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03/01/2007
-
09h07
VALDO CRUZ
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, logo após o Natal, que decidiu deixar o governo. Sua intenção é permanecer na equipe até o final do mês, quando o presidente deverá realizar a reforma ministerial para montar a nova equipe.
Furlan alegou principalmente motivos familiares para sair. Seu pai, Osório Henrique Furlan, e sua mulher, Ana Maria, vinham pedindo que ele retornasse à vida empresarial no Grupo Sadia. Discordâncias com a equipe econômica, porém, também pesaram.
O comunicado de Furlan levou o presidente a começar a analisar nomes para substituí-lo. Em conversas reservadas, Lula admitiu que será difícil segurar Furlan no governo.
O ministro deverá acompanhar Lula na viagem a Davos (Suíça), para o encontro do Fórum Econômico Mundial, nos dias 25 e 26 de janeiro.
Caso não consiga reverter a decisão de Furlan, Lula estuda deslocar para a pasta do Desenvolvimento, numa solução interna, o também empresário Walfrido dos Mares Guia (hoje ministro do Turismo). O presidente gosta do trabalho do petebista e elogia principalmente a sua atuação nas negociações com parlamentares.
Nessa solução, o presidente ficaria com uma pasta de menor porte liberada para negociar com os partidos pequenos e médios que vão participar do governo de coalizão, como PDT, PSB ou PP.
Outra possibilidade é entregar o Desenvolvimento para uma indicação "técnica" do PMDB, facilitando as articulações para garantir o apoio do maior partido do Congresso a seu governo. Um nome aventado pelos peemedebistas é o do economista Luciano Coutinho.
Apesar de menor hoje, o presidente não descarta a possibilidade de surpreender nesse posto. Poderia nomear um empresário com o perfil de Jorge Gerdau e Eugênio Staub.
No ano passado, Furlan planejava deixar o governo antes da campanha eleitoral. Sairia junto com o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura). Acabou convencido por Lula a ficar até o final do ano.
Numa nova investida de Lula, logo após a reeleição, Furlan se mostrou disposto a permanecer no segundo mandato. Pediu, então, mais poder. A lista de pedidos incluía indicar um nome para a presidência do BNDES e medidas de corte de tributos, além de influenciar na escolha do novo comandante do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa) no lugar do amigo presidencial Paulo Okamotto.
No caso do Sebrae, Lula prometeu atender ao pedido de Furlan, mas acabou recuando e manteve o apoio para recondução de Okamotto. Em troca, o ministro recebeu a promessa de que poderia nomear o presidente do BNDES, instituição subordinada à sua pasta, mas que ele nunca controlou.
O empresário, porém, ficou insatisfeito com a equipe econômica depois de ficar sabendo que a lista de medidas de corte de tributos, negociada por ele no pacote a ser lançado até o final de janeiro, teria de ser reduzida. Isso pesou em sua decisão de ceder às pressões familiares.
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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, logo após o Natal, que decidiu deixar o governo. Sua intenção é permanecer na equipe até o final do mês, quando o presidente deverá realizar a reforma ministerial para montar a nova equipe.
Furlan alegou principalmente motivos familiares para sair. Seu pai, Osório Henrique Furlan, e sua mulher, Ana Maria, vinham pedindo que ele retornasse à vida empresarial no Grupo Sadia. Discordâncias com a equipe econômica, porém, também pesaram.
O comunicado de Furlan levou o presidente a começar a analisar nomes para substituí-lo. Em conversas reservadas, Lula admitiu que será difícil segurar Furlan no governo.
O ministro deverá acompanhar Lula na viagem a Davos (Suíça), para o encontro do Fórum Econômico Mundial, nos dias 25 e 26 de janeiro.
Caso não consiga reverter a decisão de Furlan, Lula estuda deslocar para a pasta do Desenvolvimento, numa solução interna, o também empresário Walfrido dos Mares Guia (hoje ministro do Turismo). O presidente gosta do trabalho do petebista e elogia principalmente a sua atuação nas negociações com parlamentares.
Nessa solução, o presidente ficaria com uma pasta de menor porte liberada para negociar com os partidos pequenos e médios que vão participar do governo de coalizão, como PDT, PSB ou PP.
Outra possibilidade é entregar o Desenvolvimento para uma indicação "técnica" do PMDB, facilitando as articulações para garantir o apoio do maior partido do Congresso a seu governo. Um nome aventado pelos peemedebistas é o do economista Luciano Coutinho.
Apesar de menor hoje, o presidente não descarta a possibilidade de surpreender nesse posto. Poderia nomear um empresário com o perfil de Jorge Gerdau e Eugênio Staub.
No ano passado, Furlan planejava deixar o governo antes da campanha eleitoral. Sairia junto com o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura). Acabou convencido por Lula a ficar até o final do ano.
Numa nova investida de Lula, logo após a reeleição, Furlan se mostrou disposto a permanecer no segundo mandato. Pediu, então, mais poder. A lista de pedidos incluía indicar um nome para a presidência do BNDES e medidas de corte de tributos, além de influenciar na escolha do novo comandante do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa) no lugar do amigo presidencial Paulo Okamotto.
No caso do Sebrae, Lula prometeu atender ao pedido de Furlan, mas acabou recuando e manteve o apoio para recondução de Okamotto. Em troca, o ministro recebeu a promessa de que poderia nomear o presidente do BNDES, instituição subordinada à sua pasta, mas que ele nunca controlou.
O empresário, porém, ficou insatisfeito com a equipe econômica depois de ficar sabendo que a lista de medidas de corte de tributos, negociada por ele no pacote a ser lançado até o final de janeiro, teria de ser reduzida. Isso pesou em sua decisão de ceder às pressões familiares.
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