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26/12/2006
-
09h36
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Líder do governo no Senado e um dos principais articuladores da base aliada, Romero Jucá (PMDB-RR) foi o campeão em liberação de verbas individuais do Orçamento neste ano: empenhou 99,9% de suas emendas, um total de R$ 4,845 milhões dos R$ 5 milhões possíveis, segundo dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais).
Ex-ministro da Previdência, Jucá tornou-se homem de confiança do Palácio do Planalto com o enfraquecimento de Aloizio Mercadante (PT-SP), derrotado na disputa pelo governo de São Paulo e chamuscado pelo escândalo da compra do dossiê contra tucanos.
Quase todo o montante de verbas liberadas para emendas de Jucá ocorreu antes do período eleitoral. Ele perdeu a eleição pelo governo de Roraima no primeiro turno: "Roraima precisa de recursos, e a prioridade são investimentos federais para água, esgoto e transporte rodoviário. Mas o governador [Ottomar Pinto] recebeu mais recursos do que eu".
Além de Jucá, mais dois parlamentares empenharam cifras acima de R$ 4 milhões até o último dia 16: o senador José Sarney (PMDB-AP, com 89,3% de empenhos) e o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).
Apesar de ser da oposição, Andrada justifica seus 96% de empenhos liberados: "Conheço o pulo do gato. Coloco minhas emendas em saneamento básico, é dinheiro que sai rápido. Se eu fosse governista, colocava em coisas mais complicadas".
Dos 15 congressistas que empenharam o maior volume de recursos em 2006, 12 são da base aliada: cinco do PT, quatro do PMDB, dois do PL, um do PC do B. Fora Andrada, os dois outros de oposição são o deputado Moroni Torgan (PFL-CE) e o senador Teotônio Vilela (PSDB-AL), eleito governador.
Escândalos
Na lista dos que conseguiram as maiores quantias aparece com destaque o terceiro-secretário da Câmara, João Caldas (PL-AL), acusado de envolvimento no escândalo dos sanguessugas. Ele conseguiu empenhar R$ 3,8 milhões, o equivalente a 84% de suas emendas. Outro acusado de participar da máfia das ambulâncias --absolvido pelo Senado--, Magno Malta (PL-ES) angariou 73% de suas emendas (R$ 3,1 milhões).
Da relação dos denunciados pela CPI dos Sanguessugas, tiveram sucesso com as emendas Laura Carneiro (PFL-RJ), com R$ 2,2 milhões, e Júnior Betão (PL-AC), com R$ 2,1 milhões.
Dois petistas acusados de participar do esquema do mensalão também estão na lista: João Paulo Cunha (R$ 2,5 milhões) e Professor Luizinho (R$ 2,3 milhões). Ambos foram absolvidos pela Câmara.
Absolvido no caso do mensalão e denunciado pela CPI dos Sanguessugas, Pedro Henry (PP-MT) teve liberação de R$ 1,3 milhão neste ano.
O presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), suspeito de envolvimento no caso do dossiê contra tucanos --mas que não foi denunciado pela Polícia Federal--, empenhou R$ 2 milhões.
No ano passado, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi o único congressista a obter 100% dos recursos possíveis -à época, R$ 3,5 milhões. Em 2006, ele teve o mesmo desempenho. "Para o ano anterior, foi uma única emenda para o município de São Paulo, para fortalecer o programa Renda Mínima. Em 2006, fiz emendas para universidades estaduais e para o Bolsa Família", disse.
O deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) também teve êxito: R$ 3,8 milhões neste ano, e R$ 3,2 milhões, em 2005. "Ele vai aos ministérios para conseguir os recursos e tem bom relacionamento", diz a chefe de gabinete do peemedebista, Miriam Miguel.
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Líder governista é o campeão de liberação de verbas individuais
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Líder do governo no Senado e um dos principais articuladores da base aliada, Romero Jucá (PMDB-RR) foi o campeão em liberação de verbas individuais do Orçamento neste ano: empenhou 99,9% de suas emendas, um total de R$ 4,845 milhões dos R$ 5 milhões possíveis, segundo dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais).
Ex-ministro da Previdência, Jucá tornou-se homem de confiança do Palácio do Planalto com o enfraquecimento de Aloizio Mercadante (PT-SP), derrotado na disputa pelo governo de São Paulo e chamuscado pelo escândalo da compra do dossiê contra tucanos.
Quase todo o montante de verbas liberadas para emendas de Jucá ocorreu antes do período eleitoral. Ele perdeu a eleição pelo governo de Roraima no primeiro turno: "Roraima precisa de recursos, e a prioridade são investimentos federais para água, esgoto e transporte rodoviário. Mas o governador [Ottomar Pinto] recebeu mais recursos do que eu".
Além de Jucá, mais dois parlamentares empenharam cifras acima de R$ 4 milhões até o último dia 16: o senador José Sarney (PMDB-AP, com 89,3% de empenhos) e o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).
Apesar de ser da oposição, Andrada justifica seus 96% de empenhos liberados: "Conheço o pulo do gato. Coloco minhas emendas em saneamento básico, é dinheiro que sai rápido. Se eu fosse governista, colocava em coisas mais complicadas".
Dos 15 congressistas que empenharam o maior volume de recursos em 2006, 12 são da base aliada: cinco do PT, quatro do PMDB, dois do PL, um do PC do B. Fora Andrada, os dois outros de oposição são o deputado Moroni Torgan (PFL-CE) e o senador Teotônio Vilela (PSDB-AL), eleito governador.
Escândalos
Na lista dos que conseguiram as maiores quantias aparece com destaque o terceiro-secretário da Câmara, João Caldas (PL-AL), acusado de envolvimento no escândalo dos sanguessugas. Ele conseguiu empenhar R$ 3,8 milhões, o equivalente a 84% de suas emendas. Outro acusado de participar da máfia das ambulâncias --absolvido pelo Senado--, Magno Malta (PL-ES) angariou 73% de suas emendas (R$ 3,1 milhões).
Da relação dos denunciados pela CPI dos Sanguessugas, tiveram sucesso com as emendas Laura Carneiro (PFL-RJ), com R$ 2,2 milhões, e Júnior Betão (PL-AC), com R$ 2,1 milhões.
Dois petistas acusados de participar do esquema do mensalão também estão na lista: João Paulo Cunha (R$ 2,5 milhões) e Professor Luizinho (R$ 2,3 milhões). Ambos foram absolvidos pela Câmara.
Absolvido no caso do mensalão e denunciado pela CPI dos Sanguessugas, Pedro Henry (PP-MT) teve liberação de R$ 1,3 milhão neste ano.
O presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), suspeito de envolvimento no caso do dossiê contra tucanos --mas que não foi denunciado pela Polícia Federal--, empenhou R$ 2 milhões.
No ano passado, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi o único congressista a obter 100% dos recursos possíveis -à época, R$ 3,5 milhões. Em 2006, ele teve o mesmo desempenho. "Para o ano anterior, foi uma única emenda para o município de São Paulo, para fortalecer o programa Renda Mínima. Em 2006, fiz emendas para universidades estaduais e para o Bolsa Família", disse.
O deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) também teve êxito: R$ 3,8 milhões neste ano, e R$ 3,2 milhões, em 2005. "Ele vai aos ministérios para conseguir os recursos e tem bom relacionamento", diz a chefe de gabinete do peemedebista, Miriam Miguel.
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