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15/01/2007 - 10h00

Chinaglia é "resgate" para petistas caídos

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SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Alijados da cena política na esteira do escândalo do mensalão, um grupo de deputados do PT e de partidos aliados como PP, PTB e PR (ex-PL) vêem na candidatura Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara uma oportunidade de resgatar poder.

Trabalham ativamente nos bastidores da campanha petistas como João Paulo Cunha (SP), Professor Luizinho (SP), José Mentor (SP) e Paulo Rocha (PA), todos acusados de envolvimento no escândalo do mensalão. Os três primeiros foram absolvidos no plenário. Rocha renunciou, mas se elegeu para um novo mandato.

"Quem analisa desta maneira ou o faz por desinformação, ou por má-fé. O PT inteiro está na minha campanha", disse Chinaglia. Sobre a importância de sua eventual vitória para o PT, ele foi evasivo: "Minha candidatura é suprapartidária".

Também cercam o petista lideranças da chamada "trinca mensaleira": PP, PTB e PR. Além de influência na Casa, as três siglas pleiteiam inflar suas bancadas atraindo deputados com as vantagens de estar na base do governo.

O PP é hoje dividido em duas alas, mas a que controla o partido apóia Chinaglia: o presidente Nélio Dias (RN), o líder Mário Negromonte (BA), e o vice-líder, João Pizzolatti (SC). Também integra a lista o presidente licenciado, Pedro Corrêa (PE), cassado por conta do mensalão.

Chinaglia tem ainda o apoio do ex-presidente do antigo PL, Valdemar Costa Neto (SP), e do ex-líder da sigla Sandro Mabel (GO). Ambos foram acusados de participar do mensalão --Valdemar renunciou ao mandato e Mabel foi absolvido.

O atual líder do PTB, José Múcio (PE), participa das reuniões de coordenação da campanha de Chinaglia e trava queda-de-braço com o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ) pelo controle do partido.

"Tenho uma relação de confiança com o Chinaglia, mas a sua candidatura é o retorno ao poder de um grupo que o presidente Lula foi obrigado a tirar do governo", afirma o líder da oposição na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA).

No "time" de Chinaglia, também desempenham funções centrais petistas que tentam galgar espaço na futura bancada, como o recém-eleito Cândido Vaccarezza (SP), amigo do ex-ministro José Dirceu, Odair Cunha (MG) e Luiz Sérgio (RJ).

Odair e Vaccarezza são os responsáveis por articular a coleta de recursos que bancarão a campanha. Até agora, a conta já tem R$ 50 mil disponíveis. Já Luiz Sérgio tem um objetivo claro: a liderança da bancada.

Vaccarezza negociou a "trégua" do PT paulista na Assembléia Legislativa para atrair o apoio do PSDB a Chinaglia. Há dois anos, ele foi um dos responsáveis por impor a derrota ao então governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo comando da Assembléia.

Sem mandato a partir do dia 1º de fevereiro, Luizinho também tem dito que "costura pontes" em SP. Há duas semanas, ele afirmou em Brasília que fora "pegar a sua tarefa".

Aliados de Aldo

O adversário de Chinaglia, Aldo Rebelo (PC do B-SP), também optou por alianças exóticas. Ele tem entre seus conselheiros o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), afilhado político do ex-presidente da Casa Severino Cavalcanti e herdeiro da interlocução com o chamado "baixo clero".

"O que me aproximou do Aldo foi que ele não trabalha com "panelinha" e deu chance para todo mundo", afirma Nogueira.

Outro freqüentador assíduo da residência oficial é o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ). "O Aldo é de um partido comunista, mas é um democrata. O PFL não vê nenhum problema em apoiá-lo."

O apoio pefelista a Aldo foi acertado logo depois que, numa conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comunista decidiu tentar a reeleição. Para justificar a aliança com o PFL, Aldo diz ser o candidato da "instituição".

Pela reeleição de Aldo também trabalha o primeiro-secretário Inocêncio Oliveira (PR-PE), que almeja seguir na Mesa Diretora, espaço que ocupou ao longo dos anos 90 e voltou a assumir no governo Lula. Assim como Nogueira, ele também tem influência no "baixo clero".

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