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14/02/2007 - 16h36

Em 1º discurso, Maluf defende trabalhadores que vendem produtos piratas

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O deputado Paulo Maluf (PP-SP) fez nesta quarta-feira sua estréia no plenário da Câmara dos Deputados insatisfeito com o tempo previsto no regimento interno da Casa Legislativa para os discursos na tribuna. Maluf falou por 25 minutos, como previsto no regimento da Câmara. Mas ao ser interrompido pelo primeiro vice-presidente da Casa, deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), Maluf protestou.

"Eu já conversei com o deputado Bruno Rodrigues [PSDB-PE], que vai discursar depois de mim, para eu falar por mais três ou quatro minutinhos. O discurso dele é curto", disse Maluf. O vice-presidente da Câmara, no entanto, não cedeu aos apelos do colega e pediu que o parlamentar finalizasse suas palavras.

Em um discurso de 19 páginas lidas pelo deputado, Maluf saiu em defesa dos trabalhadores que vendem produtos piratas nas ruas. "Vou fazer uma afirmação polêmica, mas é o que está no meu coração. Rejeita-se o produto pirata. Mas quem é o pirata? Não é o trabalhador que nega-se a ser bandido, seqüestrador e traficante e fica 12 a 14 horas por dia no calor, frio ou chuva vendendo sua mercadoria por índice 10. Ou pirata é quem obriga o lojista a vender o mesmo produto por índice 50?", questionou.

Segundo Maluf, o verdadeiro pirata é aquele que é "indiferente" aos lucros das empresas multinacionais --que, de acordo com ele, incluem "impostos pornográficos, direitos autorais altíssimos e lucros exorbitantes" nos produtos vendidos pelos lojistas.

O deputado também saiu em defesa da política econômica executada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em especial o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "O PAC é uma espécie do 'New Deal' do presidente Franklin Roosevelt nos Estados Unidos, que resgatou a economia americana do desastre financeiro em 1929", afirmou.

Maluf fez críticas ao que chamou de "leniência" do Banco Central na fiscalização do sistema financeiro do país e à política de juros altos adotada pela instituição. "Para um custo financeiro da dívida interna de mais de R$ 150 bilhões anuais, reservamos mais de R$ 90 bilhões do superávit primário. Nome pomposo para sinônimo de escravidão. Escravidão do Brasil aos banqueiros que dominam e aplaudem decisões do Copom e do Banco Central", criticou.

Sonegadores

Maluf, que responde a processos de desvio de recursos da Prefeitura de São Paulo, defendeu o aumento das penalidades a sonegadores do Fisco. E prometeu apresentar projeto de lei com "penas severas" para infratores.

"No Brasil, dificilmente um sonegador cumpre pena. Quando paga a dívida, o processo penal é arquivado. Quem deve, reconhece e paga, em prestações compatíveis com o tamanho de sua empresa. E está com a ficha limpa. Daqui para frente sabe que a informalidade terá conseqüências severas", afirmou.

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