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20/12/2006
-
10h31
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um dos líderes do grupo de parlamentares que se opõe ao reajuste de 91% dos salários de deputados federais e senadores, Fernando Gabeira (PV-RJ) diz que há espaço para "uma anticandidatura" à presidência da Casa que discuta uma "agenda de moralização e recuperação da imagem do Legislativo".
"Além desse absurdo salarial, que é imoral e politicamente insustentável, há a questão da imunidade parlamentar. Muita gente que está fugindo da polícia foi eleita", afirma Gabeira.
Ele cita explicitamente os deputados federais eleitos Paulo Maluf (PP-SP) e Juvenil Alves (PT-MG) e o deputado estadual eleito no Rio de Janeiro Álvaro Lins (PMDB) como exemplos de políticos que se escudarão na imunidade parlamentar para que obtenham benefício jurídico em relação a supostos crimes cometidos fora do Legislativo.
A imunidade garante aos parlamentares o chamado "foro privilegiado" --os deputados federais e os senadores só podem ser denunciados à Justiça pela procurador-geral da República e respondem a eventuais processos apenas no STF (Supremo Tribunal Federal).
Gabeira avalia que "a anticandidatura não tem chance de vitória", mas daria mais visibilidade a uma agenda contrária ao que chamou de "severinização" do Congresso --em uma alusão a Severino Cavalcanti, presidente da Câmara que renunciou em 2005 acusado de corrupção e que foi um expoente do chamado baixo clero, o grupo de deputados de pouca expressão política.
A eleição para decidir quem será o novo presidente da Câmara acontecerá em fevereiro.
De acordo com Gabeira, o atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), demonstraram ter "um lado Severino" ao apoiar a elevação dos salários dos congressistas para R$ 24.500.
Na opinião do deputado do PV, a anticandidatura deveria ser apresentada por uma frente suprapartidária pequena.
Ele afirma que não está colocando o seu próprio nome para a disputa. Acha que o PSDB e o PFL, ao apoiar o reajuste de 91%, "adotaram posição vergonhosa e se inviabilizaram como oposição real".
Erro de cálculo
Em conversas reservadas, dirigentes do PT e de partidos aliados ao governo avaliaram que as candidaturas de Aldo e de Chinaglia se fragilizaram politicamente --a do petista em maior grau, pois seu partido condenou o reajuste.
Aldo e Chinaglia apoiaram o valor de R$ 24.500 para atender ao desejo do baixo clero, grupo que concentra atividades em pleitos fisiológicos. Eles são decisivos na eleição do presidente da Casa.
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Existe espaço para "anticandidato" na Câmara, diz Gabeira
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Um dos líderes do grupo de parlamentares que se opõe ao reajuste de 91% dos salários de deputados federais e senadores, Fernando Gabeira (PV-RJ) diz que há espaço para "uma anticandidatura" à presidência da Casa que discuta uma "agenda de moralização e recuperação da imagem do Legislativo".
"Além desse absurdo salarial, que é imoral e politicamente insustentável, há a questão da imunidade parlamentar. Muita gente que está fugindo da polícia foi eleita", afirma Gabeira.
Ele cita explicitamente os deputados federais eleitos Paulo Maluf (PP-SP) e Juvenil Alves (PT-MG) e o deputado estadual eleito no Rio de Janeiro Álvaro Lins (PMDB) como exemplos de políticos que se escudarão na imunidade parlamentar para que obtenham benefício jurídico em relação a supostos crimes cometidos fora do Legislativo.
A imunidade garante aos parlamentares o chamado "foro privilegiado" --os deputados federais e os senadores só podem ser denunciados à Justiça pela procurador-geral da República e respondem a eventuais processos apenas no STF (Supremo Tribunal Federal).
Gabeira avalia que "a anticandidatura não tem chance de vitória", mas daria mais visibilidade a uma agenda contrária ao que chamou de "severinização" do Congresso --em uma alusão a Severino Cavalcanti, presidente da Câmara que renunciou em 2005 acusado de corrupção e que foi um expoente do chamado baixo clero, o grupo de deputados de pouca expressão política.
A eleição para decidir quem será o novo presidente da Câmara acontecerá em fevereiro.
De acordo com Gabeira, o atual presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), demonstraram ter "um lado Severino" ao apoiar a elevação dos salários dos congressistas para R$ 24.500.
Na opinião do deputado do PV, a anticandidatura deveria ser apresentada por uma frente suprapartidária pequena.
Ele afirma que não está colocando o seu próprio nome para a disputa. Acha que o PSDB e o PFL, ao apoiar o reajuste de 91%, "adotaram posição vergonhosa e se inviabilizaram como oposição real".
Erro de cálculo
Em conversas reservadas, dirigentes do PT e de partidos aliados ao governo avaliaram que as candidaturas de Aldo e de Chinaglia se fragilizaram politicamente --a do petista em maior grau, pois seu partido condenou o reajuste.
Aldo e Chinaglia apoiaram o valor de R$ 24.500 para atender ao desejo do baixo clero, grupo que concentra atividades em pleitos fisiológicos. Eles são decisivos na eleição do presidente da Casa.
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