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02/03/2007
-
10h19
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
O esquema de segurança que está em fase de preparação para receber o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, nos dias 8 e 9 de março, é o maior já preparado para uma autoridade estrangeira no país.
A reportagem apurou que o presidente norte-americano e sua comitiva terão um hotel inteiro à disposição, vigiado por terra por policiais e por ar pela FAB (Força Aérea Brasileira). Dentro do edifício, o acesso será bastante restrito aos próprios funcionários do hotel --cujo nome não é divulgado.
"Nunca houve um chefe de Estado considerado tão de alto risco. Se fosse antes do ataque de 11 de setembro, talvez não fosse assim. Mas, em virtude do momento vivido pelos EUA, sabemos que a segurança é uma questão muito delicada", disse o delegado Flávio Luiz Trivella, 44, responsável pela coordenação da segurança de Bush.
Os preparativos para a recepção começaram há dois meses. Além da Polícia Federal, participam da operação membros do Exército, da FAB, da Abin (Agência de Inteligência Nacional), da Receita Federal (cuidarão da aduana), da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil. Todos têm se reunido ou conversado ao telefone diariamente.
As reuniões são acompanhadas por agentes do serviço secreto dos EUA, que submetem as decisões à Casa Branca.
A inclusão do Exército na operação foi um pedido feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontrará com Bush em São Paulo.
Segundo Trivella, um reforçado esquema de segurança justifica-se pelo fato de Bush ter muito inimigos declarados. "Tanto o presidente Bush quanto o papa Bento 16, que logo estará no Brasil, são considerados "nível um" de segurança, ou seja, o mais alto das classificações. Mas a segurança do presidente é considerada mais delicada justamente por ele ter mais desafetos."
A preocupação é tanta que detalhes da estrutura não são divulgados. Nem número de policiais brasileiros e norte-americanos nem eventuais trajetos que serão percorridos pela comitiva serão revelados.
"O Brasil nunca foi alvo de ataques, mas, ao montar uma estrutura de segurança completa, não descartamos nenhuma possibilidade. Temos de pensar como terroristas e agir antes para evitar qualquer acidente", afirmou Trivella.
O sigilo sobre a rota que será utilizada por Bush é para evitar possíveis atentados, mas também para desviar de manifestações contrárias à política norte-americana, que já estão sendo organizadas em São Paulo.
Todos os locais passaram por "varreduras" organizadas pela Polícia Federal --um pente-fino para detectar desde eventuais pontos que poderiam ser utilizados por terroristas até possíveis estruturas físicas com risco de desmoronamento.
"Tudo que possa oferecer uma certa vulnerabilidade é avaliado de forma ostensiva e detalhada. E isso várias vezes por semana. Pode ter certeza, cada lugar que o presidente Bush pisar terá sido avaliado por nós em todos os aspectos", disse o delegado.
Outra preocupação levantada foi em relação à comida que será servida ao presidente. A alimentação será preparada por pessoas de confiança, e alguns produtos virão dos EUA.
O armamento, segundo a polícia, será o que há de "mais atual no mundo" --as armas não são reveladas-- e, enquanto Bush estiver em território brasileiro, o espaço aéreo será monitorado ostensivamente pela FAB. Nem mesmo a imprensa, a priori, poderá acompanhar o trajeto de Bush de helicóptero.
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O esquema de segurança que está em fase de preparação para receber o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, nos dias 8 e 9 de março, é o maior já preparado para uma autoridade estrangeira no país.
A reportagem apurou que o presidente norte-americano e sua comitiva terão um hotel inteiro à disposição, vigiado por terra por policiais e por ar pela FAB (Força Aérea Brasileira). Dentro do edifício, o acesso será bastante restrito aos próprios funcionários do hotel --cujo nome não é divulgado.
"Nunca houve um chefe de Estado considerado tão de alto risco. Se fosse antes do ataque de 11 de setembro, talvez não fosse assim. Mas, em virtude do momento vivido pelos EUA, sabemos que a segurança é uma questão muito delicada", disse o delegado Flávio Luiz Trivella, 44, responsável pela coordenação da segurança de Bush.
Os preparativos para a recepção começaram há dois meses. Além da Polícia Federal, participam da operação membros do Exército, da FAB, da Abin (Agência de Inteligência Nacional), da Receita Federal (cuidarão da aduana), da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil. Todos têm se reunido ou conversado ao telefone diariamente.
As reuniões são acompanhadas por agentes do serviço secreto dos EUA, que submetem as decisões à Casa Branca.
A inclusão do Exército na operação foi um pedido feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontrará com Bush em São Paulo.
Segundo Trivella, um reforçado esquema de segurança justifica-se pelo fato de Bush ter muito inimigos declarados. "Tanto o presidente Bush quanto o papa Bento 16, que logo estará no Brasil, são considerados "nível um" de segurança, ou seja, o mais alto das classificações. Mas a segurança do presidente é considerada mais delicada justamente por ele ter mais desafetos."
A preocupação é tanta que detalhes da estrutura não são divulgados. Nem número de policiais brasileiros e norte-americanos nem eventuais trajetos que serão percorridos pela comitiva serão revelados.
"O Brasil nunca foi alvo de ataques, mas, ao montar uma estrutura de segurança completa, não descartamos nenhuma possibilidade. Temos de pensar como terroristas e agir antes para evitar qualquer acidente", afirmou Trivella.
O sigilo sobre a rota que será utilizada por Bush é para evitar possíveis atentados, mas também para desviar de manifestações contrárias à política norte-americana, que já estão sendo organizadas em São Paulo.
Todos os locais passaram por "varreduras" organizadas pela Polícia Federal --um pente-fino para detectar desde eventuais pontos que poderiam ser utilizados por terroristas até possíveis estruturas físicas com risco de desmoronamento.
"Tudo que possa oferecer uma certa vulnerabilidade é avaliado de forma ostensiva e detalhada. E isso várias vezes por semana. Pode ter certeza, cada lugar que o presidente Bush pisar terá sido avaliado por nós em todos os aspectos", disse o delegado.
Outra preocupação levantada foi em relação à comida que será servida ao presidente. A alimentação será preparada por pessoas de confiança, e alguns produtos virão dos EUA.
O armamento, segundo a polícia, será o que há de "mais atual no mundo" --as armas não são reveladas-- e, enquanto Bush estiver em território brasileiro, o espaço aéreo será monitorado ostensivamente pela FAB. Nem mesmo a imprensa, a priori, poderá acompanhar o trajeto de Bush de helicóptero.
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