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30/11/2006
-
20h11
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
Cerca de 3.500 sem-terra deixaram hoje o porto de Maceió (AL) e suspenderam as operações de embarque e desembarque de carga, numa invasão que durou praticamente o dia inteiro.
Aproximadamente 50 caminhões carregados de açúcar e álcool, principal produto de exportação do Estado, ficaram parados na orla da capital alagoana aguardando as negociações com os sem-terra.
Dentro do porto, que pertence à União, há um terminal da Transpetro, responsável pela distribuição de óleo diesel e gasolina para o Estado, que também ficou parado. Foi a primeira vez que agricultores sem-terra invadiram um porto, segundo o administrador do porto de Maceió, Domício Silva.
A invasão foi organizada por lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) e do MTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade).
Os movimentos queriam pressionarem o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a agilizar a desapropriação de cerca de 22 mil hectares que pertencem à extinta usina Agrisa, localizados nos municípios de Joaquim Gomes e Flexeiras, na zona da mata alagoana.
Os sem-terra desocuparam a área, após a veiculação de uma carta de compromisso do presidente do Incra, Rolf Hackbart, de que o governo depositaria em juízo o dinheiro relativo à desapropriação da Agrisa.
"Já fizemos várias mobilizações e nada foi resolvido em relação à desapropriação da Agrisa. Decidimos ficar no porto, que é importante par a União, para pressionar o governo federal", disse Marco Antônio da Silva, da coordenação estadual do MLST.
Para os sem-terra, a escolha do porto para a ação foi simbólica, pois é pelo por ali que é escoada as riquezas do Estado, provenientes da exploração da monocultura da cana.
Os agricultores anunciaram que só deixariam o porto depois de obterem o compromisso do Incra de que seriam ajuizadas na Justiça os ações de imissão na posse.
Na prática, as ações pedem à Justiça autorização para que sejam criados os assentamentos rurais.
A confirmação da presidência do Incra de que as ações serão ajuizadas nos próximos dias chegou no final de tarde e os sem-terra concordaram em desocupar o local.
Os movimentos temiam que, com o final do governo, em dezembro próximo, os recursos já alocados para a desapropriação voltassem para o Tesouro caso não fossem utilizados. O depósito do dinheiro é feito junto com a imissão de posse.
A administração do porto entrou à tarde com um pedido de reintegração de posse na Justiça, que não foi apreciado.
O administrador do porto, Domício Silva, disse que os sem-terra não entraram nos escritórios nem nas áreas de movimentação de cargas e que não houve depredações. Segundo ele, a multa diária por atraso no carregamento de navios chega a US$ 15 mil (equivalente a R$ 32,5 mil). Silva disse que não era possível precisar o prejuízo causado pela invasão.
Agentes da Polícia Federal, da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do serviço de inteligência da Polícia Civil de Alagoas acompanham a ação dos sem-terra durante todo o dia. Policiais do Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar do Estado tomaram frente nas negociações com os sem-terra.
Segundo lideranças dos movimentos, os agricultores seguiriam ainda hoje para suas áreas no interior, mas voltariam à capital caso o compromisso do Incra não fosse cumprido.
MLST em Minas Gerais
Integrantes do MLST em Minas Gerais invadiram nesta madrugada a fazenda Rio das Pedras, no município de Prata, na região do Triângulo Mineiro. Segundo lideranças do movimento, 260 famílias participaram da ação. É a segunda ação do movimento desde o início da semana na região.
Colaborou Folha Online
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Sem-terra desocupam cais do porto de Maceió
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da Agência Folha
Cerca de 3.500 sem-terra deixaram hoje o porto de Maceió (AL) e suspenderam as operações de embarque e desembarque de carga, numa invasão que durou praticamente o dia inteiro.
Aproximadamente 50 caminhões carregados de açúcar e álcool, principal produto de exportação do Estado, ficaram parados na orla da capital alagoana aguardando as negociações com os sem-terra.
Dentro do porto, que pertence à União, há um terminal da Transpetro, responsável pela distribuição de óleo diesel e gasolina para o Estado, que também ficou parado. Foi a primeira vez que agricultores sem-terra invadiram um porto, segundo o administrador do porto de Maceió, Domício Silva.
A invasão foi organizada por lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) e do MTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade).
Os movimentos queriam pressionarem o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a agilizar a desapropriação de cerca de 22 mil hectares que pertencem à extinta usina Agrisa, localizados nos municípios de Joaquim Gomes e Flexeiras, na zona da mata alagoana.
Os sem-terra desocuparam a área, após a veiculação de uma carta de compromisso do presidente do Incra, Rolf Hackbart, de que o governo depositaria em juízo o dinheiro relativo à desapropriação da Agrisa.
"Já fizemos várias mobilizações e nada foi resolvido em relação à desapropriação da Agrisa. Decidimos ficar no porto, que é importante par a União, para pressionar o governo federal", disse Marco Antônio da Silva, da coordenação estadual do MLST.
Para os sem-terra, a escolha do porto para a ação foi simbólica, pois é pelo por ali que é escoada as riquezas do Estado, provenientes da exploração da monocultura da cana.
Os agricultores anunciaram que só deixariam o porto depois de obterem o compromisso do Incra de que seriam ajuizadas na Justiça os ações de imissão na posse.
Na prática, as ações pedem à Justiça autorização para que sejam criados os assentamentos rurais.
A confirmação da presidência do Incra de que as ações serão ajuizadas nos próximos dias chegou no final de tarde e os sem-terra concordaram em desocupar o local.
Os movimentos temiam que, com o final do governo, em dezembro próximo, os recursos já alocados para a desapropriação voltassem para o Tesouro caso não fossem utilizados. O depósito do dinheiro é feito junto com a imissão de posse.
A administração do porto entrou à tarde com um pedido de reintegração de posse na Justiça, que não foi apreciado.
O administrador do porto, Domício Silva, disse que os sem-terra não entraram nos escritórios nem nas áreas de movimentação de cargas e que não houve depredações. Segundo ele, a multa diária por atraso no carregamento de navios chega a US$ 15 mil (equivalente a R$ 32,5 mil). Silva disse que não era possível precisar o prejuízo causado pela invasão.
Agentes da Polícia Federal, da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do serviço de inteligência da Polícia Civil de Alagoas acompanham a ação dos sem-terra durante todo o dia. Policiais do Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar do Estado tomaram frente nas negociações com os sem-terra.
Segundo lideranças dos movimentos, os agricultores seguiriam ainda hoje para suas áreas no interior, mas voltariam à capital caso o compromisso do Incra não fosse cumprido.
MLST em Minas Gerais
Integrantes do MLST em Minas Gerais invadiram nesta madrugada a fazenda Rio das Pedras, no município de Prata, na região do Triângulo Mineiro. Segundo lideranças do movimento, 260 famílias participaram da ação. É a segunda ação do movimento desde o início da semana na região.
Colaborou Folha Online
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