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02/02/2007 - 10h02

PT credita a vitória aos tucanos de Minas e SP

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KENNEDY ALENCAR
VALDO CRUZ
ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O novo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e seus articuladores creditam a vitória apertada sobre Aldo Rebelo a dois tucanos: os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).

E avaliam que o "susto" de se submeter a um segundo turno se deveu a uma traição em bloco do PP, partido que integrou com PT e PMDB um megabloco parlamentar de 273 deputados federais.

Para Arlindo e seus aliados, Serra e Aécio seguiram a orientação partidária de indicar voto de suas bancadas no candidato do PSDB, Gustavo Fruet (PR), no primeiro turno. O tucano paranaense obteve 98 votos, desempenho considerado bom por articuladores da Câmara.

Entre os tucanos, era voz corrente que a bancada mineira do partido e metade da paulista votaram em Chinaglia no segundo turno. "Fiquei surpreso no primeiro turno, pensei que o Arlindo fosse ganhar. Provavelmente ele perdeu votos na própria base", disse o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP).

"Eles [os tucanos] cumpriram o acordo direitinho com a gente", afirmou o deputado Doutor Rosinha (PT-PR). "Que susto, hein?!", disse o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), usando uma expressão muito repetida também por petistas e aliados de Chinaglia.

Logo após o final do primeiro turno, ainda assustados com o resultado, petistas diziam que a sorte de Chinaglia dependeria do cumprimento da palavra de Serra e Aécio.

No segundo turno, os dois governadores tucanos honraram o acordo inicial de apoio a Chinaglia que gerou grave divisão no PSDB. O petista contava vencer em primeiro turno com cerca de 270 votos. Colheu apenas 236. No segundo turno, venceu Aldo por placar apertado: 261 a 243.

Sem os votos de Serra e Aécio, que chegaram a embarcar na candidatura de Aldo antes de Chinaglia fechar um acordo com o PMDB, o petista teria sido derrotado. Na contabilidade dos aliados de Chinaglia, Serra e Aécio entregaram entre 17 e 20 votos da bancada tucana.

Outra ala do PSDB, a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do atual presidente da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), apoiou a candidatura de Aldo, mas não conseguiu a adesão no partido.

Em troca do apoio dos governadores tucanos, potenciais candidatos a presidente em 2010, o PT cedeu a vaga de 1º vice-presidente a um deputado ligado a Aécio, Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB mineiro. Em relação a Serra, prometeu apoiar o candidato tucano a presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo.

A intenção do PT é negociar com PMDB e PSDB, os três maiores partidos da Câmara, uma aliança para determinarem a linha de grandes decisões da Casa. Se vingar, esse acordo abriria espaço para uma pauta consensual que envolva nova restrição ao poder do Executivo de editar medidas provisórias e entendimento nas reformas política e tributária.

A traição de boa parte do PP, partido que tem 42 deputados, deve aumentar o apetite dos aliados para tirar da legenda o Ministério das Cidades. Na avaliação de Chinaglia, o deputado federal Ciro Nogueira (PP-PI) convenceu o líder de sua bancada, Mário Negromonte (BA), a aderir à candidatura de Aldo. O PT atribui ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA), algumas traições que impediram a vitória de Chinaglia no primeiro turno. Parte dos 94 deputados votou em Aldo.

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