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06/02/2007
-
10h56
CÍNTIA ACAYABA
da Agência Folha
O novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus na Paraíba, inaugurado ontem em João Pessoa, recebeu críticas públicas da principal autoridade católica local, o que gerou duros ataques e respostas da igreja pentecostal.
O arcebispo da Paraíba, dom Aldo di Cillo Pagotto, divulgou nota à imprensa atribuindo a "suntuosidade" do templo --com capacidade para 5.100 fiéis-- a "promessas propaladas por seus líderes, induzindo o povo de boa fé a alcançar a prosperidade material em formas imediatistas".
A nota oficial, intitulada "A fé mercantilizada", ataca a forma como, na opinião do arcebispo, a Igreja Universal se relaciona com os fiéis.
"Diante de prementes carências, pessoas não esclarecidas, sem acompanhamento em uma comunidade de fé e vida, em breve tempo, tornam-se adeptas desses grupos religiosos", diz a nota. "São, porém, induzidas a contribuir com coletas. Essa condição é inegociável, demonstrando assim, sua confiança em 'Deus'."
Segundo a Igreja Universal do Reino de Deus na Paraíba, o templo construído em João Pessoa é o segundo maior do Nordeste, atrás apenas do de Salvador (BA), que conta com 6.800 lugares. O maior templo da igreja no Brasil está localizado no Rio de Janeiro e tem capacidade para 12 mil fiéis.
A Arquidiocese da Paraíba não soube informar qual era a maior igreja do Estado. A Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, considerada a mais representativa da Paraíba, possui 300 lugares.
Em sua nota à imprensa, dom Aldo questiona como templos grandiosos são construídos em espaço curto de tempo. O arcebispo sugere, como resposta, o suposto envolvimento de pastores em escândalos financeiros. "Por certo rola muita grana nas mãos dos 'servos e obreiros'. Quem não se lembra das malas cheias de dinheiro em mãos de 'pastores'?"
O arcebispo também afirma na nota que o crescimento das igrejas evangélicas se deve à "ausência ou omissão da Igreja Católica junto a pessoas e locais de carência".
"A Igreja Católica não deixa claro, em pratos limpos, que esta tal fé, desta tal igreja [Universal], é diferente da que nós promovemos. Há a comercialização da fé, e eu apenas dei nome aos bois. Não podemos acompanhar o crescimento destes templos sem falar nada e deixar a coisa acontecer", disse dom Aldo à Folha.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) disse que os arcebispos "têm autonomia em suas dioceses" e que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Universal
A Universal respondeu à crítica em seu site. Na seção de notícias, diz que "o crescimento das igrejas pentecostais incomoda outras denominações religiosas" e afirma que o arcebispo "já esteve envolvido com denúncias de proteger frei acusado de estupro em 2002". O site diz que dom Aldo "tentou convencer três supostas vítimas de estupro a retirar queixa contra o acusado".
"Eu apenas fui oferecer apoio às meninas e aquilo foi distorcido, como se eu quisesse que elas ficassem quietas. Esse processo foi totalmente arquivado e eu fui absolutamente inocentado [de supostamente proteger os acusados]. A igreja [Universal] quer desenterrar defuntos de um fato que não existiu", disse o arcebispo.
No final da nota do site da Universal, aparecem como "notícias relacionadas" as notas intituladas "Padre é preso acusado de pedofilia", "Padre suspeito de abuso sexual", "Clérigo é condenado a 15 anos de prisão" e "Padre é acusado de abusar de 11 homens".
O pastor da Universal e vereador de João Pessoa Miguel Arcanjo (PRB) também redigiu nota para criticar a posição de dom Aldo diante da inauguração do novo templo pentecostal.
"Ele deveria se preocupar com o povo da igreja dele e deixar quem está trabalhando quieto. Se a incompetência tem reinado em seu ministério e ele não desenvolve o trabalho aqui no Estado, o problema é dele", diz a nota.
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Arcebispo católico critica Igreja Universal após inauguração de templo na Paraíba
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da Agência Folha
O novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus na Paraíba, inaugurado ontem em João Pessoa, recebeu críticas públicas da principal autoridade católica local, o que gerou duros ataques e respostas da igreja pentecostal.
O arcebispo da Paraíba, dom Aldo di Cillo Pagotto, divulgou nota à imprensa atribuindo a "suntuosidade" do templo --com capacidade para 5.100 fiéis-- a "promessas propaladas por seus líderes, induzindo o povo de boa fé a alcançar a prosperidade material em formas imediatistas".
A nota oficial, intitulada "A fé mercantilizada", ataca a forma como, na opinião do arcebispo, a Igreja Universal se relaciona com os fiéis.
"Diante de prementes carências, pessoas não esclarecidas, sem acompanhamento em uma comunidade de fé e vida, em breve tempo, tornam-se adeptas desses grupos religiosos", diz a nota. "São, porém, induzidas a contribuir com coletas. Essa condição é inegociável, demonstrando assim, sua confiança em 'Deus'."
Segundo a Igreja Universal do Reino de Deus na Paraíba, o templo construído em João Pessoa é o segundo maior do Nordeste, atrás apenas do de Salvador (BA), que conta com 6.800 lugares. O maior templo da igreja no Brasil está localizado no Rio de Janeiro e tem capacidade para 12 mil fiéis.
A Arquidiocese da Paraíba não soube informar qual era a maior igreja do Estado. A Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, considerada a mais representativa da Paraíba, possui 300 lugares.
Em sua nota à imprensa, dom Aldo questiona como templos grandiosos são construídos em espaço curto de tempo. O arcebispo sugere, como resposta, o suposto envolvimento de pastores em escândalos financeiros. "Por certo rola muita grana nas mãos dos 'servos e obreiros'. Quem não se lembra das malas cheias de dinheiro em mãos de 'pastores'?"
O arcebispo também afirma na nota que o crescimento das igrejas evangélicas se deve à "ausência ou omissão da Igreja Católica junto a pessoas e locais de carência".
"A Igreja Católica não deixa claro, em pratos limpos, que esta tal fé, desta tal igreja [Universal], é diferente da que nós promovemos. Há a comercialização da fé, e eu apenas dei nome aos bois. Não podemos acompanhar o crescimento destes templos sem falar nada e deixar a coisa acontecer", disse dom Aldo à Folha.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) disse que os arcebispos "têm autonomia em suas dioceses" e que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Universal
A Universal respondeu à crítica em seu site. Na seção de notícias, diz que "o crescimento das igrejas pentecostais incomoda outras denominações religiosas" e afirma que o arcebispo "já esteve envolvido com denúncias de proteger frei acusado de estupro em 2002". O site diz que dom Aldo "tentou convencer três supostas vítimas de estupro a retirar queixa contra o acusado".
"Eu apenas fui oferecer apoio às meninas e aquilo foi distorcido, como se eu quisesse que elas ficassem quietas. Esse processo foi totalmente arquivado e eu fui absolutamente inocentado [de supostamente proteger os acusados]. A igreja [Universal] quer desenterrar defuntos de um fato que não existiu", disse o arcebispo.
No final da nota do site da Universal, aparecem como "notícias relacionadas" as notas intituladas "Padre é preso acusado de pedofilia", "Padre suspeito de abuso sexual", "Clérigo é condenado a 15 anos de prisão" e "Padre é acusado de abusar de 11 homens".
O pastor da Universal e vereador de João Pessoa Miguel Arcanjo (PRB) também redigiu nota para criticar a posição de dom Aldo diante da inauguração do novo templo pentecostal.
"Ele deveria se preocupar com o povo da igreja dele e deixar quem está trabalhando quieto. Se a incompetência tem reinado em seu ministério e ele não desenvolve o trabalho aqui no Estado, o problema é dele", diz a nota.
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