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08/02/2007
-
16h51
da Folha Online
Um documento preparado pela ala do PT aliada ao ministro Tarso Genro (Relacões Institucionais) provocou polêmica dentro do partido. No documento, assinado por pelo 215 militantes, o grupo defende mudanças na condução da política monetária do governo e pede a "reconstrução" e o "resgate" dos "princípios e valores" do partido, numa reedição da idéia de "refundação", proposta levantada por Genro ainda na época do escândalo do "mensalão", mas que não foi levada adiante pela legenda.
O documento é assinado por intelectuais e integrantes de movimentos sociais, além de parlamentares e por três dos governadores eleitos do partido: Ana Júlia Carepa (Pará), Marcelo Déda (Sergipe) e Wellington Dias (Piauí).
Ao contrário de um texto preparado por outra ala do partido, os petistas são explícitos em fazer críticas à condução da política de juros e pedem "um novo padrão de gestão monetária e cambial pelo Banco Central", que seria a condição necessária para gerar emprego e distribuir renda. Os petistas também defendem alguma forma de controle do sistema financeiro, "controle da entrada e saída do capital de curto prazo, que é apenas especulativo e instável".
O teor mais polêmico do texto, no entanto, está reservado para as considerações sobre o próprio PT. "A necessidade de reconstruir e assim resgatar princípios e valores no interior do Partido dos Trabalhadores é uma aspiração da nossa base militante. É exigência de uma crise interna, que se tornou pública durante o primeiro Governo Lula", escrevem os petistas.
Para os petistas, essa "crise interna" teve origem em "concepções equivocadas na condução do interesse público e na condução de distintas estratégias eleitorais". E sugerem que a solução do problema passa por mudanças na direção nacional da legenda. "A superação dessa crise profunda não envolve apenas mudanças na direção e na política: exige revolucionar a estrutura de organização partidária e renovar sua identidade programática", acrescentam.
A crítica velada à direção nacional volta em outro ponto, quando a ala dos petistas afirma que é preciso "uma política transparente e sob controle" do partido, "de modo a combater o conservadorismo de aparato e o desenvolvimento de interesses próprios e alijados da democracia partidária".
O documento ainda reserva menções indiretas à crise do mensalão, principalmente a respeito da atuação do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. "É preciso, além disso, instituir no Partido uma sustentação financeira transparente e controlada pelos petistas, que dependa, predominantemente, de suas próprias contribuições".
Resposta
O texto preparado pelos petistas aliados a Genro provocou reação no partido. "[A análise é] Pouco autocrítica, porque não inclui nenhuma referência ao fato de parte de seus signatários terem sido responsáveis pela implementação da política que nos levou à crise de 2005", critica o secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar, em texto veiculado no site do partido.
"É natural que um documento que tem, entre seus principais formuladores, o ministro Tarso Genro e os militantes da tendência Democracia Socialista, tenha dificuldades em tratar desta questão: afinal, Tarso foi um dos principais formuladores, entre nós, da estratégia eleitoral", acrescenta Pomar.
Integrante do Diretório Nacional, Pomar pede uma autocrítica partidário que não recue somente a 2005, mas "especialmente a partir de 1995", logo após a segunda derrota do partido numa eleição presidencial.
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Grupo de Tarso defende reconstrução do PT e mudança na política monetária
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Um documento preparado pela ala do PT aliada ao ministro Tarso Genro (Relacões Institucionais) provocou polêmica dentro do partido. No documento, assinado por pelo 215 militantes, o grupo defende mudanças na condução da política monetária do governo e pede a "reconstrução" e o "resgate" dos "princípios e valores" do partido, numa reedição da idéia de "refundação", proposta levantada por Genro ainda na época do escândalo do "mensalão", mas que não foi levada adiante pela legenda.
O documento é assinado por intelectuais e integrantes de movimentos sociais, além de parlamentares e por três dos governadores eleitos do partido: Ana Júlia Carepa (Pará), Marcelo Déda (Sergipe) e Wellington Dias (Piauí).
Ao contrário de um texto preparado por outra ala do partido, os petistas são explícitos em fazer críticas à condução da política de juros e pedem "um novo padrão de gestão monetária e cambial pelo Banco Central", que seria a condição necessária para gerar emprego e distribuir renda. Os petistas também defendem alguma forma de controle do sistema financeiro, "controle da entrada e saída do capital de curto prazo, que é apenas especulativo e instável".
O teor mais polêmico do texto, no entanto, está reservado para as considerações sobre o próprio PT. "A necessidade de reconstruir e assim resgatar princípios e valores no interior do Partido dos Trabalhadores é uma aspiração da nossa base militante. É exigência de uma crise interna, que se tornou pública durante o primeiro Governo Lula", escrevem os petistas.
Para os petistas, essa "crise interna" teve origem em "concepções equivocadas na condução do interesse público e na condução de distintas estratégias eleitorais". E sugerem que a solução do problema passa por mudanças na direção nacional da legenda. "A superação dessa crise profunda não envolve apenas mudanças na direção e na política: exige revolucionar a estrutura de organização partidária e renovar sua identidade programática", acrescentam.
A crítica velada à direção nacional volta em outro ponto, quando a ala dos petistas afirma que é preciso "uma política transparente e sob controle" do partido, "de modo a combater o conservadorismo de aparato e o desenvolvimento de interesses próprios e alijados da democracia partidária".
O documento ainda reserva menções indiretas à crise do mensalão, principalmente a respeito da atuação do ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. "É preciso, além disso, instituir no Partido uma sustentação financeira transparente e controlada pelos petistas, que dependa, predominantemente, de suas próprias contribuições".
Resposta
O texto preparado pelos petistas aliados a Genro provocou reação no partido. "[A análise é] Pouco autocrítica, porque não inclui nenhuma referência ao fato de parte de seus signatários terem sido responsáveis pela implementação da política que nos levou à crise de 2005", critica o secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar, em texto veiculado no site do partido.
"É natural que um documento que tem, entre seus principais formuladores, o ministro Tarso Genro e os militantes da tendência Democracia Socialista, tenha dificuldades em tratar desta questão: afinal, Tarso foi um dos principais formuladores, entre nós, da estratégia eleitoral", acrescenta Pomar.
Integrante do Diretório Nacional, Pomar pede uma autocrítica partidário que não recue somente a 2005, mas "especialmente a partir de 1995", logo após a segunda derrota do partido numa eleição presidencial.
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