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28/01/2007 - 09h03

Disputa na Câmara deve ir a 2º turno, aponta enquete

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FELIPE SELIGMAN
VINICIUS ABBATE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A eleição para a presidência da Câmara deverá ser decidida em segundo turno, entre Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). É o que indica enquete realizada pela Folha com 441 deputados da nova legislatura (85,96% dos 513 eleitos), entre 8 e 26 de janeiro.

O petista é o favorito no primeiro turno, mas não com larga vantagem. É importante destacar que 21,2% (93) dos parlamentares não quiseram revelar o voto. Se houver segundo turno, a votação será feita também na próxima quinta-feira, logo após o primeiro turno.

A enquete aponta que 35,1% (155) dos deputados entrevistados votariam em Chinaglia; 29,2% (129) em Aldo; e 14,5% (64) no candidato Gustavo Fruet (PSDB-PR), último entre os três a definir que disputaria a presidência da Câmara.

Os números mostram que, caso não houvesse o lançamento da candidatura Fruet e o PSDB apoiasse Chinaglia --o que chegou a ser anunciado há duas semanas--, o petista teria grandes chances de ganhar a eleição no primeiro turno.

Para vencer a disputa com apenas uma votação, o deputado precisa ter ao menos 257 votos --mais que a metade do total de 513 deputados.

Já no segundo turno, segundo os dados obtidos com a enquete, percebe-se um cenário indefinido. Grande parte dos deputados que revelou votar em Fruet no primeiro turno preferiu não apontar sua opção no segundo turno.

Em disputa entre Chinaglia e Aldo, 36,9% (162) dos deputados preferem o petista, enquanto 31% (137) optam pelo comunista --32,1% (142) dos parlamentares consultados não revelaram em quem votam no segundo turno, ou por não trabalhar com a hipótese de uma derrota do tucano, ou por não ter uma escolha definida.

"Fica muito difícil de escolher. Todos são boas pessoas, mas não gosto da forma como estão fazendo campanha. Um promete tudo o que pode e o que não pode. O outro manda uma carta pedindo apoio, cheio de diplomacia", disse a pefelista maranhense Nice Lobão.

Traições

Apesar dos números da enquete, os próprios candidatos levam em conta a possibilidade de traições dentro de partidos como o PFL --que oficialmente apóia Aldo. O voto secreto para a eleição da Mesa Diretora permite que os parlamentares se comprometam sem, de fato, cumprir o que prometeram.

A enquete mostrou isso. O número de deputados do PFL que votará em Aldo chega perto dos 70%. Desses, porém, 40% votariam em Fruet se pudessem escolher. Além disso, um outro detalhe contribui para a imprevisibilidade da eleição na Câmara: um segundo turno gera uma nova rodada de negociações que pode mudar votos tidos como certos.

Mesmo com chances menores, os deputados também foram questionados em quem votariam em caso de um segundo turno entre Aldo e Fruet ou entre Chinaglia e Fruet.

Na primeira hipótese, o atual presidente da Casa ganharia com uma margem de 32 pontos percentuais. Aldo teria 55,8% (245) enquanto Fruet, apenas 9,6% (42) --34,6% (153) dos deputados entrevistados não revelaram a escolha.

A diferença de votos entre os dois candidatos é explicada pela posição dos petistas que, não tendo a opção de votar no candidato do seu partido, optariam por apoiar Aldo, preferência inicial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outro fator de peso é a decisão do PFL de manter o apoio a Aldo, mesmo em um cenário sem um candidato do PT.

"Já declaramos nosso apoio ao Aldo. Nossa decisão já foi feita, e o partido é fiel às suas decisões", afirma o líder pefelista Rodrigo Maia (RJ).

Já na segunda hipótese (Chinaglia e Fruet), a distância entre os dois é menor, mas, mesmo assim, Fruet perderia. Enquanto o tucano recebe 27,8% (122) das intenções de votos, Chinaglia obtém 45,8% (201) -26,4% (118) não opinaram.

Nesse caso, a menor diferença entre os dois candidatos é explicada pela grande maioria de pefelistas que, sem ter a obrigação partidária de votar em Aldo, apóiam o candidato da oposição. Além disso, deputados do PC do B, insatisfeitos com a forma pela qual Aldo foi tratado pelo PT, deixariam de apoiar o candidato governista para votar na oposição.

Boa parte dos deputados não teve problemas em revelar o voto para a Folha. Uma minoria, entretanto, apesar de assumir o candidato, pediu para não ter o nome divulgado.

Quase todos os deputados dizem votar partidariamente. Um exemplo: 97% dos deputados petistas devem votar no candidato do partido.
Boa parte deles gostaria de uma união entre os dois candidatos governistas. "Eu acho que seria bom se a base aliada, até o dia 1º, tivesse um só candidato", afirma Chico D'Angelo (PT-RJ).

Mesmo com números otimistas, o Palácio do Planalto teme um desfecho parecido ao da eleição de 2005 na Câmara, que levou Severino Cavalcanti (PP-PE) ao terceiro cargo mais importante do país.

Os números calculados pelas campanhas dos três candidatos levam em conta as traições. Para Chinaglia, entre 270 e 300 deputados irão apoiá-lo. Aldo Rebelo, por sua vez, espera receber 225 votos, e Fruet conta com o apoio de pelo menos 80 deputados. Essa conta otimista dos três candidatos, entretanto, passa longe do número de deputados presentes na Casa.

Se somados, apresentariam uma Câmara composta por, pelo menos, 575 deputados.

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