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02/02/2007
-
10h18
VALDO CRUZ
KENNEDY ALENCAR
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que a vitória de Arlindo Chinaglia (PT) na eleição para presidente da Câmara lhe permitirá diminuir o espaço do PT no ministério e nas estatais em benefício dos aliados. O partido, porém, resiste e, em público, deseja ampliar seu espaço. Nos bastidores, luta para que não seja reduzido.
Segundo relato de um auxiliar do presidente, Chinaglia no comando da Câmara fará com o que o PT seja menos contemplado no governo. A Folha apurou que Lula tem dito que "partido que tem presidente da República e presidente da Câmara tem de ser mais generoso".
Em contrapartida, o presidente pretende usar a montagem do ministério para curar as feridas deixadas pela disputa da presidência da Câmara. Reconhece que precisará compensar o bloco composto por PSB, PC do B e PDT, que apoiou a postulação do comunista Aldo Rebelo (SP).
Em tom de brincadeira, Lula minimizou o problema ontem antes da votação. "Um pouco de mercúrio resolve todos os problemas", disse o presidente em rápida entrevista na porta do Supremo Tribunal Federal pela manhã. Sinalizou sua preferência por Chinaglia ao defender a tradição de que o maior partido leva a presidência da Câmara --nem sempre respeitada. "Essa é uma prática histórica que não foi quebrada, nem no regime militar. E ela é saudável para que haja um aumento do respeito entre os partidos políticos", afirmou Lula.
À noite, Lula cumprimentou Chinaglia e Renan Calheiros (PMDB-AL). O texto tem apenas dois parágrafos. O primeiro foi usado para elogiar Aldo e Renan pelo trabalho à frente do Congresso. O segundo, para festejar as vitórias de Chinaglia e do peemedebista reeleito.
Apesar de Chinaglia ter sido líder do governo e prometido cargos na disputa, Lula disse que sua vitória e a de Renan significam que o Planalto continuará a ter "interlocutores independentes" no Legislativo. Reservadamente, petistas dizem que o partido não comanda pastas "atrativas" para composição política com aliados.
Admitem que é inviável reassumirem as pastas das Cidades e da Saúde, já dirigidas por petistas. Desejam manter o espaço atual. Lula, porém, pode retirar petistas em cargos importantes em estatais. Exemplo: o PMDB se queixa de não comandar a maioria dos postos nas Minas e Energia. Mas Lula poderia retirar petistas de estatais, preservando diretorias da Petrobras e de Itaipu.
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Lula deve encolher espaço do PT no governo
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KENNEDY ALENCAR
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que a vitória de Arlindo Chinaglia (PT) na eleição para presidente da Câmara lhe permitirá diminuir o espaço do PT no ministério e nas estatais em benefício dos aliados. O partido, porém, resiste e, em público, deseja ampliar seu espaço. Nos bastidores, luta para que não seja reduzido.
Segundo relato de um auxiliar do presidente, Chinaglia no comando da Câmara fará com o que o PT seja menos contemplado no governo. A Folha apurou que Lula tem dito que "partido que tem presidente da República e presidente da Câmara tem de ser mais generoso".
Em contrapartida, o presidente pretende usar a montagem do ministério para curar as feridas deixadas pela disputa da presidência da Câmara. Reconhece que precisará compensar o bloco composto por PSB, PC do B e PDT, que apoiou a postulação do comunista Aldo Rebelo (SP).
Em tom de brincadeira, Lula minimizou o problema ontem antes da votação. "Um pouco de mercúrio resolve todos os problemas", disse o presidente em rápida entrevista na porta do Supremo Tribunal Federal pela manhã. Sinalizou sua preferência por Chinaglia ao defender a tradição de que o maior partido leva a presidência da Câmara --nem sempre respeitada. "Essa é uma prática histórica que não foi quebrada, nem no regime militar. E ela é saudável para que haja um aumento do respeito entre os partidos políticos", afirmou Lula.
À noite, Lula cumprimentou Chinaglia e Renan Calheiros (PMDB-AL). O texto tem apenas dois parágrafos. O primeiro foi usado para elogiar Aldo e Renan pelo trabalho à frente do Congresso. O segundo, para festejar as vitórias de Chinaglia e do peemedebista reeleito.
Apesar de Chinaglia ter sido líder do governo e prometido cargos na disputa, Lula disse que sua vitória e a de Renan significam que o Planalto continuará a ter "interlocutores independentes" no Legislativo. Reservadamente, petistas dizem que o partido não comanda pastas "atrativas" para composição política com aliados.
Admitem que é inviável reassumirem as pastas das Cidades e da Saúde, já dirigidas por petistas. Desejam manter o espaço atual. Lula, porém, pode retirar petistas em cargos importantes em estatais. Exemplo: o PMDB se queixa de não comandar a maioria dos postos nas Minas e Energia. Mas Lula poderia retirar petistas de estatais, preservando diretorias da Petrobras e de Itaipu.
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