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18/01/2007
-
13h25
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
da Folha de S.Paulo, no Rio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil e a Argentina são os países que precisam ter mais responsabilidade dentro do bloco Mercosul. Segundo ele, os dois têm responsabilidades maiores por serem os mais importantes da região.
Lula defendeu que os países do bloco se "despojem" de interesses pessoais e sejam mais generosos em prol do Mercosul. "Esse é o desafio que está colocado para nós. É um desafio gigantesco, que vai precisar de despojamento de interesses pessoais e até mesmo do interesse nacional para repartir com alguém que precisa mais do que nós", afirmou ele.
"Não resolvemos todos os problemas de assimetrias entre os países. Temos problemas de desigualdades muito fortes na economia de cada país. E a minha tese é que os países mais fortes têm que ser sempre mais generosos e ter políticas para ajudar os mais pobres", reiterou.
O presidente disse que, desta forma, a União Européia conseguiu ajudar no desenvolvimento da Espanha, Portugal e Grécia e tem ajudado novos países que têm se tornado membros.
"A integração tem que ser total, tem que ser política, cultural, social, econômica e comercial, porque se os empresários sabem fazer seus trabalhos, os governantes é que precisam evoluir para compreender que muitas vezes nós temos que atender aos interesses de um outro país ao invés de querermos apenas que nossos interesses sejam atendidos."
A declaração de Lula pode ser um recado para o presidente argentino, Néstor Kirchner. É que o Brasil e a Argentina têm divergido sobre medidas que facilitariam as exportações de sócios menores do Mercosul, como Paraguai e Uruguai. O Brasil é a favor de uma maior rapidez em propostas que beneficiem esses dois países para tentar reduzir as assimetrias dentro do bloco.
A Argentina, embora não seja contrária, se diz preocupada com a rapidez da implementação de medidas desse tipo. Entre as medidas estaria a eliminação de impostos de exportação cobrados de produtos estrangeiros que entrassem no Mercosul por esses países.
Lula afirmou que o alcance desse despojamento depende exclusivamente dos sócios do Mercosul, e não dos interesses da Europa e do Japão ou de qualquer outro bloco.
Bolívia
Além da questão das exportações, Brasil e Argentina têm divergências sobre como incluir a Bolívia no bloco e agradar aos dois sócios menores, Uruguai e Paraguai.
Os negociadores tentam acomodar as exigências da Bolívia, que só entra para o Mercosul se houver solução para o fato de ter tarifas de comércio mais baixas do que o Mercosul. O país não quer adotar a TEC (Tarifa Externa Comum), pois isso levaria a aumento de custos.
Único país andino a não assinar acordo de comércio com os Estados Unidos, convém à Bolívia estar no bloco --que combina com a ambição brasileira de integrar todo o continente.
O problema é que o governo Lula chegou ao final do primeiro mandato prometendo justamente benefícios especiais para o Uruguai e o Paraguai, fundadores do Mercosul como Brasil e Argentina e que há tempos pedem tratamento especial com relação a TEC e liberdade para fazer acordos comerciais com outros países.
O Brasil oferece reduzir o conteúdo nacional dos produtos dos dois países e antecipar o fim da dupla cobrança da TEC, previsto para ambos em 2009.
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Lula defende despojamento" dos países do Mercosul
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da Folha Online, no Rio
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil e a Argentina são os países que precisam ter mais responsabilidade dentro do bloco Mercosul. Segundo ele, os dois têm responsabilidades maiores por serem os mais importantes da região.
Lula defendeu que os países do bloco se "despojem" de interesses pessoais e sejam mais generosos em prol do Mercosul. "Esse é o desafio que está colocado para nós. É um desafio gigantesco, que vai precisar de despojamento de interesses pessoais e até mesmo do interesse nacional para repartir com alguém que precisa mais do que nós", afirmou ele.
"Não resolvemos todos os problemas de assimetrias entre os países. Temos problemas de desigualdades muito fortes na economia de cada país. E a minha tese é que os países mais fortes têm que ser sempre mais generosos e ter políticas para ajudar os mais pobres", reiterou.
O presidente disse que, desta forma, a União Européia conseguiu ajudar no desenvolvimento da Espanha, Portugal e Grécia e tem ajudado novos países que têm se tornado membros.
"A integração tem que ser total, tem que ser política, cultural, social, econômica e comercial, porque se os empresários sabem fazer seus trabalhos, os governantes é que precisam evoluir para compreender que muitas vezes nós temos que atender aos interesses de um outro país ao invés de querermos apenas que nossos interesses sejam atendidos."
A declaração de Lula pode ser um recado para o presidente argentino, Néstor Kirchner. É que o Brasil e a Argentina têm divergido sobre medidas que facilitariam as exportações de sócios menores do Mercosul, como Paraguai e Uruguai. O Brasil é a favor de uma maior rapidez em propostas que beneficiem esses dois países para tentar reduzir as assimetrias dentro do bloco.
A Argentina, embora não seja contrária, se diz preocupada com a rapidez da implementação de medidas desse tipo. Entre as medidas estaria a eliminação de impostos de exportação cobrados de produtos estrangeiros que entrassem no Mercosul por esses países.
Lula afirmou que o alcance desse despojamento depende exclusivamente dos sócios do Mercosul, e não dos interesses da Europa e do Japão ou de qualquer outro bloco.
Bolívia
Além da questão das exportações, Brasil e Argentina têm divergências sobre como incluir a Bolívia no bloco e agradar aos dois sócios menores, Uruguai e Paraguai.
Os negociadores tentam acomodar as exigências da Bolívia, que só entra para o Mercosul se houver solução para o fato de ter tarifas de comércio mais baixas do que o Mercosul. O país não quer adotar a TEC (Tarifa Externa Comum), pois isso levaria a aumento de custos.
Único país andino a não assinar acordo de comércio com os Estados Unidos, convém à Bolívia estar no bloco --que combina com a ambição brasileira de integrar todo o continente.
O problema é que o governo Lula chegou ao final do primeiro mandato prometendo justamente benefícios especiais para o Uruguai e o Paraguai, fundadores do Mercosul como Brasil e Argentina e que há tempos pedem tratamento especial com relação a TEC e liberdade para fazer acordos comerciais com outros países.
O Brasil oferece reduzir o conteúdo nacional dos produtos dos dois países e antecipar o fim da dupla cobrança da TEC, previsto para ambos em 2009.
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