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03/03/2007 - 11h57

Desnutrição mata seis bebês indígenas

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Dourados

Relatório da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) aponta desnutrição como causa da morte de seis crianças indígenas guaranis e caiuás com até dois anos de idade, em Mato Grosso do Sul, apenas em janeiro e fevereiro deste ano.

Em todo o ano de 2006, a desnutrição apareceu entre as causas da morte de 14 crianças guaranis e caiuás de até quatro anos. Em 2005, foram 27 casos.

O relatório diz que, neste ano, a Funasa atendia às crianças, mas não conseguiu salvá-las devido a desajustes na família indígena. Em dois casos, a desnutrição aparece como única causa da morte; em quatro óbitos, está associada a doenças. No total, 22 crianças indígenas morreram em janeiro e fevereiro em MS, sendo 20 das etnias guarani e caiuá.

Além das seis mortes relacionadas a desnutrição, outros 16 indiozinhos foram mortos por pneumonia, gastroenterite, insuficiência cardíaca, prematuridade e até agressão física.

Em 2007, houve três mortes relacionadas a desnutrição em Dourados. Até anteontem, a Funasa confirmava duas, mas o relatório trouxe novos dados. Durante todo o ano de 2006, ocorreu apenas uma morte por desnutrição em Dourados.

O relatório descreve os casos de morte. Como o de Raimas Garça Cepre, 9 meses, que chegou a janeiro em risco nutricional, com 6,5 kg, após perder 400 gramas. Internada com diarréia e vômito, morreu no dia 24 de janeiro. 'Este é o segundo filho morto do casal. A outra criança morreu afogada em um balde. Todos integrantes da família são usuários crônicos de álcool', diz o relatório.

Nandinho Fernandes, 2 anos e 1 mês, perdeu 500 gramas entre 10 e 29 de janeiro, ficando com 6,8 kg. A mãe não aceitou internar a criança, diz o relatório. Quando concordou, foi liberada no hospital sem que a informação chegasse à Funasa. Internado de novo, Nandinho morreu em 10 de fevereiro.

Cleison Benites Lopes, 10 meses, estava desnutrido e morreu no dia 25 passado na aldeia Bororó, em Dourados. Levado ao posto de saúde no dia 14 de fevereiro com febre e tosse, deveria retornar no dia 23. A mãe, segundo a Funasa, mentiu ao agente de saúde dizendo que já tinha ido ao posto.

Camila Romeiro Sarate, 2 meses, nascida com 3 kg, foi internada com 2,85 kg em 18 de janeiro no hospital Universitário. Segundo a Funasa, a mãe não amamentava o bebê porque o marido a abandonou. Camila morreu em 1º de fevereiro.

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