Valdebran Padilha, apontado como o intermediário dos Vedoin para a compra dos documentos. Segundo ele, os encontros com Vedoin foram realizados em Brasília e Cuiabá.
Ainda de acordo com o ex-policial, Luiz e Darci nunca chegaram a apresentar os documentos prometidos e que ele afirmou a Jorge Lorenzetti (então analista de risco e mídia da campanha do PT à Presidência), que "não havia nada de mais ali".
Em depoimento à CPI concedido no dia 21, Valdebran afirmou que participou da negociação somente como "observador" para garantir que o dinheiro seria pago pelos petistas a Vedoin --de quem diz ser amigo há mais de seis anos.
Com Agência Câmara
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Gedimar se recusa a dizer quem ordenou recebimento de dinheiro do dossiê
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O ex-policial federal Gedimar Passos se recusou hoje a dizer para a CPI dos Sanguessugas o nome de quem o orientou a receber o dinheiro que seria usado na compra do suposto dossiê antitucano por integrantes do PT. Ex-funcionário do extinto núcleo de inteligência do PT, Gedimar foi preso pela Polícia Federal com o ex-petista Valdebran Padilha. Com os dois, foi encontrado R$ 1,75 milhão --dinheiro que seria supostamente usado para comprar o dossiê.
Gedimar disse que foi orientado por alguém a se hospedar no hotel Ibis e a receber duas sacolas de alguém chamado André.
Questionado sobre quem havia dado as orientações para se hospedar no hotel e receber as sacolas, Gedimar disse que não poderia responder. "Eu já estou com a corda no pescoço e não posso agora puxar a corda."
Gedimar disse ainda que foi maltratado pela Polícia Federal no período em que ficou detido. Ele é acusado de participação no esquema de tentativa de compra de um suposto dossiê antitucano por integrantes do PT.
Para a CPI, Gedimar disse que ficou 13 horas "em uma cela de castigo, com água até a canela". Ele afirmou que não foi preso pela Polícia Federal, mas por um policial civil --a quem chamou de "ganso" (gíria para informante).
No relatório parcial, a PF indicia Gedimar por supressão de documentos. O relatório foi entregue ontem para a Justiça Federal.
A Polícia Federal em Cuiabá informou desconhecer que o ex-policial tenha sido torturado enquanto esteve preso lá.
A PF informou que Gedimar passou por um exame de corpo de delito antes de ser solto e que eventuais torturas seriam detectadas pelo IML (Instituto Médico Legal).
Em São Paulo, onde Gedimar ficou detido antes de ser transferido para Cuiabá, a PF informou que a denúncia de tortura física estava "descartada" e que a "tortura psicológica" não seria "crível" para um ex-policial e advogado.
Vedoin
Gedimar confirmou hoje à CPI dos Sanguessugas que teve encontros com Luiz e Darci Vedoin, principais acusados no esquema da máfia das ambulâncias, para tratar de documentos "seriam de interesse da campanha nacional do PT, de acordo com os Vedoin".
Ele negou, no entanto, que tenha ido aos encontros para tratar de valores financeiros. "Não fui para comprar documentos; fui para analisá-los", afirmou ele.
Gedimar ainda confirmou que os encontros, entre agosto e setembro, tiveram a participação de Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, e o empresário Valdebran Padilha, apontado como o intermediário dos Vedoin para a compra dos documentos. Segundo ele, os encontros com Vedoin foram realizados em Brasília e Cuiabá.
Ainda de acordo com o ex-policial, Luiz e Darci nunca chegaram a apresentar os documentos prometidos e que ele afirmou a Jorge Lorenzetti (então analista de risco e mídia da campanha do PT à Presidência), que "não havia nada de mais ali".
Em depoimento à CPI concedido no dia 21, Valdebran afirmou que participou da negociação somente como "observador" para garantir que o dinheiro seria pago pelos petistas a Vedoin --de quem diz ser amigo há mais de seis anos.
Com Agência Câmara
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