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18/01/2007
-
09h16
FERNANDO RODRIGUES
VALDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A eleição acirrada para a presidência da Câmara e o atraso na montagem da equipe do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva transformaram corredores e gabinetes do Congresso em pontos de conchavos e promessas de cargos. Há ministérios sendo disputados por até três candidatos.
As promessas são feitas por aliados governistas que defendem a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Em público, os "arlindistas" negam. No Palácio do Planalto, a Folha ouviu que as negociações de cargos não são endossadas por Lula.
Mesmo assim, negociações são feitas diariamente. O Ministério dos Transportes está sendo prometido para o senador eleito Alfredo Nascimento (PR-AM) e para os deputados Tadeu Filippelli (PMDB-DF) e Fernando Diniz (PMDB-MG).
O da Agricultura seria oferecido ao PTB, que indicaria para a pasta o deputado Nelson Marquezelli (SP) em troca do apoio a Chinaglia na disputa.
Na última terça-feira, na reunião de coordenação política no Planalto, Lula voltou a dizer a seus ministros que só monta sua nova equipe depois da eleição dos presidentes da Câmara e Senado. Sinalizou que não estaria autorizando ninguém a negociar em seu nome.
Foi esse, inclusive, um dos temas da conversa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), no último domingo. Ela disse ao deputado estar preocupada com as notícias de loteamento do governo, principalmente na área de infra-estrutura.
A ministra ouviu de Aldo que seus aliados estariam acusando o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) de estar participando das articulações para negociar cargos. Dilma negou e disse que se o PT estava fazendo esses acordos não tinha o aval do presidente.
PR e Transportes
Segundo a Folha apurou, a segurança de comandar o Ministério dos Transportes estaria fazendo engordar a bancada do PR (fusão do PL com o Prona). Deputados ingressariam na sigla com a promessa de recompensa com cargos.
A pasta já foi ocupada no primeiro mandato por Alfredo Nascimento, ainda citado como um dos dos favoritos para voltar ao posto.
Quem comanda as negociações no PR é o deputado Valdemar Costa Neto --ele renunciou ao mandato na última legislatura para escapar da cassação, pois esteve envolvido no escândalo do mensalão.
Ele já conseguiu trazer para o PR o deputado Maurício Quintella (eleito pelo PDT), que deve assumir a direção do partido em Alagoas e indicar dirigentes do porto de Maceió e do poderoso Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) local.
A maioria dos cargos em negociação no momento é para os partidos cujas direções nacionais mais se esforçam pela candidatura de Chinaglia --além do PT, PR, PP, PTB e PMDB. Essa última legenda espera obter até seis ministérios no segundo mandato de Lula.
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), trabalha com afinco por Chinaglia. Seu nome enfrenta resistências no Planalto, pois nunca teve boa relação com Lula. O óbice parece estar sendo removido, pois Temer aparece em listas de ministeriáveis para a Justiça.
Outro peemedebista que pode ser recompensado pelo apoio a Chinaglia é Moreira Franco (PMDB-RJ), ex-aliado feroz dos tucanos na era FHC que agora bandeou-se para o petismo. Está cotado para receber algum cargo federal.
No PP, a expectativa é manter Márcio Fortes no Ministério das Cidades e ampliar a participação no governo com a criação de uma nova pasta, a da Segurança Pública. O nome para ocupá-la seria do deputado federal eleito José Otávio Germano (RS).
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VALDO CRUZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A eleição acirrada para a presidência da Câmara e o atraso na montagem da equipe do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva transformaram corredores e gabinetes do Congresso em pontos de conchavos e promessas de cargos. Há ministérios sendo disputados por até três candidatos.
As promessas são feitas por aliados governistas que defendem a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Em público, os "arlindistas" negam. No Palácio do Planalto, a Folha ouviu que as negociações de cargos não são endossadas por Lula.
Mesmo assim, negociações são feitas diariamente. O Ministério dos Transportes está sendo prometido para o senador eleito Alfredo Nascimento (PR-AM) e para os deputados Tadeu Filippelli (PMDB-DF) e Fernando Diniz (PMDB-MG).
O da Agricultura seria oferecido ao PTB, que indicaria para a pasta o deputado Nelson Marquezelli (SP) em troca do apoio a Chinaglia na disputa.
Na última terça-feira, na reunião de coordenação política no Planalto, Lula voltou a dizer a seus ministros que só monta sua nova equipe depois da eleição dos presidentes da Câmara e Senado. Sinalizou que não estaria autorizando ninguém a negociar em seu nome.
Foi esse, inclusive, um dos temas da conversa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), no último domingo. Ela disse ao deputado estar preocupada com as notícias de loteamento do governo, principalmente na área de infra-estrutura.
A ministra ouviu de Aldo que seus aliados estariam acusando o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) de estar participando das articulações para negociar cargos. Dilma negou e disse que se o PT estava fazendo esses acordos não tinha o aval do presidente.
PR e Transportes
Segundo a Folha apurou, a segurança de comandar o Ministério dos Transportes estaria fazendo engordar a bancada do PR (fusão do PL com o Prona). Deputados ingressariam na sigla com a promessa de recompensa com cargos.
A pasta já foi ocupada no primeiro mandato por Alfredo Nascimento, ainda citado como um dos dos favoritos para voltar ao posto.
Quem comanda as negociações no PR é o deputado Valdemar Costa Neto --ele renunciou ao mandato na última legislatura para escapar da cassação, pois esteve envolvido no escândalo do mensalão.
Ele já conseguiu trazer para o PR o deputado Maurício Quintella (eleito pelo PDT), que deve assumir a direção do partido em Alagoas e indicar dirigentes do porto de Maceió e do poderoso Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) local.
A maioria dos cargos em negociação no momento é para os partidos cujas direções nacionais mais se esforçam pela candidatura de Chinaglia --além do PT, PR, PP, PTB e PMDB. Essa última legenda espera obter até seis ministérios no segundo mandato de Lula.
O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), trabalha com afinco por Chinaglia. Seu nome enfrenta resistências no Planalto, pois nunca teve boa relação com Lula. O óbice parece estar sendo removido, pois Temer aparece em listas de ministeriáveis para a Justiça.
Outro peemedebista que pode ser recompensado pelo apoio a Chinaglia é Moreira Franco (PMDB-RJ), ex-aliado feroz dos tucanos na era FHC que agora bandeou-se para o petismo. Está cotado para receber algum cargo federal.
No PP, a expectativa é manter Márcio Fortes no Ministério das Cidades e ampliar a participação no governo com a criação de uma nova pasta, a da Segurança Pública. O nome para ocupá-la seria do deputado federal eleito José Otávio Germano (RS).
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