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23/02/2007
-
21h11
CRISTIANO MACHADO
da Agência Folha, em Piquerobi
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) começou nesta sexta-feira a desocupar as fazendas invadidas no oeste de São Paulo como forma de conseguir uma audiência com autoridades do governo estadual.
"[A desocupação] É um gesto para mostrar ao secretário [da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey] que não somos intransigentes", disse José Rainha Jr., 46, articulador das 13 invasões ocorridas no início da semana no Pontal do Paranapanema e Alta Paulista.
Segundo Rainha, todos os sem-terra deixarão as fazendas até domingo. "Já que o secretário diz que o diálogo só ocorrerá depois da desocupação das áreas, vamos atendê-lo para agilizar o processo", disse.
A realização de uma reunião entre representantes dos governos federal e estadual com os movimentos sociais é uma das exigências de Rainha para pôr fim às invasões. Nesse encontro, ele disse que apresentará uma lista de 12 fazendas cujos proprietários se interessam em negociar com o Estado.
O coordenador Wésley Mauch, aliado de Rainha, disse que a "desocupação voluntária" começaria pelas fazendas São Luiz, em Mirante do Paranapanema, e Água Limpa, em Presidente Epitácio (no Pontal) e se estenderia para as demais. Mas ameaçou: "Se não houver avanço na negociação, a jornada de luta será retomada", disse.
Ontem, o MST e agricultores ligados a sindicatos controlados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), que participa das ações, deixaram a fazenda Cachoeira, em Itapura, no noroeste de São Paulo.
Estratégia
A desocupação faz parte de outra estratégia dos grupos após o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ter admitido, em nota divulgada a órgãos de comunicação, que a fazenda está sendo negociada com o governo federal para fins de reforma agrária.
Além da saída voluntária, integrantes do MST começaram a deixar as fazendas também por determinação judicial. Até o final da tarde de ontem a Justiça havia concedido reintegração de posse de cinco das 13 propriedades invadidas.
Alguns sem-terra já desmontavam nesta sexta-feira barracos na fazenda São José, em Piquerobi (também no Pontal).
Também começaram a se retirar da fazenda São Diogo, em Dracena. Já na fazenda Guarani, em Presidente Bernardes, não havia sinal de desocupação. Até hoje, os donos não haviam ingressado na Justiça com o pedido de reintegração de posse.
Itesp
O diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, considerou a iniciativa do MST "uma medida razoável", mas voltou a criticar as invasões.
"É uma medida razoável do movimento social. Como a interlocução já estava aberta era totalmente desnecessário esse ato [invasão]." Ungaro afirmou que espera que, com essa decisão, o diálogo com a Secretaria da Justiça "seja ampliado".
Por meio de sua assessoria, o secretário da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, informou que "nenhum interlocutor do secretário manteve contato com José Rainha ou um de seus representantes".
Questionada sobre a possibilidade da realização de uma audiência do secretário com representantes do MST e CUT, a assessoria informou que "a posição tomada pelo Itesp, órgão vinculado à pasta, será seguida pela secretaria".
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da Agência Folha, em Piquerobi
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) começou nesta sexta-feira a desocupar as fazendas invadidas no oeste de São Paulo como forma de conseguir uma audiência com autoridades do governo estadual.
"[A desocupação] É um gesto para mostrar ao secretário [da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey] que não somos intransigentes", disse José Rainha Jr., 46, articulador das 13 invasões ocorridas no início da semana no Pontal do Paranapanema e Alta Paulista.
Segundo Rainha, todos os sem-terra deixarão as fazendas até domingo. "Já que o secretário diz que o diálogo só ocorrerá depois da desocupação das áreas, vamos atendê-lo para agilizar o processo", disse.
A realização de uma reunião entre representantes dos governos federal e estadual com os movimentos sociais é uma das exigências de Rainha para pôr fim às invasões. Nesse encontro, ele disse que apresentará uma lista de 12 fazendas cujos proprietários se interessam em negociar com o Estado.
O coordenador Wésley Mauch, aliado de Rainha, disse que a "desocupação voluntária" começaria pelas fazendas São Luiz, em Mirante do Paranapanema, e Água Limpa, em Presidente Epitácio (no Pontal) e se estenderia para as demais. Mas ameaçou: "Se não houver avanço na negociação, a jornada de luta será retomada", disse.
Ontem, o MST e agricultores ligados a sindicatos controlados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), que participa das ações, deixaram a fazenda Cachoeira, em Itapura, no noroeste de São Paulo.
Estratégia
A desocupação faz parte de outra estratégia dos grupos após o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ter admitido, em nota divulgada a órgãos de comunicação, que a fazenda está sendo negociada com o governo federal para fins de reforma agrária.
Além da saída voluntária, integrantes do MST começaram a deixar as fazendas também por determinação judicial. Até o final da tarde de ontem a Justiça havia concedido reintegração de posse de cinco das 13 propriedades invadidas.
Alguns sem-terra já desmontavam nesta sexta-feira barracos na fazenda São José, em Piquerobi (também no Pontal).
Também começaram a se retirar da fazenda São Diogo, em Dracena. Já na fazenda Guarani, em Presidente Bernardes, não havia sinal de desocupação. Até hoje, os donos não haviam ingressado na Justiça com o pedido de reintegração de posse.
Itesp
O diretor-executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo), Gustavo Ungaro, considerou a iniciativa do MST "uma medida razoável", mas voltou a criticar as invasões.
"É uma medida razoável do movimento social. Como a interlocução já estava aberta era totalmente desnecessário esse ato [invasão]." Ungaro afirmou que espera que, com essa decisão, o diálogo com a Secretaria da Justiça "seja ampliado".
Por meio de sua assessoria, o secretário da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, informou que "nenhum interlocutor do secretário manteve contato com José Rainha ou um de seus representantes".
Questionada sobre a possibilidade da realização de uma audiência do secretário com representantes do MST e CUT, a assessoria informou que "a posição tomada pelo Itesp, órgão vinculado à pasta, será seguida pela secretaria".
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