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03/12/2006 - 09h27

José Dirceu tenta influir em escolha na Câmara

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A reabilitação política do ex-ministro e ex-deputado José Dirceu está diretamente relacionada ao sucesso de um grupo de congressistas nas disputas por cargos de direção dentro da Câmara e do Senado.

Os deputados dirceusistas contam com a eleição do petista Arlindo Chinaglia (SP) para a presidência da Câmara como o primeiro passo para a operação de conceder uma anistia a Dirceu --que foi cassado em 2005 e ficou inelegível até 2015.

Chinaglia não é um deputado ligado diretamente a Dirceu, mas sua campanha é tocada com mais vigor pelos deputados ligados ao ex-ministro. Além de Chinaglia, os dirceusistas esperam também influir na eleição do novo líder da bancada. Os nomes possíveis são os de Jorge Bittar (RJ), José Pimentel (CE) e Luiz Sérgio (RJ).

A eleição de Chinaglia serviria a dois propósitos. Primeiro, os aliados de Dirceu teriam alguém de confiança no comando da Câmara. Segundo, enfraqueceriam a eventual hegemonia de Renan Calheiros (PMDB-AL), que pretende se reeleger presidente do Senado e nunca teve boa relação com Dirceu.

Em caso de sucesso na Câmara, os petistas favoráveis ao retorno de Dirceu para a política passariam a coletar 1,5 milhão de assinaturas pelo país. Esse é o número de apoios necessário para que seja apresentado um projeto de lei no Congresso --no caso, a idéia é que a anistia seja concedida como se fosse uma iniciativa da sociedade.

"Acho viável obter 1,5 milhão de assinaturas. O partido pode ajudar muito, mas também é possível por meio dos movimento sociais", diz o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP): "Esse negócio de cassar mandatos dentro do Congresso é muito complicado. Uns renunciam e conseguem voltar. Outros, como o Zé Dirceu, enfrentam até o final, perdem num processo político e ficam de fora".

Na opinião de Devanir, a iniciativa de anistiar José Dirceu será também positiva para "alertar" o Congresso sobre a necessidade de "mudar o sistema de julgamento". Para ele, "o ideal é que o Supremo [STF] passe a julgar esses casos".

Dos 83 deputados eleitos pelo PT, "uns 70 deputados topariam a idéia de coletar as assinaturas para o projeto de anistia do Zé Dirceu", diz Devanir.

Entre os que não acham essa idéia muito boa está o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG): "Essa iniciativa não é importante para o PT neste momento. A prioridade agora é pensar um projeto para o país", diz.

No Palácio do Planalto, é mal vista a possibilidade de 2007 ficar marcado pela tentativa de reabilitação de José Dirceu. O presidente Lula deseja deixar cada vez mais para trás o mensalão e outros escândalos que causaram a crise política de 2005. O principal adversário da anistia de Dirceu no Planalto é Tarso Genro, hoje ministro da Secretaria de Relações Institucionais. Cotado para assumir a Justiça no segundo mandato de Lula, o gaúcho Tarso pertence à ala do PT que deseja eliminar o que ainda resta de influência política de Dirceu na sigla.

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