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20/02/2007
-
10h15
CRISTIANO MACHADO
Colaboração para a Agência Folha, em Presidente Prudente
Dando seqüência à onda de invasões de terra iniciada no final de semana no oeste de São Paulo, uma parte do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) --dirigida por José Rainha Jr.-- e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram ontem a 13ª invasão de fazendas em dois dias.
Desta vez, o alvo dos sem-terra foi a fazenda Cachoeirinha, em Itapura (692 km a noroeste de SP). Segundo a Polícia Militar, 60 membros do MST entraram no local por volta das 6h e começaram a montar barracos.
No domingo, a parceria MST-CUT foi responsável por 12 invasões. Segundo os organizadores, cerca de 2.000 pessoas participaram das ações. Novas invasões estão programadas para ocorrer nesta semana.
Em nota, MST e CUT afirmaram que as ações têm objetivo de "denunciar a dura realidade da reforma agrária no país".
Ontem, Rainha Jr. disse que pedirá audiências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o governador José Serra. "Há uma paralisia no Incra, no Itesp. Vamos cobrar que a reforma seja prioridade", disse.
Os proprietários das terras registraram boletins de ocorrência e devem pedir reintegração de posse amanhã, quando encerra o recesso dos fóruns.
O presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antônio Nabhan Garcia, 46, ameaça responsabilizar a CUT.
"Confirmando a participação da CUT, (...) moveremos ações cível e penal. A CUT, diferentemente do MST, tem personalidade jurídica, deve ser responsabilizada por seus atos." Para Nabhan, o MST "invade porque tem certeza da impunidade".
O representante da CUT, Rubens Germano, não foi localizado ontem pela reportagem.
O diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, disse que as invasões "dizem respeito ao governo federal", pois os sem-terra cobram definição do novo ministro do Desenvolvimento Agrário.
Segundo ele, o Itesp acompanha a situação, mas nenhum pedido das famílias chegou ao órgão. Procurado pela Folha, o Ministério do Desenvolvimento Agrário não retornou.
Liderança
O líder sem terra José Rainha Jr., 46, não participou diretamente das 13 ações invasões realizadas desde a madrugada de domingo em São Paulo. Ele atua na organização dos coordenadores que arregimentam famílias para se juntar ao MST. Seu temor é uma nova ordem de prisão, pois ele recorre --em liberdade, devido a decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça)-- a quatro condenações que, juntas, somam 18 anos de prisão.
Entre os crimes dos quais é acusado estão os de porte ilegal de arma, formação de quadrilha, furto qualificado e incêndio criminoso.
Colaboraram RUBENS VALENTE, da Folha de S.Paulo, e Folha de S.Paulo, em Brasília
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Colaboração para a Agência Folha, em Presidente Prudente
Dando seqüência à onda de invasões de terra iniciada no final de semana no oeste de São Paulo, uma parte do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) --dirigida por José Rainha Jr.-- e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram ontem a 13ª invasão de fazendas em dois dias.
Desta vez, o alvo dos sem-terra foi a fazenda Cachoeirinha, em Itapura (692 km a noroeste de SP). Segundo a Polícia Militar, 60 membros do MST entraram no local por volta das 6h e começaram a montar barracos.
No domingo, a parceria MST-CUT foi responsável por 12 invasões. Segundo os organizadores, cerca de 2.000 pessoas participaram das ações. Novas invasões estão programadas para ocorrer nesta semana.
Em nota, MST e CUT afirmaram que as ações têm objetivo de "denunciar a dura realidade da reforma agrária no país".
Ontem, Rainha Jr. disse que pedirá audiências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o governador José Serra. "Há uma paralisia no Incra, no Itesp. Vamos cobrar que a reforma seja prioridade", disse.
Os proprietários das terras registraram boletins de ocorrência e devem pedir reintegração de posse amanhã, quando encerra o recesso dos fóruns.
O presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antônio Nabhan Garcia, 46, ameaça responsabilizar a CUT.
"Confirmando a participação da CUT, (...) moveremos ações cível e penal. A CUT, diferentemente do MST, tem personalidade jurídica, deve ser responsabilizada por seus atos." Para Nabhan, o MST "invade porque tem certeza da impunidade".
O representante da CUT, Rubens Germano, não foi localizado ontem pela reportagem.
O diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, disse que as invasões "dizem respeito ao governo federal", pois os sem-terra cobram definição do novo ministro do Desenvolvimento Agrário.
Segundo ele, o Itesp acompanha a situação, mas nenhum pedido das famílias chegou ao órgão. Procurado pela Folha, o Ministério do Desenvolvimento Agrário não retornou.
Liderança
O líder sem terra José Rainha Jr., 46, não participou diretamente das 13 ações invasões realizadas desde a madrugada de domingo em São Paulo. Ele atua na organização dos coordenadores que arregimentam famílias para se juntar ao MST. Seu temor é uma nova ordem de prisão, pois ele recorre --em liberdade, devido a decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça)-- a quatro condenações que, juntas, somam 18 anos de prisão.
Entre os crimes dos quais é acusado estão os de porte ilegal de arma, formação de quadrilha, furto qualificado e incêndio criminoso.
Colaboraram RUBENS VALENTE, da Folha de S.Paulo, e Folha de S.Paulo, em Brasília
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