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14/12/2006
-
15h04
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Integrantes da CPI dos Sanguessugas reconheceram nesta quinta-feira, depois da aprovação do relatório final, que a comissão poderia ter avançado mais nas investigações sobre a máfia das ambulâncias e a compra do dossiê antitucano. O presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que "um trabalho absolutamente completo e final não foi atingido".
Na opinião do deputado, o funcionamento da CPI no período eleitoral e a proximidade do fim da legislatura influenciaram nos trabalhos da comissão. "Eu várias vezes afirmei que se nós não estivéssemos em 2006, com a legislatura terminando em 31 de janeiro, mas em 2005, eu defenderia que essa CPI se estendesse por mais um ano", reconheceu.
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (MD-PE) --um dos principais defensores da prorrogação dos trabalhos da comissão até o final de janeiro --demonstrou insatisfação com o término das investigações. "Não estou satisfeito porque eu queria a prorrogação e que a gente chegasse sobretudo a autoria do dossiegate e também avançasse nas investigações sobre o Poder Executivo", afirmou.
Jungmann atribuiu os poucos resultados da comissão à falta de apoio dos grandes partidos no Congresso, além do que chamou de "ineficácia" do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, responsável pelas investigações do dossiegate. "Ele fica andando em círculos, quando não obstruindo a investigação. Por isso, não conseguimos avançar mais", criticou.
Conclusões
O relator Amir Lando (PMDB-RO) não incluiu no relatório final aprovado pela CPI a origem do R$ 1,7 milhão que seria utilizado na compra do dossiê. Pressionado por parlamentares da oposição, ele aceitou incluir no texto o pedido de indiciamento dos "aloprados" acusados de envolvimento na compra do dossiê.
Lando também não encontrou indícios para envolver Ricardo Berzoini (presidente licenciado do PT) e Freud Godoy (ex-assessor da Presidência da República) na operação de compra do material antitucano. O relator também isentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) de envolvimento no episódio --mesmo sendo os candidatos os maiores beneficiados com a compra do material.
Sobre a máfia das ambulâncias, o relatório também isenta os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB), Barjas Negri (PSDB), Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB).
Primeira fase
Ao contrário do polêmico relatório preliminar da CPI --aprovado em agosto deste ano com a recomendação de abertura de processo de cassação contra 72 parlamentares acusados de participação na máfia das ambulâncias --desta vez não houve polêmica para a aprovação do texto. Os integrantes da CPI firmaram acordo, nos bastidores, para aprovar de forma unânime o texto.
Havia o temor, na comissão, que a votação individual provocasse um pedido de vista ao relatório final, adiando a análise do texto para a semana que vem. Como poucos parlamentares devem estar em Brasília na semana antes do Natal, Biscaia chegou a afirmar nesta semana que a CPI poderia terminar sem aprovar o relatório.
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da Folha Online, em Brasília
Integrantes da CPI dos Sanguessugas reconheceram nesta quinta-feira, depois da aprovação do relatório final, que a comissão poderia ter avançado mais nas investigações sobre a máfia das ambulâncias e a compra do dossiê antitucano. O presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que "um trabalho absolutamente completo e final não foi atingido".
Na opinião do deputado, o funcionamento da CPI no período eleitoral e a proximidade do fim da legislatura influenciaram nos trabalhos da comissão. "Eu várias vezes afirmei que se nós não estivéssemos em 2006, com a legislatura terminando em 31 de janeiro, mas em 2005, eu defenderia que essa CPI se estendesse por mais um ano", reconheceu.
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (MD-PE) --um dos principais defensores da prorrogação dos trabalhos da comissão até o final de janeiro --demonstrou insatisfação com o término das investigações. "Não estou satisfeito porque eu queria a prorrogação e que a gente chegasse sobretudo a autoria do dossiegate e também avançasse nas investigações sobre o Poder Executivo", afirmou.
Jungmann atribuiu os poucos resultados da comissão à falta de apoio dos grandes partidos no Congresso, além do que chamou de "ineficácia" do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, responsável pelas investigações do dossiegate. "Ele fica andando em círculos, quando não obstruindo a investigação. Por isso, não conseguimos avançar mais", criticou.
Conclusões
O relator Amir Lando (PMDB-RO) não incluiu no relatório final aprovado pela CPI a origem do R$ 1,7 milhão que seria utilizado na compra do dossiê. Pressionado por parlamentares da oposição, ele aceitou incluir no texto o pedido de indiciamento dos "aloprados" acusados de envolvimento na compra do dossiê.
Lando também não encontrou indícios para envolver Ricardo Berzoini (presidente licenciado do PT) e Freud Godoy (ex-assessor da Presidência da República) na operação de compra do material antitucano. O relator também isentou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) de envolvimento no episódio --mesmo sendo os candidatos os maiores beneficiados com a compra do material.
Sobre a máfia das ambulâncias, o relatório também isenta os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB), Barjas Negri (PSDB), Humberto Costa (PT) e Saraiva Felipe (PMDB).
Primeira fase
Ao contrário do polêmico relatório preliminar da CPI --aprovado em agosto deste ano com a recomendação de abertura de processo de cassação contra 72 parlamentares acusados de participação na máfia das ambulâncias --desta vez não houve polêmica para a aprovação do texto. Os integrantes da CPI firmaram acordo, nos bastidores, para aprovar de forma unânime o texto.
Havia o temor, na comissão, que a votação individual provocasse um pedido de vista ao relatório final, adiando a análise do texto para a semana que vem. Como poucos parlamentares devem estar em Brasília na semana antes do Natal, Biscaia chegou a afirmar nesta semana que a CPI poderia terminar sem aprovar o relatório.
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