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08/02/2007
-
11h06
SILVIO NAVARRO
VERA MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Assolados por derrotas eleitorais, disputas internas e em contínua desidratação das bancadas, os dois principais partidos de oposição ao governo Lula, PSDB e PFL, decidiram acelerar o processo de "refundação" para tentar sair da crise.
O PSDB montou três grupos que vão preparar um diagnóstico para o congresso do partido, em junho. O PFL deve anunciar hoje sua transformação em PD (Partido Democrata).
O projeto de reestruturação também aponta para um crescente distanciamento de tucanos e pefelistas, que, estiveram juntos no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e no apoio a Geraldo Alckmin nas últimas eleições.
Enquanto falam em "atualizar" as bases da social-democracia, os tucanos assistem a uma disputa de rumo do partido. De um lado, os governadores pregam uma convivência civilizada com o governo Lula. De outro, a ala ligada a FHC, minoritária, quer que o partido acentue seu discurso de oposição. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, nomeou três grupos para planejar o congresso que vai rediscutir o programa partidário. O primeiro cuidará especialmente do seminário. O segundo terá a função de cuidar da imagem da sigla. Uma terceira frente irá mapear problemas, novas lideranças e o peso do PSDB nos Estados.
Segundo Tasso, a síntese do trabalho desses grupos pautará o congresso da sigla. "É preciso reavaliar tudo", afirmou Tasso.
"O PSDB vai continuar sendo um partido de oposição. O congresso vai definir com clareza as diferenças que temos em relação ao PT, mas que a população não consegue identificar." Nos bastidores, tucanos dizem que Tasso chegou a articular para que o senador Sérgio Guerra (PE) o substituísse. Seria um nome neutro e não anteciparia a disputa entre José Serra e Aécio Neves pela candidatura à Presidência em 2010.
A pedido dos próprios governadores, Tasso decidiu ficar no cargo até novembro. Mas não conseguiu conter a crise causada quando o ex-líder Jutahy Júnior (BA) declarou apoio ao petista Arlindo Chinaglia (SP).
No PFL, a mudança de nome é simbólica de uma guinada para o centro que o partido ensaia como forma de estancar a perda sucessiva de peso político nacional. Em 2006, o partido elegeu apenas um governador e 65 deputados (contra, respectivamente, quatro e 84 em 2002).
"Sabemos que, na América Latina, a agenda liberal não tem força na sociedade. Temos de caminhar para o social", diz o deputado Rodrigo Maia (RJ), um dos principais candidatos a assumir, em março, a presidência do novo PD.
Em busca dessa identificação com a sociedade, o PFL busca uma bandeira de apelo imediato. A primeira investida será a campanha pelo fim da CPMF. Em pleno processo de perda de deputados --os 65 eleitos já caíram para 60, e cálculos dão conta de que a bancada pode chegar a menos de 52--, o partido quer atrair novas lideranças.
Para o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, a relação com o PSDB pode ser resumida numa frase: "Parceria na oposição e independência na decisão". Ele buscou se distanciar da disputa interna tucana. "O problema do PSDB é a luta entre Serra e Aécio. Mas isso é problema deles, não nosso."
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VERA MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Assolados por derrotas eleitorais, disputas internas e em contínua desidratação das bancadas, os dois principais partidos de oposição ao governo Lula, PSDB e PFL, decidiram acelerar o processo de "refundação" para tentar sair da crise.
O PSDB montou três grupos que vão preparar um diagnóstico para o congresso do partido, em junho. O PFL deve anunciar hoje sua transformação em PD (Partido Democrata).
O projeto de reestruturação também aponta para um crescente distanciamento de tucanos e pefelistas, que, estiveram juntos no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e no apoio a Geraldo Alckmin nas últimas eleições.
Enquanto falam em "atualizar" as bases da social-democracia, os tucanos assistem a uma disputa de rumo do partido. De um lado, os governadores pregam uma convivência civilizada com o governo Lula. De outro, a ala ligada a FHC, minoritária, quer que o partido acentue seu discurso de oposição. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, nomeou três grupos para planejar o congresso que vai rediscutir o programa partidário. O primeiro cuidará especialmente do seminário. O segundo terá a função de cuidar da imagem da sigla. Uma terceira frente irá mapear problemas, novas lideranças e o peso do PSDB nos Estados.
Segundo Tasso, a síntese do trabalho desses grupos pautará o congresso da sigla. "É preciso reavaliar tudo", afirmou Tasso.
"O PSDB vai continuar sendo um partido de oposição. O congresso vai definir com clareza as diferenças que temos em relação ao PT, mas que a população não consegue identificar." Nos bastidores, tucanos dizem que Tasso chegou a articular para que o senador Sérgio Guerra (PE) o substituísse. Seria um nome neutro e não anteciparia a disputa entre José Serra e Aécio Neves pela candidatura à Presidência em 2010.
A pedido dos próprios governadores, Tasso decidiu ficar no cargo até novembro. Mas não conseguiu conter a crise causada quando o ex-líder Jutahy Júnior (BA) declarou apoio ao petista Arlindo Chinaglia (SP).
No PFL, a mudança de nome é simbólica de uma guinada para o centro que o partido ensaia como forma de estancar a perda sucessiva de peso político nacional. Em 2006, o partido elegeu apenas um governador e 65 deputados (contra, respectivamente, quatro e 84 em 2002).
"Sabemos que, na América Latina, a agenda liberal não tem força na sociedade. Temos de caminhar para o social", diz o deputado Rodrigo Maia (RJ), um dos principais candidatos a assumir, em março, a presidência do novo PD.
Em busca dessa identificação com a sociedade, o PFL busca uma bandeira de apelo imediato. A primeira investida será a campanha pelo fim da CPMF. Em pleno processo de perda de deputados --os 65 eleitos já caíram para 60, e cálculos dão conta de que a bancada pode chegar a menos de 52--, o partido quer atrair novas lideranças.
Para o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, a relação com o PSDB pode ser resumida numa frase: "Parceria na oposição e independência na decisão". Ele buscou se distanciar da disputa interna tucana. "O problema do PSDB é a luta entre Serra e Aécio. Mas isso é problema deles, não nosso."
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