Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/02/2007 - 10h57

Bispo retoma protesto contra obras e entrega carta a Lula

Publicidade

LEANDRO BEGUOCI
da Folha de S.Paulo

O bispo de Barra (BA), d. Luís Cappio, vai retomar logo após Carnaval os protestos contra as obras de transposição do rio São Francisco. Na quinta-feira, o próprio religioso vai protocolar no Palácio do Planalto uma carta em que pede a reabertura do diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a obra e critica o Ministério da Integração Nacional, responsável pelo projeto.

O documento deve ser um novo obstáculo às pretensões do governo de publicar após o Carnaval os editais e iniciar as obras, uma das metas de Lula para o segundo mandato.

Em 2005, d. Luís fez greve de fome durante 10 dias (de 26 de setembro a 6 de outubro) contra a transposição. O bispo disse que levaria o gesto até a morte, se necessário.

A greve constrangeu o governo federal. O então ministro das Relações Institucionais e hoje governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), teve de pedir pessoalmente a d. Luís que encerrasse o protesto, sob o argumento de que o presidente estava disposto a ouvi-lo. Dois meses depois, Lula recebeu o religioso no Palácio do Planalto.

O governo, contudo, deu andamento ao projeto, apesar do aceno ao bispo. D. Luís ficou irritado. Disse que Lula "se tornou refém do capital, foi seqüestrado e hoje é um instrumento do capital internacional". "Que ele volte a olhar para o povo", disse.

Após o encontro no Planalto, o bispo declarou que a reunião deu "início à participação da sociedade na discussão" e amenizou o tom das críticas. A batalha saiu da igreja e foi aos tribunais.

A Justiça concedeu ao longo do ano uma série de liminares contra a transposição a grupos ambientalistas que pedem a paralisação do projeto. Mas, no final de 2006, o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou as medidas.

A história ganhou novo capítulo na semana passada. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao STF que reconsidere a decisão.

Carta

O principal alvo da carta do bispo será o Ministério da Integração Nacional, que coordena as obras, orçadas inicialmente em R$ 4,5 bilhões. D. Luís reconhecerá a sensibilidade de Lula para obedecer o que foi pactuado quando encerrou o jejum, ao se comprometer a negociar os termos do projeto.

Porém, o bispo acrescentará em seu protesto que "há setores do governo que agem na contramão do que foi acordado, optando pelo silêncio com os movimentos sociais que criticam a transposição". "Não pode ser um diálogo feito a quatro paredes, todos têm que participar", disse o bispo.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre as obras de transposição do rio São Francisco
  • Leia o que já foi publicado sobre o governo Lula
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página