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15/01/2007 - 09h45

Volta de Lula ao trabalho começa no Equador

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PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Depois de dez dias afastado de Brasília para descanso no Guarujá (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta hoje ao trabalho, mas já se ausenta novamente. Numa semana decisiva, vai dedicar apenas dois dias para despachar em seu gabinete, no Palácio do Planalto.

É a semana mais importante desde o início do segundo mandato de Lula, em razão da proximidade do anúncio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), prometido no discurso de posse ainda para este mês, e da reta final das negociações políticas pelas presidências do Congresso.

O conjunto de medidas para impulsionar o crescimento econômico do país deve ser lançado daqui a uma semana, mas ainda depende do aval do presidente. Lula não gostou do que foi apresentado a ele no final do ano passado, tanto que o anúncio foi adiado por um mês. Durante suas férias, determinou que ministros e técnicos fizessem alterações para o anúncio, marcado para o dia 22.

No entanto, o presidente terá pouco tempo para se dedicar ao assunto. Hoje, ele embarca bem cedo para a posse do novo presidente do Equador, Rafael Correa, e retorna só à noite.

Será sua primeira viagem internacional no segundo mandato. O petista cogitava ir à posse de Daniel Ortega na Nicarágua no último dia 10, mas cancelou o compromisso para poder tirar férias.

Cúpula

Lula tem a terça e a quarta-feira para tratar do tema, porque na quinta-feira embarca por volta do meio-dia para o Rio de Janeiro, onde acontecerá uma Cúpula do Mercosul com 12 presidentes convidados. O encontro, com uma agenda intensa, dura até a tarde de sexta-feira.

Mesmo nos dois dias que terá para se dedicar ao PAC e a assuntos do governo, a agenda do presidente não será integralmente voltada ao tema. Na quarta-feira, por exemplo, recebe o time do Internacional de Porto Alegre, campeão mundial interclubes no mês passado, no Japão.

Lula tem sido muito criticado pelos adversários por suas férias logo no início do mandato. Depois de passar a campanha com o slogan "Deixa o homem trabalhar", o presidente decidiu descansar dez dias assim que o governo começou, deixando a administração nas mãos de auxiliares.

Não bastassem os detalhes finais do PAC, Lula ainda terá de tratar de dois assuntos conectados e relevantes para seu governo: a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado e a montagem de seu novo ministério.

Dois aliados, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), travam uma disputa pela presidência da Câmara que, ainda que com menor risco, ameaça repetir o desastre de 2005, quando a divisão de votos entre os petistas Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG) permitiu a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE), numa das maiores derrotas do governo Lula no primeiro mandato.

Reforma ministerial

Mesmo que um dos dois saia vitorioso, Lula deve incluir o outro no xadrez da reforma ministerial, já bastante complicado. Há 11 partidos (PT, PC do B, PSB, PTB, PDT, PP, PRB, PSC, PMDB, PV e PR --ex-PL--, integrantes da coalizão) disputando vagas na Esplanada dos Ministérios, que tem 34 postos, alguns muito mais cobiçados que outros --pela verba, pela visibilidade, pelo número de cargos e pelo poder.

Além de se preocupar com a divisão entre os aliados, Lula tem de encontrar soluções num curto prazo de tempo. Ministros que já estavam com a gaveta vazia para deixar o governo concordaram em adiar um pouco a partida, mas o prazo era o final deste mês.

O caso mais emblemático é o de Márcio Thomaz Bastos (Justiça), que iria sair em dezembro, mas aceitou esticar até o fim de janeiro.

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