Publicidade
Publicidade
06/02/2007
-
18h55
da Folha Online
Às vésperas da reunião do Diretório Nacional do PT --que acontece neste fim de semana em Salvador (BA)--, dirigentes do partido declaram publicamente o descontentamento com o texto "Mensagem ao Partido", que está sendo elaborado pelo ministro Tarso Genro (Relações Institucionais). O documento deve ser apresentado durante o encontro, que também vai comemorar os 27 anos do PT.
Em artigo publicado no site do partido, o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, critica vários pontos do documento. "Em resumo: a 'Mensagem', ao menos na versão preliminar a que tivemos acesso, não oferece respostas adequadas (do nosso ponto de vista) para questões fundamentais que o PT tem que responder, se quiser dar conta dos desafios dos próximos anos e das próximas décadas", diz o artigo do dirigente petista.
Entre os pontos questionados por Pomar está a forma como Tarso propõe a refundação do PT. "Se por um lado ele informa a vontade, extremamente positiva, da constituição de um nova maioria partidária, que supere os métodos do campo hoje ex-majoritário, por outro lado ele confirma a crítica que vários de nós temos feito ao significado da 'refundação' proposta por alguns dos signatários do texto: trata-se de fundar sob novas bases, no caso, uma mescla de liberalismo com socialismo."
No artigo, Pomar deixa claro que o grupo de Tarso --que ele chama de campo ex-majoritário-- quer impor a proposta e o modelo para a refundação do partido sem consultar outras correntes. "Neste sentido, a 'Mensagem' revela uma continuidade e até um aprofundamento de algumas posições do campo ex-majoritário."
Pomar afirma ainda que o texto apresenta uma visão " limitada e pouco autocrítica" sobre a crise política enfrentada pelo PT. "Limitada, por não vincular adequadamente a crise ao abandono do ideário socialista e a adesão a estratégia de centro-esquerda. Pouco autocrítica, porque não inclui nenhuma referência ao fato de parte de seus signatários terem sido responsáveis pela implementação da política que nos levou à crise de 2005."
O secretário de Relações Internacionais do PT critica diretamente Tarso ao comentar que o texto atribui parte da crise do partido à "concepções equivocadas na condução de distintas estratégias eleitorais".
"Segundo a 'Mensagem', o equívoco não estaria na adoção de uma 'estratégia eleitoral', mas sim na sua condução! O texto fala também em 'desinteresse pela utopia socialista', quando na verdade o que assistimos foi o abandono do socialismo como alternativa real e a manutenção, bastante enfraquecida, do socialismo apenas como 'utopia', no sentido preciso da palavra", diz Pomar no artigo. "Em nossa opinião, são principalmente estas duas opções equivocadas (a programática e a estratégica) que conduziram a uma mudança para pior (mas não exatamente ao abandono) das relações entre o partido e a classe trabalhadora."
"É natural que um documento assinado por Tarso Genro tenha dificuldades em tratar desta questão: afinal, ele foi um dos principais formuladores, entre nós, da estratégia eleitoral (ou de centro-esquerda)", afirma ele.
Leia mais
Lideranças do PT minimizam documento de Tarso sobre refundação do partido
Lula deve apoiar Tarso em disputa no PT
Esquerda do partido promete texto polêmico
PT retoma disputa interna no segundo mandato de Lula
Lula tem de exercer influência no PT, diz Tarso
Livro "Políticos do Brasil"mostra evolução do patrimônio dos deputados
Especial
Leia cobertura completa sobre o segundo mandato do governo Lula
Dirigente do PT critica documento de Tarso Genro
Publicidade
Às vésperas da reunião do Diretório Nacional do PT --que acontece neste fim de semana em Salvador (BA)--, dirigentes do partido declaram publicamente o descontentamento com o texto "Mensagem ao Partido", que está sendo elaborado pelo ministro Tarso Genro (Relações Institucionais). O documento deve ser apresentado durante o encontro, que também vai comemorar os 27 anos do PT.
Em artigo publicado no site do partido, o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, critica vários pontos do documento. "Em resumo: a 'Mensagem', ao menos na versão preliminar a que tivemos acesso, não oferece respostas adequadas (do nosso ponto de vista) para questões fundamentais que o PT tem que responder, se quiser dar conta dos desafios dos próximos anos e das próximas décadas", diz o artigo do dirigente petista.
Entre os pontos questionados por Pomar está a forma como Tarso propõe a refundação do PT. "Se por um lado ele informa a vontade, extremamente positiva, da constituição de um nova maioria partidária, que supere os métodos do campo hoje ex-majoritário, por outro lado ele confirma a crítica que vários de nós temos feito ao significado da 'refundação' proposta por alguns dos signatários do texto: trata-se de fundar sob novas bases, no caso, uma mescla de liberalismo com socialismo."
No artigo, Pomar deixa claro que o grupo de Tarso --que ele chama de campo ex-majoritário-- quer impor a proposta e o modelo para a refundação do partido sem consultar outras correntes. "Neste sentido, a 'Mensagem' revela uma continuidade e até um aprofundamento de algumas posições do campo ex-majoritário."
Pomar afirma ainda que o texto apresenta uma visão " limitada e pouco autocrítica" sobre a crise política enfrentada pelo PT. "Limitada, por não vincular adequadamente a crise ao abandono do ideário socialista e a adesão a estratégia de centro-esquerda. Pouco autocrítica, porque não inclui nenhuma referência ao fato de parte de seus signatários terem sido responsáveis pela implementação da política que nos levou à crise de 2005."
O secretário de Relações Internacionais do PT critica diretamente Tarso ao comentar que o texto atribui parte da crise do partido à "concepções equivocadas na condução de distintas estratégias eleitorais".
"Segundo a 'Mensagem', o equívoco não estaria na adoção de uma 'estratégia eleitoral', mas sim na sua condução! O texto fala também em 'desinteresse pela utopia socialista', quando na verdade o que assistimos foi o abandono do socialismo como alternativa real e a manutenção, bastante enfraquecida, do socialismo apenas como 'utopia', no sentido preciso da palavra", diz Pomar no artigo. "Em nossa opinião, são principalmente estas duas opções equivocadas (a programática e a estratégica) que conduziram a uma mudança para pior (mas não exatamente ao abandono) das relações entre o partido e a classe trabalhadora."
"É natural que um documento assinado por Tarso Genro tenha dificuldades em tratar desta questão: afinal, ele foi um dos principais formuladores, entre nós, da estratégia eleitoral (ou de centro-esquerda)", afirma ele.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice