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01/01/2007 - 20h42

Em posse esvaziada, Lula promete crescimento com inclusão social

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da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta segunda-feira fazer um segundo governo voltado para o crescimento econômico. Sem falar em números, Lula disse em seu discurso de posse no Congresso que o crescimento será combinado à inclusão social e distribuição de renda.

"Digo que os verbos acelerar, crescer e incluir vão reger o Brasil nestes próximos quatro anos. Os efeitos das mudanças têm que ser sentidos rápida e amplamente. Vamos destravar o Brasil para crescer e incluir de forma mais acelerada", afirmou ele no Congresso.

Segundo Lula, será preciso "firmeza e ousadia para mudar as regras necessárias e avançar". "Não podemos desperdiçar energias, talentos, esperanças."

Para atingir o objetivo de crescimento acelerado, Lula afirmou que lançará ainda neste mês um pacote --o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)-- para destravar a economia. "Sei que o investimento público não pode, sozinho, garantir o crescimento. Porém, ele é decisivo para estimular e mesmo ordenar o investimento privado. Estas duas colunas, articuladas, são capazes de dar grande impulso a qualquer projeto de crescimento."

Além do crescimento, Lula afirmou que a tônica do segundo mandato será o desenvolvimento, com distribuição de renda e educação de qualidade".

Lula elogiou os benefícios trazidos pelos seus programas sociais e afirmou que o setor será fundamental para o desenvolvolvimento do país. "Nossa política social, que nunca foi compensatória, e sim criadora de direitos, será cada vez mais estrutural. Será peça-chave do próprio desenvolvimento estratégico do país. O Bolsa Família, principal instrumento do Fome Zero --saudado pelas comunidades pobres e criticado por alguns setores privilegiados-- teve duplo efeito. Por um lado, retirou da miséria milhões de homens e mulheres. Por outro, contribuiu para dinamizar a economia de forma mais equânime", afirmou o presidente.

No parlatório do Palácio do Planalto, voltou a reiterar seu compromisso com os mais necessitados. "Quero dizer para vocês que sou presidente de todos, sem distinção de credo religioso, sem distinção de compromissos ideológicos. Mas não se enganem, mesmo sendo presidente de todos eu continuarei fazendo o que faz uma mãe, eu cuidarei primeiro daqueles mais necessitados, daqueles mais fragilizados, daqueles que mais precisam do Estado brasileiro."

Criticas

Além de alfinetar a oposição, que chamou o Bolsa Família de assistencialista, Lula criticou aqueles que torceram pelo fracasso de sua candidatura e elogiou a decisão da população nas urnas. "Não faltaram os que, do alto de seus preconceitos elitistas, tentaram desqualificar a opção popular como fruto da sedução que poderia exercer sobre ela o que chamavam de 'distribuição de migalhas'. Os que assim pensam não conhecem e não entendem este país."

"Finalmente, quem tentou desqualificar a opção popular não foi capaz de valorar algo fundamental. A vontade de mudança --que esteve reprimida por décadas, séculos-- expressou-se pacificamente, democraticamente e esta manifestação contribuiu de modo notável para o fortalecimento das instituições", afirmou ele em discurso.

Terrorismo

Lula chamou a onda de violência que atingiu o Rio --atribuída aos presos que não concordam com o sistema prisional-- de "terrorismo".

Se dirigindo para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), Lula afirma que "a barbaridade [que ocorreu no Estado] não pode ser tratada como crime comum". "É terrorismo e tem que ser tratado com a mão forte do Estado brasileiro. Eu não creio que tenha, no Brasil, nenhuma alma que possa compactuar com a barbaridade que foi feita por alguns facínoras."

Lula afirmou ainda que vai se reunir com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para discutir o problema de segurança pública no Rio.

"Quando um grupo de chefes, de dentro da cadeia, consegue dar ordens para fazer uma barbaridade daquelas, matando inocentes, eu quero dizer ao meu governo e aos governos estaduais: nós precisamos discutir profundamente, porque o que aconteceu no Rio de Janeiro foi uma prática terrorista das mais violentas que eu tenho visto neste País e, como tal, tem que ser combatida", afirmou ele.

Esvaziamento

A chuva que caiu em Brasília nesta segunda-feira esvaziou a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cerca de 10 mil pessoas acompanharam o evento, na Esplanada dos Ministérios, segundo a Polícia Militar. Em 2003, 150 mil pessoas prestigiaram a primeira posse de Lula. A expectativa dos organizadores era contar com a participação de 50 mil populares.

O vazio pode ser registrado tanto no Congresso quanto no Palácio. Dos 1.300 convites distribuídos para a cerimônia do Congresso, só 400 convidados compareceram, sendo a maioria de parlamentares. No Palácio, foram convidadas 500 pessoas, mas era possível ver cadeiras vazias durante a solenidade.

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