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31/01/2007
-
09h24
FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo
A dois dias da eleição para a presidência do Senado, os candidatos Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Agripino (PFL-RN) contavam ontem com deserções anunciadas tanto na base aliada quanto na oposição.
Pelos apoios divulgados, Renan teria 45 votos e Agripino 35, além de um voto em branco do PSOL. Esse placar, no entanto, não deve ser mantido na votação secreta em plenário devido às esperadas traições dos dois lados.
Nesse cálculo não estão, por exemplo, um esperado voto do PT em Agripino seis possíveis votos do PSDB e do PFL em Renan. Nesse grupo estariam os pefelistas Efraim Morais (PI), Romeu Tuma (SP) e Edison Lobão (MA), além dos tucanos Álvaro Dias (PR), Papaléo Paes (AP) e Flexa Ribeiro (PA).
Renan é apoiado pelo Palácio do Planalto e há dois anos foi o candidato de consenso da Casa. Na época ele foi eleito por 72 votos a 4. Desta vez, o PFL quis fazer um contraponto ao governo e lançou a candidatura de Agripino, que é apoiado oficialmente pelo PSDB. Os tucanos, no entanto, preferiam que não houvesse disputa.
Entre os novos senadores, Fernando Collor de Mello (PRTB-AL) foi um dos que declarou voto em Renan. O peemedebista foi líder do governo Collor na Câmara dos Deputados e foi também o primeiro político a romper com o ex-presidente da República.
Collor afirmou que sua relação com Renan é "muito boa". "Estivemos um período afastados mas nos reencontramos. Apoiarei decididamente [sua reeleição]", disse ele.
Na bancada do PMDB, Garibaldi Alves Filho (RN) e Jarbas Vasconcelos (PE) anunciaram que votarão em Agripino. O primeiro é aliado do pefelista no Estado e o segundo lidera um grupo independente no partido. Agripino também deve ter o apoio de Mão Santa (PI) e de Almeida Lima (SE).
Na base aliada, Agripino deve contar ainda com o voto de Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que é adversário do líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). "O voto é secreto", desconversa Mozarildo.
Troca de gabinete
Na busca por votos até os gabinetes do Senado estão servindo de moeda de troca. O senador José Maranhão (PMDB-PB) pediu o gabinete pessoal de Renan, que considera melhor do que o seu, para votar em seu correligionário. E foi atendido.
Na oposição há uma deserção anunciada. O PSDB liberou João Tenório (AL), suplente do governador Teotônio Vilela, para votar em Renan, já que os dois são aliados no Estado.
Os quatro senadores do PDT, que foram oposição no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vão apoiar Renan em troca da presidência da Comissão de Educação para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e de um cargo na Mesa Diretora.
Apesar do favoritismo, Renan passou o dia ontem recebendo senadores para certificar-se dos votos.
Já Agripino divulgou um manifesto, encaminhado a todos os senadores. "Minha candidatura à presidência do Senado não é uma proposta oposicionista. Ela se define acima das ideologias e dos partidos, e em favor do fortalecimento da instituição", diz o documento.
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No Senado, candidatos já esperam "traições"
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da Folha de S.Paulo
A dois dias da eleição para a presidência do Senado, os candidatos Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Agripino (PFL-RN) contavam ontem com deserções anunciadas tanto na base aliada quanto na oposição.
Pelos apoios divulgados, Renan teria 45 votos e Agripino 35, além de um voto em branco do PSOL. Esse placar, no entanto, não deve ser mantido na votação secreta em plenário devido às esperadas traições dos dois lados.
Nesse cálculo não estão, por exemplo, um esperado voto do PT em Agripino seis possíveis votos do PSDB e do PFL em Renan. Nesse grupo estariam os pefelistas Efraim Morais (PI), Romeu Tuma (SP) e Edison Lobão (MA), além dos tucanos Álvaro Dias (PR), Papaléo Paes (AP) e Flexa Ribeiro (PA).
Renan é apoiado pelo Palácio do Planalto e há dois anos foi o candidato de consenso da Casa. Na época ele foi eleito por 72 votos a 4. Desta vez, o PFL quis fazer um contraponto ao governo e lançou a candidatura de Agripino, que é apoiado oficialmente pelo PSDB. Os tucanos, no entanto, preferiam que não houvesse disputa.
Entre os novos senadores, Fernando Collor de Mello (PRTB-AL) foi um dos que declarou voto em Renan. O peemedebista foi líder do governo Collor na Câmara dos Deputados e foi também o primeiro político a romper com o ex-presidente da República.
Collor afirmou que sua relação com Renan é "muito boa". "Estivemos um período afastados mas nos reencontramos. Apoiarei decididamente [sua reeleição]", disse ele.
Na bancada do PMDB, Garibaldi Alves Filho (RN) e Jarbas Vasconcelos (PE) anunciaram que votarão em Agripino. O primeiro é aliado do pefelista no Estado e o segundo lidera um grupo independente no partido. Agripino também deve ter o apoio de Mão Santa (PI) e de Almeida Lima (SE).
Na base aliada, Agripino deve contar ainda com o voto de Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que é adversário do líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). "O voto é secreto", desconversa Mozarildo.
Troca de gabinete
Na busca por votos até os gabinetes do Senado estão servindo de moeda de troca. O senador José Maranhão (PMDB-PB) pediu o gabinete pessoal de Renan, que considera melhor do que o seu, para votar em seu correligionário. E foi atendido.
Na oposição há uma deserção anunciada. O PSDB liberou João Tenório (AL), suplente do governador Teotônio Vilela, para votar em Renan, já que os dois são aliados no Estado.
Os quatro senadores do PDT, que foram oposição no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vão apoiar Renan em troca da presidência da Comissão de Educação para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e de um cargo na Mesa Diretora.
Apesar do favoritismo, Renan passou o dia ontem recebendo senadores para certificar-se dos votos.
Já Agripino divulgou um manifesto, encaminhado a todos os senadores. "Minha candidatura à presidência do Senado não é uma proposta oposicionista. Ela se define acima das ideologias e dos partidos, e em favor do fortalecimento da instituição", diz o documento.
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