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25/01/2007
-
09h06
ANA FLOR
colaboração para a Folha de S.Paulo, em Nairóbi
Depois da decisão de que não haverá um Fórum Social Mundial em 2008, os movimentos sociais que sustentam o encontro começaram a planejar ontem, em Nairóbi, as manifestações que farão, pelo mundo, para representar a luta contra o liberalismo e antiglobalização durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, em janeiro do próximo ano.
A sugestão do Conselho Internacional do fórum de pulverizar atos e protestos no maior número de cidades do mundo durante o encontro de Davos de 2008 foi referendada no manifesto divulgado ontem pela Assembléia dos Movimentos Sociais do encontro.
O documento também elogiou as vitórias da esquerda na América Latina, criticou os Estados Unidos e refletiu sobre um problema que ocorreu nesta edição: a exclusão do evento de quenianos sem condições de pagar a taxa de inscrição.
A idéia de não realizar um fórum em 2008 teve como base a vontade de incluir, em atos que representam as bandeiras do fórum, ativistas que nem sempre podem ir ao evento. "É uma demonstração da força e da extensão do movimento que o fórum representa", afirmou Oded Grajew, um de seus idealizadores brasileiros.
O texto da Assembléia dos Movimentos Sociais elogiou a luta das entidades populares da América Latina por ter conseguido vitórias eleitorais e afirmou que os movimentos sociais latino-americanos são um exemplo para outros no mundo. Uma sugestão feita pelo marxista Samir Amim, de que os movimentos sociais deveriam se tornar mais ofensivos para obter vitórias semelhantes às latino-americanas, foi incluída no documento final.
Com base nas deliberações que tiveram no fórum, movimentos sociais incluíram no texto manifestações pedindo medicamentos gratuitos para tratar Aids na África, o cancelamento da dívida externa de países pobres e uma indenização dos países ricos aos seus credores terceiro-mundistas.
O texto pediu também a retirada das tropas americanas do Iraque e Afeganistão e o não envolvimento do país na exploração de petróleo iraquiano. A Central Única dos Trabalhadores cobrou, em nome dos movimentos sociais brasileiros, a saída imediata dos soldados da ONU do Haiti.
Além dos protestos de janeiro do próximo ano, o dia de ontem no evento foi um desafio porque os movimentos precisavam se dedicar à difícil tarefa de discutir ações concretas que colocarão em prática em sua área até 2009, quando um novo fórum se realizará.
Pelo menos mil pessoas participaram da assembléia. Música africana, gritos de ordem contra o presidente dos Estados Unidos, George Bush, palmas e discursos inflamados mantiveram o público por mais de três horas no evento.
Além das manifestações durante o Fórum de Davos, em 2008, diversos protestos foram marcados, como uma semana de luta contra a dívida externa, um dia para pedir o fim das guerras e atos de protesto durante a reunião do G8, em junho, na Alemanha.
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colaboração para a Folha de S.Paulo, em Nairóbi
Depois da decisão de que não haverá um Fórum Social Mundial em 2008, os movimentos sociais que sustentam o encontro começaram a planejar ontem, em Nairóbi, as manifestações que farão, pelo mundo, para representar a luta contra o liberalismo e antiglobalização durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, em janeiro do próximo ano.
A sugestão do Conselho Internacional do fórum de pulverizar atos e protestos no maior número de cidades do mundo durante o encontro de Davos de 2008 foi referendada no manifesto divulgado ontem pela Assembléia dos Movimentos Sociais do encontro.
O documento também elogiou as vitórias da esquerda na América Latina, criticou os Estados Unidos e refletiu sobre um problema que ocorreu nesta edição: a exclusão do evento de quenianos sem condições de pagar a taxa de inscrição.
A idéia de não realizar um fórum em 2008 teve como base a vontade de incluir, em atos que representam as bandeiras do fórum, ativistas que nem sempre podem ir ao evento. "É uma demonstração da força e da extensão do movimento que o fórum representa", afirmou Oded Grajew, um de seus idealizadores brasileiros.
O texto da Assembléia dos Movimentos Sociais elogiou a luta das entidades populares da América Latina por ter conseguido vitórias eleitorais e afirmou que os movimentos sociais latino-americanos são um exemplo para outros no mundo. Uma sugestão feita pelo marxista Samir Amim, de que os movimentos sociais deveriam se tornar mais ofensivos para obter vitórias semelhantes às latino-americanas, foi incluída no documento final.
Com base nas deliberações que tiveram no fórum, movimentos sociais incluíram no texto manifestações pedindo medicamentos gratuitos para tratar Aids na África, o cancelamento da dívida externa de países pobres e uma indenização dos países ricos aos seus credores terceiro-mundistas.
O texto pediu também a retirada das tropas americanas do Iraque e Afeganistão e o não envolvimento do país na exploração de petróleo iraquiano. A Central Única dos Trabalhadores cobrou, em nome dos movimentos sociais brasileiros, a saída imediata dos soldados da ONU do Haiti.
Além dos protestos de janeiro do próximo ano, o dia de ontem no evento foi um desafio porque os movimentos precisavam se dedicar à difícil tarefa de discutir ações concretas que colocarão em prática em sua área até 2009, quando um novo fórum se realizará.
Pelo menos mil pessoas participaram da assembléia. Música africana, gritos de ordem contra o presidente dos Estados Unidos, George Bush, palmas e discursos inflamados mantiveram o público por mais de três horas no evento.
Além das manifestações durante o Fórum de Davos, em 2008, diversos protestos foram marcados, como uma semana de luta contra a dívida externa, um dia para pedir o fim das guerras e atos de protesto durante a reunião do G8, em junho, na Alemanha.
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