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26/01/2007
-
17h18
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) ingressou na Corregedoria da Câmara com pedido de abertura de processo contra o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Valverde pede a cassação do mandato do colega com base na denúncia do Ministério Público do Distrito Federal que acusa o deputado de integrar um esquema que teria desviado R$ 33 milhões do Ministério do Desenvolvimento Agrário de 1998 a 2002, período em que Jungmann comandou a pasta.
O deputado também pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) que investigue a denúncia.
Integrante da tropa de choque do deputado cassado José Dirceu (PT-SP), Valverde nega que tenha atendido ao ex-parlamentar. "Não se trata de uma retaliação. Foi uma convicção pessoal minha. Não consultei nem ao partido", disse.
Cassação
Jungmann foi um dos principais articuladores da cassação de Dirceu, acusado pela Procuradoria-Geral da República de chefiar o esquema do mensalão. Quando a denúncia contra Jungmann veio à tona, o ex-ministro comemorou em seu blog na internet.
"Jungmann prejulgou e linchou todos os investigados no caso dos sanguessugas e em outras denúncias, como se fosse um Torquemada de plantão. Exigiu renúncia, afastamento dos cargos. Agora, quando é acusado de ser 'chefe de quadrilha', quer para si o que negou aos demais e, além disso, ainda vê motivação política nas acusações", escreveu Dirceu sobre as críticas de Jungmann ter afirmado que não foi ouvido no processo.
Na mesma linha de Dirceu, Valverde disse que a representação contra Jungmann "é uma questão de coerência". "O deputado foi vice-presidente da CPI dos Sanguessugas e um dos parlamentares mais veementes contra deputados acusados, muitos sem nenhuma prova. Agora vai ter que responder sobre as denúncias que o atingem", afirmou.
O processo ainda não foi concluído pela Justiça, mas Valverde alega que a Câmara não precisa aguardar o desfecho para se manifestar. "Se a conduta dele fere o decoro parlamentar cabe ao Conselho avaliar", disse.
Para depois
Segundo a assessoria da Câmara, a representação contra Jungmann será analisada na próxima legislatura, que se inicia no dia 1º de fevereiro. Em resposta a uma consulta do próprio deputado pernambucano, na época da CPI dos Sanguessugas, a Mesa da Casa já manifestou que os processos não se encerram com o final da legislatura.
O próximo corregedor da Câmara pode entender, no entanto, que os fatos se referem ao exercício anterior e arquivar o processo. A seguir a proporcionalidade, a Corregedoria, ocupada hoje pelo PP, deve ficar nas mãos do PFL.
Outro lado
Jungmann também pediu para ser investigado pelo Conselho de Ética da Câmara. Sete dias antes de o deputado Valverde solicitar a abertura do processo, Jungmann havia protocolado na presidência da Casa ofício para que as denúncias fossem apuradas pelo órgão.
Assim como a representação do petista, a de Jungmann só será analisada depois de 1º de fevereiro. "Se ele entrou na Corregedoria está me plagiando", ironizou Jungmann.
O deputado preferiu não comentar sobre as especulações de que Dirceu estaria por trás da representação. "O deputado Valverde é um seguidor do José Dirceu, é um bate-pau do Dirceu. Isso é de conhecimento público e notório e cada um tire suas conclusões", afirmou.
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Petista ligado a Dirceu ingressa com processo de cassação contra Jungmann
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da Folha Online, em Brasília
O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) ingressou na Corregedoria da Câmara com pedido de abertura de processo contra o deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Valverde pede a cassação do mandato do colega com base na denúncia do Ministério Público do Distrito Federal que acusa o deputado de integrar um esquema que teria desviado R$ 33 milhões do Ministério do Desenvolvimento Agrário de 1998 a 2002, período em que Jungmann comandou a pasta.
O deputado também pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) que investigue a denúncia.
Integrante da tropa de choque do deputado cassado José Dirceu (PT-SP), Valverde nega que tenha atendido ao ex-parlamentar. "Não se trata de uma retaliação. Foi uma convicção pessoal minha. Não consultei nem ao partido", disse.
Cassação
Jungmann foi um dos principais articuladores da cassação de Dirceu, acusado pela Procuradoria-Geral da República de chefiar o esquema do mensalão. Quando a denúncia contra Jungmann veio à tona, o ex-ministro comemorou em seu blog na internet.
"Jungmann prejulgou e linchou todos os investigados no caso dos sanguessugas e em outras denúncias, como se fosse um Torquemada de plantão. Exigiu renúncia, afastamento dos cargos. Agora, quando é acusado de ser 'chefe de quadrilha', quer para si o que negou aos demais e, além disso, ainda vê motivação política nas acusações", escreveu Dirceu sobre as críticas de Jungmann ter afirmado que não foi ouvido no processo.
Na mesma linha de Dirceu, Valverde disse que a representação contra Jungmann "é uma questão de coerência". "O deputado foi vice-presidente da CPI dos Sanguessugas e um dos parlamentares mais veementes contra deputados acusados, muitos sem nenhuma prova. Agora vai ter que responder sobre as denúncias que o atingem", afirmou.
O processo ainda não foi concluído pela Justiça, mas Valverde alega que a Câmara não precisa aguardar o desfecho para se manifestar. "Se a conduta dele fere o decoro parlamentar cabe ao Conselho avaliar", disse.
Para depois
Segundo a assessoria da Câmara, a representação contra Jungmann será analisada na próxima legislatura, que se inicia no dia 1º de fevereiro. Em resposta a uma consulta do próprio deputado pernambucano, na época da CPI dos Sanguessugas, a Mesa da Casa já manifestou que os processos não se encerram com o final da legislatura.
O próximo corregedor da Câmara pode entender, no entanto, que os fatos se referem ao exercício anterior e arquivar o processo. A seguir a proporcionalidade, a Corregedoria, ocupada hoje pelo PP, deve ficar nas mãos do PFL.
Outro lado
Jungmann também pediu para ser investigado pelo Conselho de Ética da Câmara. Sete dias antes de o deputado Valverde solicitar a abertura do processo, Jungmann havia protocolado na presidência da Casa ofício para que as denúncias fossem apuradas pelo órgão.
Assim como a representação do petista, a de Jungmann só será analisada depois de 1º de fevereiro. "Se ele entrou na Corregedoria está me plagiando", ironizou Jungmann.
O deputado preferiu não comentar sobre as especulações de que Dirceu estaria por trás da representação. "O deputado Valverde é um seguidor do José Dirceu, é um bate-pau do Dirceu. Isso é de conhecimento público e notório e cada um tire suas conclusões", afirmou.
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