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09/01/2007
-
19h28
da Folha Online
A polícia norte-americana liberou Sônia Haddad Moraes Hernandes após seu marido, Estevam Hernandes Filho, assumir a responsabilidade pela entrada de US$ 56 mil nos Estados Unidos. Os dois --que são fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo-- foram presos pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) nesta terça-feira em Miami.
O casal havia embarcado para os Estados Unidos na noite desta segunda-feira, em Guarulhos (SP). Sônia e Estevam --que estavam sendo monitorados pelo Ministério Público e Polícia Federal-- foram presos porque declararam falsamente para a alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil. Mas os dois portavam US$ 56 mil (em espécie).
Sônia e Estevam conseguiram embarcar para os Estados Unidos porque obtiveram no final de dezembro uma liminar no STJ (Superior Tribunal de Justiça) revogando o pedido de prisão preventiva que havia contra eles. Até então, eles eram considerados foragidos.
No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de "empresas fantasmas". (Saiba quais são as acusações que existem contra os fundadores da Igreja Renascer)
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.
No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar do casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.
Para os promotores do Gaeco, a prisão deles com o dinheiro não declarado nos EUA confirma as práticas cometidas no Brasil.
Segundo eles, o Gaeco pediu a cooperação da polícia norte-americana para efetivar a prisão dos fundadores da Renascer.
Promotores do Gaeco informaram que Sônia foi liberada, mas deve ficar à disposição da Justiça norte-americana para eventuais explicações futuras. (Saiba quem são os famosos que frequentam a Renascer)
Novo pedido de prisão preventiva
Os promotores do Gaeco informaram que irão entrar com novo pedido de prisão preventiva contra o casal Hernandes. Eles irão alegar que ao retornar ao Brasil Sônia e Estevam podem voltar à condição de foragidos, o que atrapalharia as investigações.
Segundo eles, o crime pelo qual o casal foi detido nos EUA é afiançável. No entanto, eles devem ficar detidos em casa --impedidos de retornar ao Brasil-- enquanto não forem julgados nos Estados Unidos.
Como os advogados do casal já estão cuidando do caso, a expectativa é que eles deixem a Imigração ainda nesta terça-feira e fiquem na propriedade particular enquanto durar o processo.
Acusações
Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de outubro informava que um ex-funcionário da Renascer, que se identificou como "J", disse que o dinheiro arrecadado entre os fiéis era usado para pagar funcionários de empresas dos Hernandes. Assim, sobravam mais recursos para que as empresas do grupo comprassem bens.
Numa outra denúncia, o Ministério Público de São Paulo acusou os Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno de falsidade ideológica. Eles teriam montado uma igreja "laranja", chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de processos.
Segundo a denúncia, a igreja Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado na ata de fundação --rua Maria Carlota, 879, na zona leste de São Paulo-- funciona um templo da Renascer.
Os promotores do Gaeco Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro não quiseram se manifestar publicamente, pois o processo está sob segredo de Justiça.
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A polícia norte-americana liberou Sônia Haddad Moraes Hernandes após seu marido, Estevam Hernandes Filho, assumir a responsabilidade pela entrada de US$ 56 mil nos Estados Unidos. Os dois --que são fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo-- foram presos pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) nesta terça-feira em Miami.
O casal havia embarcado para os Estados Unidos na noite desta segunda-feira, em Guarulhos (SP). Sônia e Estevam --que estavam sendo monitorados pelo Ministério Público e Polícia Federal-- foram presos porque declararam falsamente para a alfândega norte-americana que não carregavam mais de US$ 10 mil. Mas os dois portavam US$ 56 mil (em espécie).
Divulgação |
Apóstolo Estevam Hernandes |
No Brasil, Sônia e Estevam são acusados de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e estelionato. Os crimes envolveriam as doações feitas pelos fiéis e a abertura de "empresas fantasmas". (Saiba quais são as acusações que existem contra os fundadores da Igreja Renascer)
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado), o Ministério Público Estadual de São Paulo irá pedir para o casal também ser investigado nos Estados Unidos pelo crime de lavagem de dinheiro.
No Brasil, a Justiça já havia bloqueado alguns bens do casal, como um haras na região de Atibaia (SP). Apesar do casal possuir uma fortuna estimada em R$ 19 milhões, como uma mansão na Flórida, a igreja acumula dívidas de R$ 12 milhões --como os aluguéis dos vários templos da Renascer.
Para os promotores do Gaeco, a prisão deles com o dinheiro não declarado nos EUA confirma as práticas cometidas no Brasil.
Segundo eles, o Gaeco pediu a cooperação da polícia norte-americana para efetivar a prisão dos fundadores da Renascer.
Promotores do Gaeco informaram que Sônia foi liberada, mas deve ficar à disposição da Justiça norte-americana para eventuais explicações futuras. (Saiba quem são os famosos que frequentam a Renascer)
Novo pedido de prisão preventiva
Divulgação |
Bispa Sônia, da Renascer |
Segundo eles, o crime pelo qual o casal foi detido nos EUA é afiançável. No entanto, eles devem ficar detidos em casa --impedidos de retornar ao Brasil-- enquanto não forem julgados nos Estados Unidos.
Como os advogados do casal já estão cuidando do caso, a expectativa é que eles deixem a Imigração ainda nesta terça-feira e fiquem na propriedade particular enquanto durar o processo.
Acusações
Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de outubro informava que um ex-funcionário da Renascer, que se identificou como "J", disse que o dinheiro arrecadado entre os fiéis era usado para pagar funcionários de empresas dos Hernandes. Assim, sobravam mais recursos para que as empresas do grupo comprassem bens.
Numa outra denúncia, o Ministério Público de São Paulo acusou os Hernandes e o bispo primaz Jorge Luiz Bruno de falsidade ideológica. Eles teriam montado uma igreja "laranja", chamada Internacional Renovação Evangélica, para livrar a Renascer de processos.
Segundo a denúncia, a igreja Internacional Renovação Evangélica, criada em 2004 por Jorge Luiz Bruno, não existe fisicamente. No endereço indicado na ata de fundação --rua Maria Carlota, 879, na zona leste de São Paulo-- funciona um templo da Renascer.
Os promotores do Gaeco Arthur Lemos, Eder Segura, Roberto Porto e José Reinaldo Carneiro não quiseram se manifestar publicamente, pois o processo está sob segredo de Justiça.
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