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18/12/2006 - 09h59

PMDB vai engolir o PT em 2010, diz Quércia

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LEANDRO BEGUOCI
da Folha de S.Paulo
RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio

O ex-governador Orestes Quércia, 68, foi reeleito ontem para dirigir o diretório do PMDB paulista por mais dois anos. Quércia disse que suas tarefas para o próximo biênio serão a de aumentar o número de prefeitos da sigla em São Paulo nas eleições de 2008 e ter candidato próprio à Presidência da República em 2010.

É a terceira vez consecutiva que Quércia, derrotado na eleição ao Palácio dos Bandeirantes neste ano, comandará o diretório paulista.

Questionado se a coalizão em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode prejudicar esses objetivos, já que o PT, sigla de Lula, também quer crescer em São Paulo e se manter no Palácio do Planalto, Quércia afirmou: "Acho que o PMDB vai acabar engolindo o PT. Eleitoralmente, o PMDB tem tudo para superar o PT na eleição presidencial, nas eleições futuras".

Em seguida, concluiu. "Nós temos um quadro que até o presidente aceita, que é o PMDB se fortalecer. Eu respeito muito o PT, claro, mas o jogo nosso é para fortalecer o partido."

Apesar de o dicionário descrever coalizão como "acordo de partidos políticos para um fim comum", o ex-governador de São Paulo explicou que o PMDB vai "engolir" o PT porque a união da sigla não é para apoiar o partido do presidente, mas apenas o presidente.

"Nós estamos fazendo uma coalizão com o presidente Lula, não com o PT", disse Quércia. "Temos ambições de fazer dentro do PMDB a unidade para lançarmos candidato a presidente. O partido só se fortalece com candidatos", concluiu.

Cargos e ministérios

Na eleição de ontem, Quércia venceu o deputado estadual Jorge Caruso por 532 a 332 votos. A chapa de Caruso defendia a independência em relação ao governo federal. Com a vitória, Quércia conquistou também a executiva estadual da sigla e 17 delegados para a convenção nacional do partido. Caruso ficou com nove delegados. A eleição aconteceu em um hotel de Quércia no centro da cidade.

A chapa vitoriosa foi apoiada pelos deputados federais Michel Temer, presidente nacional do PMDB, e por Delfim Netto, cotado para assumir um ministério da área econômica a partir do ano que vem.

Questionado sobre o assunto, Delfim disse que nunca foi "cotado para nada" e que Lula "tem toda a liberdade para fazer o seu ministério".

Já Temer disse que o acordo com Lula não passa por cargos, mas que o partido está à disposição do presidente. "A coalização está se formando em cima de projetos, que é a primeira fase. A segunda é a da execução. Se no momento da execução o presidente entender que deve chamar pessoas do PMDB, ele deve chamar."

Questionado se Delfim era um nome que agradava ao partido, Temer se esquivou. "Quando surgir o convite para qualquer membro do PMDB, vamos examinar. Delfim é um nome respeitável. É claro que as bancadas na Câmara e no Senado desejarão examinar os nomes e vamos democratizar na escolha dos ministros."

Impedido de concorrer em outubro à Presidência da República pelo PMDB nacional e com relações frias com o novo governador do Estado, Sérgio Cabral, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, foi reconduzido ontem à presidência do partido no Rio.

Sem mandato, Garotinho permanece na função enfraquecido e isolado, cercado por ex-aliados, hoje ligados a Cabral. O cargo é uma espécie de prêmio de consolação para o político, ex-governador do Estado e marido da atual governadora, Rosinha Garotinho.

O casal Anthony e Rosinha Garotinho irritou-se com o sucessor na campanha, por considerar que ele criticou demais suas gestões e evitou defendê-los. Como represália, Rosinha não reajustou o IPVA para 2007, mas depois recuou. O relacionamento, porém, está deteriorado.

Na nova composição, o vice-presidente do diretório passa a ser o futuro líder do governo, Paulo Melo, aliado de Cabral, assim como o secretário-geral, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, e o segundo secretário, Carlos Alberto Muniz.

A recondução de Garotinho ao cargo faz parte de acordo anterior às eleições. Sua filha e presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Clarissa Matheus, passa a integrar o diretório, como terceira-secretária.

Sem poder e com a mulher, Rosinha, saindo do governo, Garotinho está vendo seus aliados migrarem para o lado de Sérgio Cabral, atualmente o nome forte do PMDB no Estado.

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