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16/10/2000 - 07h48

Candidatos do Rio perdem nas zonas em que votam

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LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Folha de S.Paulo

A votação dos dois candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro no primeiro turno comprovou o ditado de que santo de casa não faz milagre. Luiz Paulo Conde (PFL) e Cesar Maia (PTB) perderam nas zonas eleitorais em que votaram, na zona sul carioca.

Conde, o atual prefeito, votou no Itanhangá Golf Club (zona sul), que pertence à 119ª zona eleitoral, onde teve 12.985 votos (35,74% dos votos válidos). Foi ultrapassado por Maia por uma pequena margem. O ex-prefeito teve 13.343 votos (36,72%).

Fenômeno idêntico ocorreu na 211ª zona eleitoral, onde Maia está inscrito e teve 10.314 votos (23,72%). A vitória de Conde na vizinhança do petebista foi mais folgada: 16.377 (37,67%).

Maia mora a pouco mais de um quilômetro da favela da Rocinha. Essa vizinhança é típica da proximidade de áreas nobres e pobres no Rio, que, no caso de São Conrado, não se reflete de forma significativa nos índices de violência.

Em agosto, a delegacia da região não registrou nenhum latrocínio ou roubo a residências. Houve um homicídio doloso e uma apreensão de droga.
Já a delegacia responsável pela área onde mora Conde teve mais trabalho. Na capital, em agosto, ficou entre as dez com mais ocorrências de homicídios (7) e carros furtados (41).

Conde mora numa casa com cinco banheiros no condomínio Cachoeira da Barra, no Itanhangá, no início da Barra da Tijuca. Atrás de sua residência, cerca de um quilômetro, também há uma favela: a da Floresta da Tijuca.

Em 1997, as áreas onde eles vivem foram responsáveis pela primeira e terceira maiores arrecadações de IPTU e taxas da prefeitura carioca. Os moradores da região administrativa de Maia contribuíram com R$ 50.800.677 (imposto residencial) e com R$ 34.969.113, na de Conde.

Uma coincidência é que ambos vivem em residências que eles declaram valer menos do que especialistas ouvidos pela Folha.

O valor da casa de 377 m2 declarado por Conde foi de R$ 149.898,13. O prefeito, que construiu o imóvel há mais de 30 anos, afirmou recentemente que essa avaliação está subestimada e que o correto seria R$ 280 mil.

Corretores ouvidos pela Folha afirmam que a avaliação de uma casa é subjetiva, mas que, em boas condições, um imóvel na área com a metragem do de Conde vale entre R$ 500 mil e R$ 700 mil.

Essas quantias são superiores ao valor total dos bens declarados por Conde no Imposto de Renda neste ano: R$ 431.625,67.

Maia, que vive com a mulher em um apartamento de 354 m2 e de frente para o mar, declarou em R$ 500 mil o valor do imóvel. Corretores afirmam, entretanto, que o metro quadrado na área varia de R$ 5.000 a R$ 7.000.

Um apartamento no condomínio de Maia teria cotação quatro vezes maior do que o declarado: R$ 2 milhões, o dobro do total das declarações de bens entregues por Maia no TRE (R$ 1.043.568,82).

As casas:

Cesar Maia
Valor do IPTU: R$ 1.100 (mês) Área construída: 280 m²

Luiz Paulo Conde
Valor do IPTU: R$ 2.303,24 (ano) Área construída: 377 m²


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